Características como autonomia, criatividade e capacidade de aprender ao longo da vida são essenciais para transitar em um mundo que se transforma muito rapidamente
No mercado de trabalho, a remuneração dos profissionais aumenta conforme avança a escolaridade. De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda mensal de uma pessoa que tem apenas o ensino fundamental é de R$ 1.200, valor que chega a R$ 1.800 se ela concluiu o ensino médio e quase triplica (R$ 5.100) para quem possui diploma de ensino superior.
Esse incremento na renda é mais forte ainda para aqueles que cursaram pós-graduação, sobretudo em nível de mestrado ou doutorado, chegando a R$ 9.700 e R$ 13.800, respectivamente. Ou seja, na comparação entre a base e o topo da escolaridade, o crescimento salarial é de mais de dez vezes.
No entanto, para disputar uma vaga no concorrido mercado de trabalho, sobretudo em um mundo que atravessa uma revolução digital, apenas os conteúdos e competências técnicas não são mais suficientes.
No relatório “Emprego dos sonhos — Aspirações de carreira de adolescentes e o futuro do trabalho”, de 2020, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que os jovens que estão chegando hoje ao mercado têm mais qualificação e anos de escolaridade do que todas as gerações anteriores, o que é uma ótima conquista, mas isso por si só não é garantia de melhores empregos e condições de vida
A velocidade com que os avanços tecnológicos acontecem trazem mudanças a todos os setores da sociedade e exigem profissionais que saibam lidar com essas transformações e estejam sempre prontos a aprender. Para isso, tão importante quanto um diploma universitário são as habilidades socioemocionais que permitem às pessoas terem autonomia para buscar conhecimentos, comunicarem-se com assertividade, serem proativas e inovadoras e desenvolverem a liderança, a criatividade e o pensamento crítico. \”A nova geração de cidadãos requer não apenas fortes habilidades acadêmicas, mas também curiosidade, imaginação, empatia, empreendedorismo e resiliência\”, diz o relatório.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, grande parte das crianças de hoje vai trabalhar em profissões que ainda nem existem. Nesse cenário, a capacidade de adaptação a diferentes situações e de atuar de forma colaborativa para encontrar soluções para os problemas de um mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo serão cada vez mais valorizadas.