Levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2020, apontou que 50 milhões de pessoas pretendem abrir uma empresa nos próximos três anos, um aumento de 75% em relação a 2019, antes da pandemia. Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, ter o próprio negócio é o segundo maior sonho do brasileiro, atrás apenas do desejo de viajar. Para além da necessidade, muitos revelaram a intenção de se adaptar ao novo mercado de trabalho.
Mas não basta ter o desejo de empreender, nem tampouco vocação para os negócios. É preciso educação empreendedora e ela começa na escola. Ao despertar os estudantes para a
resolução de problemas e a tomada de decisão, estimulando ideias inovadoras, competências socioemocionais, senso crítico, visão 360º, com autonomia e responsabilidade, educadores preparam um solo fértil para a originalidade, protagonismo, cidadania e dinamismo da mentalidade empreendedora de crianças e jovens.
Conteúdo transversal que deve estar presente desde o ensino infantil, o empreendedorismo é um dos quatro eixos estruturantes do Novo Ensino Médio, que entra em vigor em 2022, ao lado de investigação científica, processos criativos e mediação, e intervenção sociocultural.
O empreendedorismo pode ser contemplado no aprofundamento dos itinerários formativos, dentro do Projeto de Vida e como uma eletiva. Nos dois primeiros casos, são desenvolvidas competências fundamentais para a vida toda, entre elas cooperação, empatia, trabalho em equipe, comunicação, criatividade e liderança para atuar como agente de transformação social.
Já na eletiva, o empreendedorismo é apresentado como opção de carreira profissional.
Os estudantes entram em contato com os desafios e as possibilidades deste universo e aprendem na prática, por meio de projetos, modelo de negócios, estratégias, gestão e operação.
Jovens empreendedores
De acordo com uma pesquisa conduzida em 2019 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 80% dos empresários de até 24 anos haviam pensado em se tornar um empreendedor antes dos 18 anos, sinalizando a tendência das novas gerações ocuparem cada vez mais espaço neste mercado.
A escola, nesse sentido, pode ser uma grande incubadora de novos negócios no futuro, com soluções originais para os problemas básicos e complexos da sociedade contemporânea. A experiência do empreendedorismo, calcada na observação, análise, tentativa e erro, com projetos intra e extramuros – de uma proposta de melhoria para o ambiente escolar a uma ação voltada a resolver uma dificuldade da comunidade do entorno – é a chave para desafios maiores neste século, ao exercitar a resiliência, a persistência, a colaboração e a reinvenção.