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cidadania digital

A cada 10 escolas, 6 têm computadores para estudantes usarem internet, aponta pesquisa

TIC Educação 2022 mostra que 61% dos educadores apoiaram estudantes em situações sensíveis na web  Pouco mais da metade das escolas do país, ou 58% delas, têm, de forma simultânea, computadores (desktops, notebooks ou tablets) e acesso à internet disponíveis para os estudantes. O dado consta da pesquisa TIC Educação 2022, realizada entre gestores escolares, coordenadores pedagógicos, educadores e estudantes de todo o país.   A pesquisa TIC Educação é conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).   O levantamento revelou que o acesso à internet está presente em 94% das escolas brasileiras que oferecem Ensino Fundamental e Médio.   Ao considerar-se o tipo de escola, porém, notam-se diferenças nos números. Entre as estaduais, 82% contam com notebook, desktop ou tablet para uso dos alunos em atividades escolares e acesso à internet. O percentual fica em 73% entre as particulares e cai para 43% entre as municipais.   A localização da escola também é um fator de maior ou menor acesso. Reúnem as duas condições 73% dos estabelecimentos de ensino em capitais e 55% dos estabelecimentos no interior. Por fim, a maior diferença: enquanto 74% das escolas urbanas têm computadores com acesso à internet para os alunos, esse número cai para 30% entre as rurais.  “A educação está entre os setores mais impactados pela crise sanitária provocada pela covid-19”, diz Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br e do NIC.br, na divulgação da pesquisa. “Com o retorno das atividades presenciais, é fundamental conhecer de forma abrangente como as escolas evoluíram do ponto de vista da conectividade e qual a percepção dos atores da comunidade escolar sobre o estado atual do acesso e do uso das tecnologias digitais em atividades pedagógicas e na gestão escolar”, explica.    Leia também: Uso de tecnologias digitais nas escolas depende de maior formação, mostra pesquisa  Apoio em situações sensíveis na internet  No levantamento feito com professores, 61% deles afirmaram ter apoiado alunos no enfrentamento de situações sensíveis na internet. O número subiu em relação aos 49% registrados na pesquisa de 2021.  O uso excessivo de jogos e tecnologias digitais foi o tema mais citado pelos educadores, com 46% das menções. A seguir, aparecem cyberbullying (34%), discriminação (30%), disseminação ou vazamento de imagens sem consentimento (26%) e assédio (20%).  Em todos os casos, os percentuais aumentaram na pesquisa deste ano. Esses números mostram a importância de discutir temas relativos à internet nas salas de aula. Essa discussão é proposta pela coleção Cidadania no Dia a Dia, da BEĨ Educação. O programa aborda, entre outros temas, o cyberbullying e suas situações conexas. Os estudantes são apresentados ao conceito e à legislação a ele relativa e convidados a refletir sobre o assunto, inclusive debatendo a maneira como a comunidade escolar deve agir diante de situações de cyberbullying.  Atividades de educação midiática e cidadania digital  Outro aspecto do levantamento, esse com estudantes e educadores, foram temas relativos à educação midiática e à cidadania digital.  As entrevistas com alunos mostram que o assunto é mais abordado à medida que a Educação Básica avança. Exemplo são os resultados da pergunta sobre se o professor “ensina como usar a Internet de um jeito seguro”. A resposta foi positiva para 48% dos estudantes de anos iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º ano). O índice subiu para 54% dos alunos de anos finais do Ensino Fundamental e 55% entre os de Ensino Médio.  A maior diferença foi verificada na questão sobre se o educador “pede para os alunos compararem informações da internet em sites diferentes”. Essa prática, fundamental para checar a veracidade das informações, foi abordada na sala de 31% dos alunos de anos iniciais, 48% dos de anos finais do Fundamental e 65% dos alunos de Ensino Médio.  Já para os educadores, foi questionado se haviam abordado em sala algum dos seguintes temas:  Desenvolvimento responsável e ético de tecnologias, como programação, jogos, aplicativos, Inteligência Artificial, entre outras.   Exposição à publicidade e ao consumo na internet.  Proteção à privacidade e aos dados pessoais no uso de dispositivos digitais e da internet.  Problemas de saúde física e mental causados pela internet.  Exposição na internet, assédio ou disseminação de imagens sem consentimento.  Cyberbullying, discurso de ódio e discriminação na Internet  Fake news e compartilhamento responsável de conteúdos e opiniões na internet.   O resultado foi que 89% dos professores afirmam ter realizado atividades com os alunos sobre ao menos um desses temas. Na edição 2021 da pesquisa TIC Educação, 75% dos professores reportavam ter realizado esse tipo de atividade. O conteúdo completo da pesquisa de 2022 pode ser lido neste link.  Em um mundo cada vez mais conectado, é importante que esses assuntos sejam discutidos desde a escola. Falamos, neste texto, sobre o que é cidadania digital e por que ela deve ser tratada na escola.

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O que é cidadania digital e por que ela deve ser tratada na escola

Uso crítico e responsável da tecnologia inclui reflexão e discussão de temas como privacidade de dados, fake news e ciberativismo Com o avanço da tecnologia, principalmente durante a pandemia, as pessoas passaram a utilizar o ambiente digital cada vez com mais intensidade e de forma mais ampla no dia a dia. Esse uso foi ampliado na escola, no trabalho e no lazer, entre tantas outras áreas. Mas, assim como acontece no mundo físico, para que a atuação no mundo virtual possa acontecer de maneira ética, consciente e segura, é preciso ter alguns cuidados e seguir algumas normas. É aí que entra a cidadania digital.  Você sabe o que é cidadania digital? Neste texto, vamos falar sobre o conceito e a importância de discutir esse assunto em sala de aula.   O que é cidadania digital  A cidadania digital é “o desenvolvimento contínuo de normas de uso apropriado, responsável e capacitado da tecnologia”, na definição do educador Mike Ribble. Ele é autor do livro “Digital Citizenship in Schools” (Cidadania Digital nas Escolas, em português), no qual busca auxiliar educadores a abordarem o tema com os estudantes.   Dessa forma, a cidadania digital diz respeito ao uso responsável das ferramentas e recursos tecnológicos no ambiente virtual. É necessário compreender que ações e atitudes tomadas, como a exposição de dados e de informações, podem ter impactos e consequências para si e para os outros.  O fato é que, como em todos os aspectos da vida, também na área digital há direitos e deveres.  Entre os direitos, está o de nos expressarmos, interagir com as pessoas, produzir conteúdos, ter segurança nos acessos e controlar a privacidade do que postamos. Já do lado dos deveres, podemos citar o agir de forma educada com os outros internautas, não expô-los a situações constrangedoras e não criar ou compartilhar notícias falsas, as já famosas fake news.   Leia também: Uso de tecnologias digitais nas escolas depende de maior formação, mostra pesquisa  Em um portal voltado à educação de crianças e jovens, o Plenarinho, a Câmara dos Deputados detalhou temas relativos à cidadania digital. Veja abaixo alguns deles.  Segurança digital  O texto lembra da necessidade de saber proteger os dados pessoais, de aprender a criar senhas fortes e guardá-las de forma segura. Ainda menciona a importância de saber reconhecer “e-mails mal-intencionados, sites falsos e outras formas de golpe na internet”.   Privacidade  No texto publicado pelo Plenarinho, a Câmara ressalta a importância de não tornar público aquilo que só diz respeito à própria pessoa. Isso inclui “endereço, e-mail, telefone, dados de familiares, fotos com roupas íntimas” e as rotinas. O portal destaca que a divulgação de tais dados pode expor os cidadãos a pessoas ou grupos mal-intencionados, que podem usar as informações até para praticar crimes.   Direitos autorais  Eles são os direitos de reprodução de um trabalho e/ou a geração de licença da sua própria criação e ou trabalho, respeitando a propriedade de quem criou. Eles estão previstos na Constituição, no artigo 5º, inciso XXVII. Ele diz: “Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar”.   Ciberativismo  O ativismo digital, ou ciberativismo, consiste em se posicionar em relação a causas e ideias que a pessoa avalie como importantes. Entre as maneiras de promovê-lo, estão escrever e/ou assinar petições, promover manifestos e mobilizações, publicar vídeos, fazer doações. Mas o portal da Câmara destaca duas atitudes importantes:   – estar bem-informado sobre as causas que pretende defender;  – fazê-lo com responsabilidade, ética e respeito.  A cidadania digital e a BNCC  Ao ser parte integrante do cotidiano, o uso da tecnologia também está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Pelo menos três das dez competências gerais da Base fazem referência ao tema. São elas:  Competência 1: Conhecimento. Ela aborda os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade. Ela prevê que o objetivo é “colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”.   Competência 2: Pensamento científico, crítico e criativo. Na BNCC, essa competência aparece com o objetivo de criar soluções, inclusive tecnológicas, para a resolução de problemas.  Competência 5: Cultura digital. Essa é a competência mais relacionada ao tema da cidadania digital. Ela destaca a necessidade de “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos (…) e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”  Leia também: Saiba quais são e para que servem as competências gerais previstas na BNCC  Por que falar de cidadania digital nas escolas  Segundo a BNCC, a expansão da cultura digital impõe à escola novos desafios relacionados à cultura digital, como estimular a reflexão dos estudantes em relação aos conteúdos consumidos e produzidos e à multiplicidade de recursos tecnológicos disponíveis.   O ambiente escolar também deve prepará-los para o uso crítico e democrático das ferramentas tecnológicas e para uma participação mais consciente na cultura digital. Nesse contexto, devem ser abordadas as novas questões trazidas por esse universo e relacionadas ao comportamento na internet, como segurança digital, privacidade de dados, inclusão digital, direitos autorais, identificação de notícias falsas, cyberbullying e ciberativismo.  Ao estar alinhada com a cultura digital e as questões que a envolvem e afetam diretamente o cotidiano dos alunos, a escola se torna mais significativa e contribui para uma relação mais ética e saudável com o espaço digital.  No site que complementa seu livro, Mark Ribble escreve que, com frequência, “vemos estudantes e adultos usando e abusando da tecnologia, mas não temos certeza sobre o que fazer” para orientá-los.    Segundo o educador, essa questão é “mais sobre o que os usuários não sabem, mas o que é considerado uso apropriado da tecnologia”. Por isso, defende a necessidade de preparar estudantes e usuários de tecnologia para uma sociedade repleta de… tecnologia.   Seguindo nessa linha, descubra neste texto como fazer bom uso dos recursos digitais para aumentar o

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