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Política Nacional de Educação Digital: entenda os principais pontos

Objetivo da nova legislação é garantir o acesso da população brasileira a recursos, ferramentas e práticas digitais, promovendo dessa forma sua inclusão digital Você conhece a Política Nacional de Educação Digital (PNED)? Ela foi instituída por uma lei bem recente, sancionada em janeiro de 2023. O texto traz medidas para promover uma inclusão digital de toda a população.   A política é composta de quatro eixos estruturantes, cada um com objetivos específicos, mas interligados. Um deles é voltado especialmente para o tema nas escolas. Conheça!   O que é a Política Nacional de Educação Digital (PNED)   A PNED é uma política que tem como objetivo garantir o acesso, sobretudo das populações mais vulneráveis, a recursos, ferramentas e práticas digitais. Em resumo, ela visa promover uma inclusão digital da população.   A política foi instituída pela lei 14.533/23, sancionada em janeiro de 2023. Seu texto prevê que ela seja um instrumento para articular programas, projetos e ações de municípios, estados, Distrito Federal e União, de diferentes áreas e setores governamentais. Com essa articulação, a ideia é potencializar e melhorar  os resultados dessas políticas públicas.   Leia também: Que tipo de educação precisamos para um novo pacto de sociedade no Brasil?   Quais os eixos estruturantes da Política Nacional de Educação Digital    A PNED se apoia em quatro eixos. São eles:  a inclusão digital da sociedade; educação digital nas escolas; ações de capacitação do mercado de trabalho; incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento.    A seguir, vamos detalhar o objetivo de cada um.   Inclusão Digital   Esse é o eixo mais geral, que prevê estratégias para promover entre a população a educação digital. Entre as ações listadas na legislação, podemos destacar:   promoção de competências digitais e sensibilização dos brasileiros sobre sua importância;   promoção de ferramentas que permitam um autodiagnóstico de tais competências;   treinamento nessas competências digitais – e aqui a lei menciona especificamente a inclusão dos “grupos de cidadãos mais vulneráveis”;   promoção de processos de certificação em competências digitais.   Esse eixo prevê ainda que haja implantação de infraestrutura de conectividade para fins educacionais. Essa ação compreende a universalização da conectividade da escola à internet de alta velocidade. Também prevê que estudantes e educadores tenham acesso a equipamentos e dados para acessar a internet nas escolas.     Educação digital escolar   A implantação de infraestrutura física e de dados nos ambientes escolares é crucial para esse eixo, que visa inserir educação digital nas escolas.    O eixo deve seguir pelas seguintes áreas.   Pensamento computacional: definido como “a capacidade de compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e suas soluções de forma metódica e sistemática”. Então, não é “pensar como um computador”. É, na verdade, aplicar fundamentos da computação para aprimorar a aprendizagem e o pensamento criativo e crítico.  Mundo digital: Esse quesito envolve a aprendizagem sobre  hardware, como computadores, celulares e  tablets. Além dos gadgets, o aprendizado deve ser também sobre o ambiente digital baseado na internet, como sua arquitetura e aplicações.   Cultura digital: O termo já é previsto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma das competências a serem desenvolvidas pelos estudantes na Educação Básica. Na PNED, ele aparece como “aprendizagem destinada à participação consciente e democrática por meio das tecnologias digitais”.   Direitos digitais: A lei prevê que os estudantes sejam conscientizados sobre o uso e o tratamento de dados pessoais, nos termos da  Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.   Tecnologia assistiva: Aqui, o foco é prover assistência a estudantes com deficiência, para que sejam atendidos em suas necessidades para o aprendizado digital.     Leia também: Uso de tecnologias digitais nas escolas depende de maior formação, mostra pesquisa   Capacitação e especialização digital   Nesse eixo, o foco é promover a capacitação digital das pessoas com idade economicamente ativa. A ideia é aumentar as expertises dos trabalhadores para torná-los aptos a diferentes vagas de emprego.   A PNED ainda fala de implementar cursos relacionados a competências digitais. Essas formações devem cobrir tanto o âmbito da educação profissional quanto o Ensino Superior. Também menciona a implantação de redes que ofereçam cursos de atualização e formação continuada, a ser realizada ao longo da vida profissional.   O serviço público não ficou de fora. A PNED prevê que servidores e funcionários públicos recebam qualificação digital. Ela deve fazer parte de uma “política de gestão de recursos humanos que vise a combater o déficit de competências digitais na administração pública”.   Pesquisa e desenvolvimento em Tecnologias da Informação e Comunicação   O último eixo da Política de Educação Digital tem como objetivo “desenvolver e promover TICs acessíveis e inclusivas”.   Para isso, a PNED prevê que haja um programa de incentivo a pesquisas para desenvolver “TICs acessíveis e inclusivas, com soluções de baixo custo”.   Também há a intenção de promover parcerias entre o Brasil e centros internacionais de ciência e tecnologia em programas direcionados ao surgimento de novas tecnologias e aplicações voltadas para a inclusão digital.   Por fim, a criação de uma estratégia para formação e requalificação de docentes em TICs também faz parte da PNED.   Leia também: O que é cidadania digital e por que ela deve ser tratada na escola   As estratégias prioritárias do eixo Educação Digital Escolar     A PNED prevê que as ações do eixo de educação digital escolar devam seguir das diretrizes da BNCC.   Dito isso, a política elenca algumas estratégias prioritárias para promover a educação digital nos ambientes escolares.    Uma delas prevê o desenvolvimento de competências dos alunos da Educação Básica para a “atuação responsável na sociedade conectada e nos ambientes digitais”. A lei cita que as práticas pedagógicas devem levar ao desenvolvimento da ética aplicada ao ambiente digital, do letramento midiático e da cidadania na era digital.   O domínio da lógica, dos algoritmos e da programação também são foco.   Para que essas metas sejam alcançadas, é necessário que os educadores estejam aptos nesse conhecimento. Por isso, a política tem um ponto específico sobre a formação dos docentes.    Outro ponto central é as escolas terem acesso à internet. Sobre isso, a lei prevê diagnóstico e monitoramento de tal acesso nas redes federais, estaduais e municipais.   Com as

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Ilustração em tons de azul mostra 4 estudantes: uma mulher segurando livro, um homem com mochila no ombro direito, uma mulher com bolsa no ombro esquerdo e um homem segurando um caderno com a mão esquerda

A autonomia do estudante: uma competência a ser desenvolvida

O desenvolvimento da autonomia do estudante está previsto na BNCC e permeia a Educação Básica. Veja como!  O desenvolvimento da autonomia do estudante é um objetivo da educação. Afinal, para se tornar um cidadão atuante, ele precisa aprender como fazê-lo a partir de suas experiências e saberes. E, a partir daí, entender como suas decisões e ações afetam a si e aos outros.  A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui o termo ou conceito na definição de parte de suas competências gerais. E seu desenvolvimento é previsto, em diferentes graus, em toda a Educação Básica.  Autonomia do estudante  A autonomia do estudante se dá em diferentes níveis, de acordo com a etapa em que ele está. Na Educação Infantil, ela se expressa de forma mais física, com o estímulo do desenvolvimento psicomotor. Com isso, a criança passa a conseguir executar algumas tarefas sozinha ao longo do período.  Quando ela passa para o Ensino Fundamental, esse desenvolvimento se expressa de variadas formas. Arrumar o material, saber e realizar os deveres de casa, escrever textos sozinho… Até atingir níveis mais altos no Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Nessas etapas, a autonomia passa por fazer análises, relações e conseguir mobilizar os conhecimentos para respaldá-las.   Um ponto importante a se destacar é: se autonomia significa independência, ela também traz responsabilidade. E essa noção de responsabilidade precisa igualmente ser desenvolvida pelos estudantes.  Como aparece na BNCC  Algumas das competências gerais da BNCC destacam a autonomia como uma expertise a ser desenvolvida pelos estudantes. Na BNCC, competência é definida como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.    Encontramos o termo diretamente nas competências 6 e 10, essa última específica para o tema.  A competência 6 prevê que o estudante desenvolva autogestão ao longo da Educação Básica. No texto da BNCC, ela é definida da seguinte forma:  “Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.   Já a competência 10 é específica sobre o desenvolvimento de autonomia do estudante.   “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”.    Leia também: Saiba quais são e para que servem as competências gerais previstas na BNCC  O desenvolvimento da autonomia na Educação Básica  Para cada etapa da Educação Básica, há um grau de autonomia que se espera que o estudante desenvolva. Começa na Educação Infantil, quando ela é mais relacionada a ações que ele consegue praticar sozinho. E segue sucessivamente para Anos Iniciais e Finais do Fundamental e Ensino Médio.  Mas é importante entender que esse desenvolvimento é transversal às áreas de estudo. Não há um componente curricular denominado “autonomia”. Ela é uma competência cujo desenvolvimento é esperado ao final de cada fase da educação.  Na Educação Infantil  Os primeiros anos da Educação Básica são voltados para o desenvolvimento psicomotor, para que a criança consiga praticar atividades sozinha. Além disso, há a intenção de que ela entenda a si e aos demais colegas como sujeitos do mundo.   Nesse sentido, encontramos nos aprendizados esperados para essa etapa muitos voltados para atividades da vida diária como escovar os dentes, pentear os cabelos, vestir-se, tomar banho, calçar sapatos, alimentar-se etc. Outro ponto destacado na BNCC é que, ao final dessa etapa, o estudante seja capaz de coordenar suas habilidades manuais.  Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental   Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, as noções de autogestão passam a ser desenvolvidas em outros aspectos além do psicomotor. Nessa etapa, o estudante passa a ser orientado para, por exemplo, arrumar seu material ou fazer as lições de casa.    A área de Linguagens traz muitos aprendizados esperados que preveem o desenvolvimento de autonomia. Compreender textos cotidianos, como de bilhetes, avisos, convites, receitas, instruções de montagem, faturas, carnês, entre outros, será de grande valia para a vida desse estudante. Além disso, é esperado também que ele possa produzir bilhetes, cartas, avisos e até registros de observação diária. Por isso, aparecem entre as habilidades a serem apreendidas nessa fase, em diferentes graus de complexidade.   Também está presente nesse conjunto de conhecimentos a serem conquistados a compreensão de textos literários, narrativas de ficção e até de piadas e anedotas. Interpretação de texto é um foco bastante presente nesta etapa.  Leia também: Interpretação de texto: um mergulho na profundidade da mensagem   Nos Anos Finais do Ensino Fundamental  Nesta fase da Educação Básica, os desafios passam a ter maior complexidade. Os estudantes precisam se apropriar das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas.   Para isso, é necessário que haja foco na ampliação de seu repertório. E, por isso, a BNCC destaca como importante fortalecer a autonomia desses adolescentes. Isso se dá ao oferecer a esses jovens “condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação”.  No conjunto de aprendizados esperados ao longo desses anos, encontram-se muito as expressões “explicar”, “estabelecer relações”, “analisar”. Não raro, aparece no texto o termo “analisar criticamente”.   Essas expressões demonstram a maior complexidade desta etapa. Não basta compreender os textos e conceitos. É necessário, a partir dos saberes já conquistados, analisar as situações e estabelecer relações entre elas, formando seu próprio ponto de vista.  No Ensino Médio  Na última fase da Educação Básica, há um foco especial em acolher o jovem com sua individualidade e garantir que ele seja protagonista de seu aprendizado.  Para isso, o desenvolvimento de sua autonomia é essencial. Se ele vai construir seu próprio caminho, é necessário que tenha senso crítico, saiba interpretar textos e mobilizar conhecimentos para chegar ao aprendizado efetivo.    “Para formar esses jovens como sujeitos críticos, criativos, autônomos e responsáveis, cabe às escolas de Ensino Médio proporcionar experiências e processos que lhes garantam as aprendizagens necessárias

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Cidadania no Dia a Dia é a nova coleção da BEĨ Educação

Material voltado para o Ensino Médio visa potencializar o aprendizado e a percepção dos jovens sobre a importância do tema para a vida. Conheça!  A BEĨ Educação lança um novo programa escolar voltado aos estudantes do Ensino Médio: o Cidadania no Dia a Dia. Ele estimula a reflexão sobre temas atuais e relevantes para a sociedade. O objetivo é desenvolver a consciência a respeito de assuntos relacionados diretamente com a formação de um cidadão ativo em sua realidade.  A coleção é composta por dois módulos: Convivência e Sociedade. Cada um deles possibilita o desenvolvimento de um conjunto de habilidades e competências das diferentes áreas do conhecimento, com ênfase em:  Linguagens e suas Tecnologias    Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.    O material é alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com metodologia estruturada por projetos. Seu texto se conecta com a realidade dos estudantes. Ao longo dos capítulos, há atividades que promovem a reflexão e práticas autorais e coletivas. Com isso, o programa busca fomentar a participação dos jovens na sociedade como cidadãos conscientes de suas ações.  A coleção convida o estudante a tomar consciência das diversas formas de desigualdade e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, respeitando os direitos humanos. Além disso, o jovem deve compreender as práticas sociais de linguagem e respeitar as diversidades para atuar com base na democracia,  na igualdade e nos direitos humanos, exercitando a empatia, o diálogo e a cooperação e reconhecendo preconceitos.  Conheça mais sobre cada um dos dois módulos a seguir.  Leia também: Método tradicional de ensino e metodologias ativas: conheça as principais diferenças  Módulo Convivência  O módulo Convivência da coleção Cidadania no Dia a Dia é composto de um Livro do Estudante, com o texto e atividades para os jovens, e  de um Caderno do Educador, com reflexões sobre e orientações sobre como conduzir as temáticas.  Esse módulo  é dividido em quatro partes, subdivididas em capítulos temáticos. O texto de cada capítulo ilustra como uma turma de jovens lida com situações relacionadas a cada tema. As reflexões das personagens abrem espaço para discussões teóricas.  Parte 1: Direitos Humanos   A coleção é aberta com capítulos que abordam Direitos Humanos, Racismo e Intolerância Religiosa.  Parte 2: Diversidade    Na segunda parte do material, os capítulos abordam Pessoas com Deficiência, Diversidade Sexual e de Gênero e Povos Originários.  Parte 3: Cyberbullying   Um tema tão atual e presente na vida dos jovens é o que compõe a terceira parte deste módulo. Ela se subdivide em dois capítulos: Cyberbullying e Internet e LGPD.   Parte 4: Liberdade de expressão   Aqui, os capítulos discutem Fake News e Liberdade de Expressão.  Módulo Sociedade  O Módulo Sociedade traz assuntos relevantes para o grupo social como um todo. Ele é dividido em três partes, também subdivididas em capítulos temáticos.  Parte 1: Política e desigualdade   Na primeira parte de Sociedade, o material aborda os temas Cidadania e Participação Política, Ditadura e Direito ao Voto e Desigualdade. Os dois primeiros tratam da participação da população na vida civil de um país. Já o terceiro aborda vários aspectos da desigualdade de uma nação.  Parte 2: Direitos e deveres   A Parte 2 traz a dimensão de que o exercício da cidadania implica direitos e deveres. No primeiro capítulo, o tema é Habitação. A seguir, vem o capítulo sobre Trabalho. Nele, há discussões sobre saúde e educação associadas ao trabalho, legislação trabalhista no Brasil e outros aspectos do tema. Por fim, o capítulo Impostos aborda o pagamento e a destinação de tributos.  Parte 3: Cultura e educação   A última parte do módulo discute os temas Apropriação Cultural, Meio Ambiente e Educação.  Você se interessou em oferecer esse material aos estudantes de sua instituição? Entre em contato conosco! Basta escrever para contato@beieducacao.com.br.

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Ilustração mostra diversas pessoas juntas representando cidadania

Como exercer a cidadania em nosso dia a dia

Entender o que é cidadania e o que é ser cidadão pode melhorar nossa vida em sociedade  O que é cidadania? A própria palavra remete a “cidade”. E ela costuma vir acompanhada de outras, como direito, dever e exercer. Falamos cada vez mais desses conceitos, mas será que os compreendemos de verdade?  Mais que isso: como colocá-los em prática? Será possível aprender a exercer a cidadania no dia a dia? Esses são alguns tópicos que vamos abordar neste artigo.  O que é cidadania?  A palavra cidadania tem origem no termo latino civitas, que significa “cidade”. Eram chamados “cidadãos” somente os moradores das cidades, que tinham direitos e deveres por viver em tais locais. No entanto, esse conceito hoje ultrapassa tais limites.  “O respeito ao indivíduo é a consagração da cidadania, pela qual uma lista de princípios gerais e abstratos se impõe como um corpo de direitos concretos individualizados”, define o geógrafo Milton Santos em seu livro “O espaço do cidadão”.  Dessa forma, a cidadania pode ser compreendida como o conjunto de direitos e deveres exercidos por quem vive em sociedade. Isso se traduziria no acesso que o indivíduo tem ou não tem do espaço em que vive e no seu poder de intervenção sobre ele.  Cidadania e direitos humanos  Em seu artigo “Cidadania e Direitos Humanos”, a socióloga Maria Victoria Benevides distingue os dois termos. “Os direitos humanos são universais e naturais”, afirma ela. “Aquilo que é considerado um direito humano no Brasil também deverá sê-lo com o mesmo nível de exigência, de respeitabilidade e de garantia em qualquer país do mundo.”   A cidadania, por sua vez, é definida como uma “ideia eminentemente política”. “Os direitos do cidadão não são direitos naturais, são direitos criados e devem necessariamente estar especificados num determinado ordenamento jurídico”, afirma a socióloga.  Por isso, a cidadania diz respeito, segundo Maria Victoria, a uma determinada ordem jurídico-política de um país. “Uma Constituição define e garante quem é cidadão, que direitos e deveres ele terá em função de uma série de variáveis.” Aqui, ela cita idade, estado civil, condição de sanidade física e mental, entre outras.  Cidadania em construção  Por se referir a direitos e deveres das pessoas, a cidadania não é algo estático. Ao contrário: ela está em permanente construção. E há inclusive situações que a colocam em risco.  Como exemplo, podemos citar regimes de exceção, que tiram direitos da população. Ou que estimulam, até por meios legais, tratamentos diferentes a determinados grupos. Isso se demonstra, por exemplo, em legislações que proíbem mulheres de estudar ou trabalhar.  No Brasil, o período da ditadura militar tirou dos cidadãos brasileiros o direito ao voto direto para presidente. Após mais de 20 anos, a sociedade civil se organizou para recuperar esse direito.  No entanto, nem mesmo leis garantem que todos os cidadãos de um país exerçam sua cidadania. No Brasil, por exemplo, a escravidão foi abolida pela famosa Lei Áurea, em 1888. Mas há frequentes notícias de pessoas encontradas em trabalho análogo à escravidão no país. Pessoas que, portanto, estão impedidas de exercer sua cidadania.  Leia também: A importância da ética na vida em sociedade  A vivência na escola  A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) também aborda o tema. A competência 6, uma das que deve ser desenvolvida ao longo da educação básica, fala dele. Seu texto afirma que “a construção da cidadania é um exercício contínuo, dinâmico e que demanda a participação de todos para assegurar seus direitos e fazer cumprir deveres pactuados por princípios constitucionais e de respeito aos direitos humanos”.    Dessa forma, a BNCC prevê que o estudante, ao final da educação básica, esteja apto a “participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”.    Leia também: Saiba quais são e para que servem as competências gerais previstas na BNCC  Cidadania no dia a dia  Como dissemos, a cidadania está em permanente construção. E precisa ser exercida no dia a dia.   Esse exercício cotidiano implica direitos e deveres, respeito ao outro e à diversidade, ética nas relações, empatia e diálogo.   Algumas formas de exercer a cidadania são:  Dirigir de maneira defensiva, de modo a proteger os elos mais frágeis do trânsito, como pedestres, ciclistas e motociclistas, conforme o meio de transporte que estiver usando;  Não jogar lixo nas ruas;  Votar com consciência, cobrar as promessas feitas em época de eleição e acompanhar o trabalho das pessoas eleitas para cargos públicos;  Participar de atividades de melhoria do espaço em que se vive, como fazer a zeladoria de uma praça ou recolher lixo de uma margem de rio da cidade;   Não depredar o patrimônio público.    As ações acima trazem, em comum, uma ideia implícita: respeito ao outro e à coletividade. Podemos entender a palavra respeito como chave da construção da cidadania no dia a dia. É por meio de ações cotidianas, levando em conta o respeito, a ética, a empatia e o diálogo, que contribuiremos para construir uma sociedade mais justa e harmoniosa, que promova a convivência entre todos.  Seguindo nesse tema, leia neste texto o que é cidadania digital.

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Foto de carros parados em congestionamento com chuva

Por que trabalhar temática de cidades na escola é importante

. Estudo do espaço urbano deve ser feito de forma integrada, para que estudante compreenda o meio em que vive e saiba como lidar com ele  Cerca de 85% da população brasileira vive em cidades. No entanto, os estudantes não aprendem de forma integrada o espaço urbano, no qual moram. Para que eles compreendam o meio em que habitam e como se relacionar com ele, é importante que as escolas promovam o estudo das cidades.  Estudar cidades é compreender sua história, sua geografia, sua economia, sua cultura, enfim, toda a dinâmica envolvida nelas. Esse estudo também leva a pessoa a entender como pode influir nessa dinâmica. E isso é importante, tendo em vista que ela é uma habitante deste meio.  A importância do estudo das cidades na vida dos estudantes  De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 84,72% dos brasileiros moram em áreas urbanas. Isso mostra que a maior parte dos estudantes mora em cidades – aqui entendida como espaço urbano.   “Entender a dinâmica de desenvolvimento e funcionamento das cidades possibilita lidar melhor com os problemas e desafios pelos quais passamos diariamente”, diz Áquila Nogueira, gestor de projetos educacionais da BEĨ Educação. Essa declaração mostra a importância de estudar as cidades de forma sistematizada. “Se pouco conhecemos, como podemos intervir e modificar os problemas que vivemos?”, questiona ele.  Para Nogueira, o estudo das cidades ainda abre caminho para “pensar, imaginar e sonhar soluções e novas possibilidades de viver e interagir” com elas.  Planejamento urbano e dia a dia dos jovens  A realidade dos alunos é permeada pelas consequências da falta de planejamento urbano. Alguns exemplos são o excesso de engarrafamentos de trânsito e a falta de áreas verdes. Também podemos citar enchentes e deslizamentos, como o que ocorreu em São Sebastião em fevereiro de 2023, deixando dezenas de mortos.  “Qualquer um que teve algumas aulas de Geografia e Ciências que abordam o tema sabe que o desmatamento leva à erosão do solo e isso pode gerar desastres”, diz o gestor da BEĨ Educação. No entanto, ressalta ele, é um conhecimento que chega em geral sem relação com o dia a dia do estudante. “Esse saber descontextualizado não ajuda a explicar como esses desastres seguem acontecendo com regularidade”, prossegue. Ainda nesse exemplo, ele complementa: “É importante entender a especulação imobiliária, os interesses envolvidos e a construção de políticas públicas para saber não só o que pode ser feito, mas o que de fato acontece e as razões por trás das escolhas, até para poder participar no processo decisório e cobrar as instâncias adequadas”.  O exemplo do ocorrido em São Sebastião abarca, além de planejamento urbano, outras questões, como saneamento, moradia e desenvolvimento sustentável. “É importante, ainda, discutir questões como a mobilidade, a economia e a cultura”, afirma o gestor.  Quais componentes curriculares estão associados ao estudo das cidades?  Quando pensamos no estudo das cidades, logo nos vêm à cabeça temas associados às Ciências Humanas.  “A Geografia fala das relações espaciais, bastante presentes no estudo de cidades”, pondera o gestor da BEĨ Educação. “A História discute o desenvolvimento das cidades e da relação entre as pessoas”, prossegue ele. “A Sociologia se debruça sobre essas relações interpessoais”, complementa.   Mas esse estudo envolve outras áreas de conhecimento, diz Nogueira. “As Linguagens são centrais na compreensão dos discursos e mesmo da documentação que pauta essas relações”, afirma. Outra área citada por ele é a das Ciências da Natureza. Isso porque ganham cada vez mais relevância na compreensão das relações humanas com o meio em que vivemos. “Afinal, a percepção de que os recursos naturais são cada vez mais finitos pauta as decisões que tomamos”, afirma.   Na análise de Áquila Nogueira, essa pluralidade de temas e áreas reforça a importância de conectar saberes para poder compreender sua posição e possibilidades no espaço público. Desta forma, diz ele, será possível “ter consciência e responsabilidade, com um papel ativo na construção de uma sociedade mais democrática e participativa”.   Leia também: Estudo das cidades coloca em prática conceitos de geografia, história, biologia e outros componentes curriculares  Aprendizado dentro e fora da sala de aula  Promover debates, assistir a filmes e realizar outros tipos de atividade dentro das escolas são algumas formas de estudar sobre a dinâmica das cidades. No entanto, elas não podem ser as únicas. “É difícil conhecer a cidade sentado em uma sala de aula”, reflete Áquila Nogueira.  “Uma mera volta no quarteirão da escola pode levar a descobertas capazes de mudar a relação dos alunos com o lugar onde vivem e, a partir daí, a caminhos que podem impactar todo o curso de suas vidas”, explica.  Áquila destaca que o educador não consegue oferecer todas essas possibilidades sem o apoio da gestão escolar. Por isso, é importante que ela entenda a ideia e facilite o processo. “É importante que a escola invista em atividades externas, como visitas técnicas e invista em ferramentas tecnológicas ou mesmo em materiais mais físicos, como maquetes”, finaliza.  Aprendendo a viver na cidade  Mas esse estudo da cidade pode cair mais ao gosto dos jovens se apresentar uma abordagem inovadora. Pensando nisso, a BEĨ Educação desenvolveu o material Aprendendo a viver na cidade, que integra diferentes saberes sobre o tema.   Alinhado à BNCC, o material adota a metodologia de ensino orientada para projetos. Ele pode funcionar como uma eletiva ou um itinerário formativo. O material é pensado para educadores de diversas áreas e busca estimular a curiosidade e a autonomia dos estudantes. “Além da exposição de temas como meio ambiente, saneamento, economia e habitação, o material sugere atividades que façam com que a turma pense em como lidar com um problema que seja relevante para ela”, finaliza Áquila Nogueira.

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Ilustração mostra mulher avaliando se deve comprar uma TV para aproveitar a oferta, pois ela já tem uma

Educação financeira ajuda jovens a praticar consumo consciente

Escola pode orientar estudantes sobre hábitos para evitar o consumismo, que traz más consequências financeiras e para o planeta   As compras desnecessárias, por impulso, pelo “gosto” de consumir, são uma prática comum. Mas esse costume, chamado de consumismo, traz consequências danosas para o planeta. Além disso, o consumismo pode levar as pessoas a gastar mais do que têm.  Do outro lado, o consumo consciente é uma prática que leva em conta as necessidades da pessoa, suas finanças e o impacto no meio ambiente.   Mas afinal, quais as consequências do consumismo para a Terra? E como ensinar crianças e jovens a evitar um comportamento consumista?    A educação financeira é uma das chaves para evitar o consumismo e promover o consumo consciente. Explicamos mais a seguir.  Qual a diferença entre consumo e consumismo?   Consumo é o ato de adquirir produtos. E é uma ação necessária para a sobrevivência. Afinal, temos necessidade de comida, bebida, remédios, entre outros itens.   Mas o consumismo vai além disso. De acordo com a definição adotada em um dos volumes da coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, “consumismo é o ato de adquirir produtos em excesso e sem necessidade”.   E é na necessidade ou não da compra que reside a principal diferença entre os dois. Se se trata de uma necessidade, sua compra é um consumo. Se compramos um item que queremos, mas de que não necessariamente precisamos e, além disso, o item representa um excesso, a aquisição sai da esfera do consumo simples.    Publicidade incentiva consumismo   Em fevereiro de 2023, o Mapa da Inadimplência elaborado pela Serasa indicava que 70,5 milhões estavam com contas em atraso no país.   Mesmo diante deste cenário em que milhares de famílias precisam quitar compromissos já vencidos, o consumismo é incentivado em diversos espaços. Isso acontece inclusive no ambiente virtual. Uma pesquisa realizada em 2022, que investigou que tipo de conteúdo mais influi sobre compras feitas pela internet, revelou que, das 1.024 pessoas entrevistadas, 60% se declararam influenciadas por publicidade paga de empresas e produtos.    Leia também: O poder dos juros: o que são e como usá-los a seu favor   Consequências do consumismo   Consumir sem necessidade e em excesso traz diversas consequências. Talvez a mais fácil de constatar seja a financeira.    Uma compra sem necessidade tira recursos que poderiam ser usados para produtos ou serviços mais importantes. Além disso, esse comportamento pode levar o consumidor a gastar mais do que pode, contraindo dívidas. E, se for repetido várias vezes, pode desestabilizar as finanças pessoais.   Outra consequência do consumismo é para o planeta. Recursos naturais cada vez mais escassos são consumidos para a produção dos itens comprados. Dessa forma, ao adquirir produtos que não são essencialmente necessários, sobrecarregamos ainda mais a Terra.   A lição sobre consumismo da coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, traz uma figura que resume esse ciclo. Confira:   Educação financeira e consumo consciente  A educação financeira é uma das ferramentas-chave para a prática do consumo consciente entre adolescentes. A escola tem um papel fundamental nesta instrução. “É preciso tornar o consumo consciente um hábito”, afirma Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação. “Aí está a importância de construirmos essa consciência ao longo da vida escolar do estudante”, diz a especialista.   Da Educação Infantil ao Ensino Médio, orientações sobre hábitos de consumo consciente precisam estar no radar dos educadores. Isso se torna ainda mais importante diante das consequências que um consumo desenfreado tem sobre o meio ambiente.    “É preciso conscientizar as crianças e os jovens dos novos hábitos de consumo, como a economia circular, capaz de orientar sobre o não descarte de produtos em boas condições”, explica Hack. “Os estudantes precisam aprender desde cedo que, quanto mais consumimos, mais lixo produzimos e mais danos ao meio ambiente geramos”, afirma a gerente da BEĨ Educação.    Como aplicar educação financeira em diferentes idades   Na Educação Infantil, as crianças ainda não têm conhecimento das operações matemáticas. Por isso, Hack sugere que esse tema seja trabalhado por meio de dinâmicas de trocas de objetos ou conversas que façam os alunos refletirem sobre como a compra de brinquedos novos pode ser desnecessária.    Já no Ensino Fundamental, é possível inserir discussões sobre juros, parcelamento e pesquisa de preço. “Nessa fase, alguns alunos começam a ganhar mesada e a calcular seus próprios gastos, então é o momento de a escola trazer essas questões mais técnicas, sempre junto à conscientização”, explica Hack.    No final do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, a discussão pode ser aprofundada, vinculando a questão da economia circular à sustentabilidade. “Para alunos dessa faixa etária, é possível proporcionar um nível de profundidade muito maior sobre como o consumismo é prejudicial”, afirma Hack.    “É uma ótima oportunidade para trabalhar nos estudantes um olhar sistêmico que relacione a crise climática e a poluição à necessidade de mudar nossos hábitos de consumo”, acrescenta.   Débora Hack reforça a importância de que temas como consumismo e direitos do consumidor sejam trabalhados de forma transversal. “Esse assunto precisa estar presente em diversos componentes curriculares, como nas aulas de Matemática, quando se trata de cálculo de juros no momento de uma compra”, sugere.    “Também pode ser trabalhado em interpretação textual, quando se fala sobre o entendimento do texto de documentos como o Código de Defesa do Consumidor”, explica Hack.     Outra forma de apresentar o tema é por meio de projetos, a partir dos quais o estudante poderá fazer pesquisas mais aprofundadas sobre seus direitos enquanto consumidor.     Para saber mais, confira neste texto por que promover consciência e educação financeira é importante para evitar inadimplência.

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Imagem de fundo azul mostra cinco blocos de madeira com ícones associados a educação e reciclagem

Novo Ensino Médio: como professores podem se manter atualizados?

Confira neste texto dicas de capacitação para aliviar os impactos sobre os educadores   O Novo Ensino Médio traz mudanças tanto para estudantes quanto para educadores. Embora esteja em discussão, é certo que ele vai alterar essa etapa da educação básica. E como os professores podem se preparar para o Novo Ensino Médio?   Entre os pilares fundamentais da nova resolução, podemos destacar dois. O primeiro é a preparação para o tempo integral. O segundo é a definição de uma nova organização disciplinar, mais flexível.    No modelo novo, os docentes são motivados a exercer suas práticas educacionais conforme todas as propostas exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pelos itinerários formativos. Para isso, eles precisarão replanejar as aulas. Isso será necessário para atender o novo currículo integrado e as alterações que incluem as diferentes áreas do conhecimento.   Entenda mais sobre o novo modelo e como os educadores podem se preparar para ele.   Leia também: Novo Ensino Médio: os 5 principais desafios para a implementação em 2023   O que é o Novo Ensino Médio    É o novo modelo que deve vigorar para essa etapa da Educação Básica. Ele está previsto pela lei nº 13.415/2017. De acordo  com o Ministério da Educação, “essa mudança tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros”. Atualmente, o modelo passa por discussão em todo o país.   O MEC diz ainda que essa nova estrutura deve “aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade”.    Leia também: O que é Projeto Político Pedagógico da escola, o PPP? Entenda   Como professores podem se preparar para o Novo Ensino Médio   Para estarem prontos para o Novo Ensino Médio, os educadores precisarão mudar sua visão do ensino. Essa é a avaliação de Natália Alonso, gestora de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação.   “Os professores devem buscar uma visão ampla e disruptiva do ensino, mirando um trabalho integrado entre os componentes curriculares”, diz. Além disso, ela afirma que será necessário aproximar os projetos cada vez mais da realidade do estudante. Para Natália, essa atitude fará com que o ensino “se torne mais real, significativo e, acima de tudo, aplicável no dia a dia do estudante”.    Desta forma, avalia a gestora, “as competências de cada um passarão a ser desenvolvidas para além dos muros da escola”.   Para essa mudança, será necessário que as escolas providenciem formação e capacitação dos materiais e itinerários aplicados aos educadores.   Por sua vez, Natália levanta cinco dicas de capacitação para os educadores se alinharem às mudanças do Novo Ensino Médio. Confira a seguir!   Maior autonomia aos estudantes   O educador deixou de ser o detentor único do saber e passou a ser o mediador de sua turma. Com os itinerários e projetos, o estudante solidifica seu papel de protagonista. Por isso, o educador precisará trabalhar essa competência – o protagonismo – constantemente com seus alunos . Ela, inclusive, faz parte das competências gerais da BNCC, com equilíbrio e entendendo que autonomia envolve também maior responsabilidade. O professor deverá, portanto, introduzir esta prática mais independente de maneira gradativa, de forma a exercitar sua escuta ativa e respeitar a diversidade.   Colocar o conhecimento em prática   A atualização do educador não deve ser apenas teórica: os conceitos devem ser postos em prática. Nesse sentido, metodologias ativas podem e devem ser cada vez mais utilizadas. Elas proporcionam protagonismo, integração entre áreas de conhecimento e maneiras diversas de aprender.   Leitura constante   A leitura de autores consagrados e de novos autores são fatores essenciais para as novas práticas. Temas importantes a serem buscados nas obras são pilares de inovação, introdução do ensino híbrido e trabalho por projetos. É imprescindível que os educadores se atualizem sem deixar para trás o que já foi aprendido. Afinal, é frutífero alinhar diversas ferramentas para desenvolver o trabalho em sala de aula.   Trocas e mais trocas   As formações de educadores realizadas de maneira síncrona são muito importantes para trocas, insights e discussões. E elas podem acontecer tanto on-line quanto presencialmente. Quando colocam a “mão na massa” e exercitam os conceitos já aprendidos, eles podem vivenciar práticas para serem aplicadas também com os estudantes. E isso dá maior sentido à imersão.      Inovação digital   O uso de tecnologias, as chamadas TDICs (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação), é um grande diferencial nesse processo. Isso deve ser feito na medida do possível, considerando também os recursos disponíveis na escola. As TDICs integram diversas esferas da realidade dos estudantes. Além disso, enriquecerem conteúdos e componentes, permitindo projetos que consolidem diversos conhecimentos.    Nesse sentido, as TDICs podem funcionar como formas diferentes de introduzir um mesmo conteúdo, abarcando as diferentes formas de aprender e proporcionando um aprendizado personalizado.   Para se aprofundar ainda mais, entenda, neste texto, o que é o ensino personalizado e quais são seus benefícios.

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Ilustração mostra mulher de vestido rosa sendo puxada do lado esquerdo por um cifrão azul com auréola e do lado esquerdo por um cifrão laranja

O poder dos juros: o que são e como usá-los a seu favor

Entender o que são juros e como eles afetam o dia a dia do consumidor é uma importante lição de educação financeira O que são os juros? Por que eles existem? Existe alguma forma de o consumidor usar as taxas de juros a favor de suas finanças?   Entender o que são as taxas de juros faz parte da educação financeira. Um consumidor com esse conhecimento saberá como avaliar as taxas tanto em empréstimos e crédito quanto em aplicações. E, assim, conseguirá obter benefícios com o “poder” dos juros.   O que são juros    Podemos dizer que os juros são o preço do aluguel do dinheiro. Sim, o dinheiro tem um preço. Quando você empresta dinheiro a alguém, espera receber o valor e mais um acréscimo de volta. Isso porque você deixou de poder usar o dinheiro que tinha agora. E, por isso, deve receber uma remuneração em troca. De uma certa forma, “alugou” seu dinheiro para quem o tomou emprestado.   Da mesma forma, quem pediu esse recurso emprestado precisa pagar o preço por essa operação. E esse preço é expresso pela taxa de juros.   Mas por que taxa de juros? O que são taxas?   Na coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, encontramos a seguinte definição: taxa é uma porcentagem que é adicionada ou subtraída de um número. Quando a taxa é adicionada, pensamos nela como um acréscimo. Por outro lado, quando ela é subtraída, pensamos nela como um desconto.   Em geral, as taxas de juros são expressas em função de um tempo. Por exemplo: 10% ao ano, 1% ao mês etc.   Leia também: Educação financeira ajuda estudantes a planejar gastos e fazer escolhas conscientes Juros simples e juros compostos   Voltando aos juros, é importante conhecer a diferença entre juros simples e juros compostos. No site Por Quê – Economês em Bom Português, encontramos as definições e explicações.   Os  juros compostos são assim chamados quando os juros cobrados – ou pagos – incidem sobre o valor principal e sobre os juros de cada período. O mercado financeiro está organizado em torno dos juros compostos. Investimentos pagam juros sobre juros; em dívidas, juros também incidem sobre juros. Isso significa que um investimento cresce de maneira exponencial: quanto mais tempo você deixa o dinheiro lá, mais juros são gerados, e mais juros incidem sobre juros.  No caso dos  juros simples, os juros incidem apenas sobre o valor inicial, de maneira fixa. Os juros de cada período não entram no cálculo do próximo.   Essa é a grande  diferença entre juros simples e juros compostos:   nos juros simples, os juros são cobrados – ou pagos – apenas sobre o valor inicial;   nos juros compostos, os juros são cobrados – ou pagos – sobre o valor inicial e sobre os juros do período anterior.   Com um exemplo, fica mais fácil de entender.   Suponha que você tenha R$ 500 para investir e pode manter esse dinheiro aplicado por dois anos. E que você escolha um investimento que lhe promete uma taxa de juros de 10% ao ano.   Em um sistema de juros simples, a taxa incide apenas sobre o valor investido. Então, tanto no primeiro como no segundo anos, você receberá R$ 50 a título de juros. No período inteiro, você terá ganhado R$ 100 de juros.   Já no sistema de juros compostos, juros incidem não apenas sobre o principal, mas também sobre os juros ganhos no primeiro ano.   No caso, você receberá os R$ 100, que são os juros sobre o principal, mais um adicional sobre R$ 50 × 10% = R$ 5, que são os juros sobre os juros ganhos no primeiro ano. Então, no fim de dois anos, os juros totais ganhos são iguais R$ 105.   Um exemplo numérico mais longo   Em dois anos e nesse exemplo, a diferença parece pouca. Mas o poder dos juros compostos cresce com o tempo. Os economistas do Por Quê? elaboraram um gráfico que mostra como ela é grande.    Partindo dos mesmos R$ 500 do exemplo acima, foram consideradas duas taxas de juros ao ano: 10% e 12%. Elas parecem muito próximas, certo? Mas vejamos o que acontece ao longo do tempo. Depois de 10 anos, o valor do investimento com a taxa mais alta será cerca de 20% maior que o outro; depois de 20 anos, a diferença chega a 43%.     Fatores que influenciam os juros pagos   Em entrevista ao blog da BEĨ Educação, o consultor financeiro Manoel Garcia Canabal explica os três fatores que influem nessa dinâmica dos juros compostos. O primeiro é a metodologia de cálculo, ou seja, o fato de os juros de cada período também virarem uma nova base de cálculo.    O segundo fator, segundo ele, é a taxa contratada. “Antes de fechar uma negociação, é muito importante verificar as oportunidades de empréstimos que oferecem taxas mais vantajosas”, recomenda ele.    O terceiro fator é o prazo do empréstimo. O consultor explica que os prazos longos com parcelas pequenas absorvem maior montante de juros. Por isso, ele recomenda que, sempre que houver condições, deve-se optar por um prazo menor com parcelas de maior valor.    Dívida é sempre ruim?   Em geral, quando ouvimos a palavra “dívida”, costumamos associá-la a algo prejudicial, negativo. Mas será que dívida é sempre ruim?   Na visão do consultor financeiro, a resposta é não: a dívida não é sempre ruim. No entanto, ele observa a necessidade de ter clareza sobre o objetivo a ser alcançado com o valor obtido. “Se os recursos não forem utilizados, gerarão uma perda de patrimônio pelos juros cobrados, por menores que sejam”, afirma. Manoel Canabal lembra que o endividamento pode ser usado para dois fins principais. O primeiro é a cobertura de contas a pagar para as quais não temos recursos suficientes. Nesse caso, em geral se usam empréstimos.    Usar esses valores para quitar contas de maneira mais imediata serve a vários propósitos positivos. Um deles é não ficar sem o fornecimento de água, luz e telefone, quando forem contas de consumo. Outro é não ficar sujeito a processos judiciais nos casos em

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Foto mostra livros didáticos abertos em cima de uma mesa com uma lousa verde ao fundo

A importância do livro didático na era digital

Brasil tem o maior programa de distribuição de livros didáticos do mundo, o que contribui para a democratização do ensino    O livro didático é uma das principais, senão a principal, ferramentas pedagógicas usadas nas escolas de todo o país. Mas qual a importância do livro didático? Ele segue com a mesma relevância no mundo digital?   A resposta é sim, pelo menos no Brasil. Aqui, muitas vezes ele é o único instrumento pedagógico disponível. O país tem o maior programa público de aquisição e distribuição de didáticos. E dedicamos o dia 27 de fevereiro para celebrá-lo.      A história do livro didático no Brasil   No século XIX, boa parte dos livros escolares usados no Brasil era traduzida do francês. Havia poucas obras escritas por autores brasileiros, geralmente professores do Imperial Colégio de Pedro II, no Rio de Janeiro.   De acordo com a linha do tempo elaborada pela Abelivros, em 1938 um decreto-lei estabeleceu a criação da Comissão Nacional do Livro Didático. O objetivo era fiscalizar todas as obras a serem usadas nas escolas brasileiras.    Dez anos depois, foi lançado o livro escolar mais famoso do país: a cartilha “Caminho suave”, de Branca Alves de Lima. A obra foi muito popular até os anos 1980 e, em 2011, chegou à sua 131ª edição.   A partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961, houve uma expansão significativa da rede pública de ensino. Esse movimento foi acompanhado de investimentos do Ministério da Educação para aquisição e distribuição de obras escolares. No entanto, os recursos eram inconstantes e nem sempre atendiam os estudantes a tempo.   Foi em 1985 que o decreto 91.542 instituiu o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O programa passou a ser uma política de Estado, atendendo a milhões de estudantes.   Nos anos 1990, foi elaborado o Guia de Livros Didáticos, contendo critérios para avaliação e elaboração das obras.   Leia também: Entenda a importância do livro didático para um ensino democratizado     O Programa Nacional do Livro Didático   O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) compreende um conjunto de ações voltadas para a distribuição de obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinadas aos alunos e professores das escolas públicas de educação básica do país.   A compra das obras e a gestão do programa são centralizadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A escolha dos títulos, por outro lado, é descentralizada. Dentro de um “cardápio” disponibilizado a cada ano, diretores e educadores podem escolher os livros que fazem mais sentido para sua realidade escolar.   Assim, o programa confere autonomia a cada gestor escolar para estabelecer os livros que serão adotados. Além disso, ao centralizar as compras, pode-se obter maior eficiência de gastos.   Frequentemente, o programa brasileiro é apontado como o maior do gênero no mundo. E, de fato, os números são grandiosos.   O anuário da Abelivros (Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais) aponta que, em 2021, foram adquiridos um total de 136,8 milhões de livros por meio do programa. Esse volume beneficiou 28,8 milhões de estudantes de todo o país.   O programa foi recentemente ampliado para outros tipos de obras literárias. E, em 2023, a previsão é que ele se estenda para livros digitais também.   Leia também: Como fazer bom uso dos recursos digitais para aumentar o engajamento dos jovens?    A importância do livro didático    Mas, num mundo digital, o livro didático continua tendo importância?  Em entrevista à Nova Escola, Circe Bittencourt, que pesquisa o assunto há mais de 20 anos, diz que sim. Segundo ela, muitas vezes o livro é o próprio currículo escolar.    Além disso, Circe destaca que muitos educadores se baseiam nele para preparar suas aulas. “Ao mesmo tempo, o livro didático tem a função de formar os professores”, afirma.   Na entrevista, a especialista diz que sites e programas de TV podem ser usados como materiais didáticos. No entanto, é o livro que guarda a função de sistematizar o conhecimento escolar.   Circe, que é docente da Faculdade de Educação da USP, enumera o que os educadores precisam levar em conta para escolher uma obra a ser usada em classe. “O educador precisa conhecer bem para quem vai lecionar”, afirma. “Com base nisso, pode ser que o docente julgue necessário que a obra tenha uma linguagem mais simples ou muitas atividades, por exemplo”, disse ela na entrevista.   Já Winder Almeida, presidente do SinepeMG, falou ao blog da BEĨ Educação   sobre as características que as escolas devem observar na hora de escolher os materiais didáticos.   Ele afirmou que a escolha do material didático de cada instituição de ensino vai depender “da proposta pedagógica que ela quer oferecer aos seus alunos e do investimento que tanto a escola quanto as famílias estão dispostas a oferecer”.   Para Almeida, “a instituição deve priorizar algumas habilidades, que despertem nos alunos criatividade, praticidade na hora da execução, colaboração e empatia com a comunidade escolar em um todo”.   O presidente do SinepeMG elencou mais alguns pontos a serem observados. O material, em sua visão, deve ajudar a desenvolver o “pensamento crítico do estudante na hora em que lhe aparecerem situações e pautas que envolvem a sociedade”.   E finaliza destacando que, desta forma, o material vai colaborar com “o desenvolvimento desse jovem como um adulto responsável e com atitudes conscientes”.   Os meios digitais são muito importantes e fazem cada vez mais parte de nossas vidas. Mas ainda há obstáculos para sua adoção em salas de aula. Confira neste texto a pesquisa que mostra quais as dificuldades para adotar tecnologias digitais nas escolas brasileiras.  

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Cinco estudantes do Ensino Médio de costas caminham para a porta da escola. Dois estão abraçados e dois estão batendo as mãos no alto

Novo Ensino Médio: os 5 principais desafios para a implementação em 2023

Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação, avalia quais serão as maiores dificuldades a superar     A partir de 2023, todas as instituições públicas e privadas do país devem entrar em conformidade com as regras do Novo Ensino Médio. As normas e a estrutura do modelo constam da lei 13.415/2017. Isso traz para as escolas alguns desafios para implementarem o Novo Ensino Médio.   A proposta visa propiciar uma série de inovações para todos os envolvidos na gestão escolar. Isso inclui desde estudantes a docentes e gestores.  Neste texto, vamos explicar as principais características do modelo. Além disso, abordaremos os  cinco principais desafios para sua implementação.   Leia também: Saiba o que muda no papel dos educadores com o novo Ensino Médio  O que é o Novo Ensino Médio  É o novo modelo que deve vigorar para essa etapa da Educação Básica. Ele está previsto na lei nº 13.415/2017. De acordo com o Ministério da Educação, “essa mudança tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros”. O MEC diz ainda que essa nova estrutura deve “aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade”.   Há dois pilares fundamentais para a implementação deste modelo. O primeiro é a preparação para o ensino em tempo integral. O segundo é a definição de uma nova organização curricular, mais flexível. Os estudantes estarão em contato com componentes curriculares típicos, que já conhecem. Mas, junto deles, deverão escolher áreas de aprofundamento: os itinerários formativos.   Segundo Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação, “os itinerários formativos são uma maneira de os jovens escolherem o que gostariam de estudar, com base no que os instiga”. A especialista explica essa novidade. “São percursos propícios a desenvolver as expectativas de aprendizagem de cada área do conhecimento e, dentro desse recorte, aptos a colocar em prática tudo o que foi ensinado.”  Complementação do processo Para complementar esse processo, há a adoção do trabalho por projetos. Ele busca fazer com que os estudantes entendam suas próprias atuações em um cenário real. Os alunos passam pelas etapas de pesquisa, compreensão de contexto e criação de protótipos. Assim, o ensino tradicional, mais comum no modelo anterior, vai dando espaço à interação com o conhecimento de maior profundidade.  Abre-se, assim, a possibilidade de trabalhar com o Projeto de Vida dos estudantes, por exemplo. Ele propõe um processo de autoconhecimento, em que os alunos aprendem a fazer suas próprias escolhas e planejar seus objetivos pessoais.  Leia também: Construir um projeto de vida auxilia o jovem a gerir sua própria trajetória  Cinco desafios para a implementação do Novo Ensino Médio   Sabendo da importância da elaboração de currículos estudantis de referência, Hack levanta cinco desafios para a implementação do Novo Ensino Médio que as escolas virão a enfrentar. Confira abaixo quais são eles.  1)      Aumento da carga horária  O Ensino Médio deixará de ter 2.400 horas de carga horária mínimas. Elas serão substituídas por 1.800 de formação geral básica e 1.200 de itinerários formativos, totalizando 3.000. As escolas já deveriam ter começado a implantar esta grade visando as mudanças para o ENEM de 2024.   Contemplar este número sem aumentar as mensalidades ou a carga horária dos educadores, deixando possíveis lacunas no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, tende a ser um grande quebra-cabeça.  2)      Trabalho por áreas de conhecimento  Antes, os conteúdos eram trabalhados de forma isolada, cada um em seu próprio componente curricular. A partir do Novo Ensino Médio, a ideia é que os estudos sejam direcionados por áreas de conhecimento. São elas:   Matemática e suas Tecnologias   Linguagens e suas Tecnologias   Ciências da Natureza e suas Tecnologias   Ciências Humanas e Sociais Aplicadas   O desafio é sincronizar essas esferas junto aos educadores.  Alguns exames já começaram a colocar essa proposta em prática, como a primeira fase da Fuvest 2023.    3)      Foco em metodologias ativas    Aula invertida, autonomia de estudos, trabalho por projetos… Essas são algumas das estratégias que devem passar a ser utilizadas nas salas de aula. Elas colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem.   Para isso, as escolas precisam criar novos processos formativos, libertando os professores das “amarras conteudistas”. Interação e diálogo com o conhecimento são o grande foco.    4)      Operacionalização do novo modelo  Como operacionalizar a instituição de ensino dentro dessas novas exigências? O colégio, antes de executar, terá de pensar e planejar, compreendendo que as áreas precisam se conectar e, ao mesmo tempo, atribuir maior autonomia aos estudantes.   Esse processo é lento; logo, criar uma organização efetiva será uma estruturação a longo prazo. Além da hora-aula obrigatória, incorporar os itinerários à grade também será necessário.    5)      Escolha dos próprios itinerários  As escolas devem oferecer, pelo menos, um itinerário formativo de cada uma das quatro áreas de conhecimento. Essa medida torna o estudante protagonista do processo escolar. Anteriormente, todos os componentes curriculares eram padronizados e levados ao aluno, sem o apoio necessário para que ele fizesse as melhores escolhas para sua trajetória.   Essa é a ideia por trás do Projeto de Vida, por exemplo, por meio do qual os educadores investem na potencialidade dos jovens. O educando, assim, passa a ter mais voz.    Essa nova estrutura pode trazer dúvidas aos estudantes quanto a como escolher os itinerários formativos que vão cursar. Neste texto, damos algumas dicas. 

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