A convivência em um mesmo ambiente permite a valorização da diversidade e das singularidades de cada um; escola deve ter projeto e práticas que possibilitem a integração dos alunos e as adaptações curriculares necessárias
A educação inclusiva diz respeito a uma concepção de ensino que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação, independentemente de diferenças étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero. Baseada na ideia de igualdade de oportunidades e valorização da diversidade humana, defende que todos os estudantes devem conviver em um mesmo ambiente, interagindo e aprendendo juntos, sem nenhum tipo de discriminação.
No caso dos alunos com deficiência, para que isso aconteça, as escolas regulares precisam ter um projeto pedagógico e práticas que permitam o acesso às aulas, a adaptação de conteúdos, o desenvolvimento global desses estudantes e a integração com os demais colegas. Para serem mais efetivas, essas ações devem envolver não apenas os professores e a coordenação, mas uma rede de apoio que compreende os gestores, as famílias, a comunidade escolar e parcerias interdisciplinares, com profissionais como psicopedagogos, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
Mas, por estarem a maior parte do tempo com os alunos, serem pessoas de referência para a classe e terem papel central nas relações de ensino e aprendizagem, os professores são figuras fundamentais no planejamento, na elaboração e na condução das estratégias de inclusão. Nesse contexto, devem encontrar suporte da direção e ter interlocutores diversos para a discussão de casos e a formulação das ações. Um tempo maior para conhecer os alunos e interagir com eles também é necessário. Igualmente importante são as formações e os cursos de capacitação na área.
Na sala de aula inclusiva, o processo de ensino e aprendizagem deve privilegiar a construção coletiva e o trabalho colaborativo, com a ajuda mútua entre os alunos, respeitando os diferentes ritmos e necessidades, bem como as singularidades e contribuições de cada um. A avaliação da aprendizagem, por sua vez, necessita ser compatível com os conteúdos e com as atividades realizadas e com as metas estabelecidas.
Os benefícios desse tipo de educação não se limitam apenas aos alunos que têm deficiência, mas se estendem a todos os estudantes. Além de proporcionar ganhos na socialização e no desenvolvimento emocional de todos, estudantes sem deficiência que têm essa experiência costumam valorizar mais a diversidade e ter mais empatia e tolerância.