Especialistas das esferas pública e privada abordam os desafios e benefícios na implementação do Novo Ensino Médio , a partir de 2022, em seminário promovido pela BEĨ Educação
Segundo dados recentes do Ministério da Educação, 28.933 escolas, 7.550.753 estudantes e 550.782 docentes da Educação Básica romperão com o modelo curricular tradicional e iniciarão, no próximo ano letivo, o percurso do Novo Ensino Médio no Brasil.
“É uma virada de chave. O objetivo será aproximar a escola da realidade do estudante, ao considerar novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida na sociedade contemporânea ”, afirma o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Mauro Luiz Rabelo.
Para o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, o grande desafio será monitorar o processo de implementação da nova arquitetura do Ensino Médio , que deve acontecer de maneira gradual em boa parte das escolas.
“Acreditamos que o primeiro ano ainda estará focado na formação geral básica, com ênfase no Projeto de Vida e iniciando os itinerários formativos. No segundo ano, o que se espera é uma presença maior dos itinerários e um tempo menor para a formação geral básica. Já no terceiro ano, a perspectiva é de ampliação dos itinerários com aprofundamento das áreas de conhecimento. ”
“Este é um momento de transição e quebra de paradigmas. É necessário trabalhar com cautela as bases, o Projeto de Vida e os itinerários. O Ensino Médio não pode ser visto somente como preparação para o Enem ou o vestibular visando o ingresso na faculdade e, sim, uma etapa com significado para a aprendizagem, a carreira e a vida do aluno”, ressalta Bruno Eizerik, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP).
Capilaridade no país da diversidade e desigualdade
No Brasil, os desafios na implementação do novo Ensino Médio são potencializados diante de distintas realidades. Para o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Getúlio Marques, acompanhamento e apoio serão decisivos nesta mudança. “A nova proposta aponta um cenário positivo, com alunos mais engajados, melhoria da aprendizagem e redução da evasão, porém é natural que surjam dúvidas nas escolas e o ritmo seja diferente na efetivação deste processo, no universo heterogêneo de instituições públicas e privadas de ensino nas instituições várias regiões do país. ”
Capacitação dos professores e métodos de avaliação
Há uma forte preocupação do ecossistema educacional com a formação de professores para o novo Ensino Médio que “deve ser inovada e reforçada, levando em conta as áreas de conhecimento e as possibilidades de articulação, bem como uma conexão entre os diversos componentes curriculares”, aponta a presidente do CNE. “O professor precisa se preparar para assumir um outro papel, o de mediador”, acrescenta o vice-presidente do Consed.
Os sistemas de avaliação também estão na agenda de prioridades. “Ainda não temos uma matriz definida para o Enem e o Saeb. Esta é uma questão urgente ”, sinaliza o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP).
O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) diz que é preciso um modelo que, não está alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ao novo Ensino Médio , mas dê feedback sobre competências e habilidades mais complexas.
Confira o Seminário ´Compreendendo o Novo Ensino Médio \’na íntegra: acesse aqui