Assegurar que todos possam transitar por espaços públicos ou privados, frequentar diferentes locais e participar da vida social fortalece a cidadania e enriquece a experiência de viver em áreas urbanas
As cidades estruturam a vida social e formam o cenário onde vivemos, moramos, estudamos, trabalhamos e nos relacionamos com as pessoas. Quanto mais acessível e inclusiva for o seu projeto arquitetônico, mais condições ela terá de propiciar o exercício da cidadania de forma plena a todos os seus habitantes.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,2% da população, possuem algum tipo de deficiência, incluindo dificuldades motoras e sensoriais (auditivas ou visuais).
Ainda que a Lei de Acessibilidade (Lei 10.098/2000) tenha estabelecido regras e critérios para garantir os direitos de locomoção e participação dessas pessoas no contexto social, muitas ainda encontram grandes dificuldades. Esses entraves dizem respeito, sobretudo, à locomoção tanto no espaço urbano, em relação ao uso de vias públicas e transportes coletivos, quanto no ambiente interno de construções e edifícios.
A acessibilidade arquitetônica está relacionada à existência de uma série de recursos que propiciam a circulação e a permanência de todos os cidadãos com autonomia e segurança em diferentes espaços, públicos e privados. Ela deve ser considerada desde o momento em que um espaço é projetado até o seu acabamento, no que se refere a sinalizações e revestimentos de objeto e equipamentos urbanos. No caso de pessoas que têm mobilidade comprometida ou reduzida, elevadores e rampas de acesso, bem como a largura adequada de portas e corredores para permitir a passagem de cadeiras de rodas, são alguns desses elementos. Em relação a pessoas com dificuldades sensoriais, audioguias para deficientes auditivos e linguagem braile e pisos táteis para cegos constituem exemplos.
Uma cidade acessível e inclusiva é aquela que assegura a toda e qualquer pessoa transitar por espaços públicos ou privados sem que haja barreiras arquitetônicas que impossibilitem o convívio em áreas de acesso, circulação ou permanência. Os projetos arquitetônicos devem atuar no sentido de promover o convívio com a diversidade e oferecer igualdade de oportunidades para que todos os cidadãos participem da vida social.