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Dia da Internet Segura: entenda essa mobilização mundial

Em 2024, data será celebrada em 6 de fevereiro em mais de 180 países sempre sob o tema Unidos para uma internet mais positiva Todos os anos, mais de 180 países se reúnem em uma mobilização global por uma internet segura. O movimento acontece em fevereiro e é marcado pelo Dia da Internet Segura.    No Brasil, as ações são coordenadas pela SaferNet Brasil, uma organização de atuação nacional sem fins lucrativos.  Em 2024, a data será celebrada em 6 de fevereiro, sendo o 16º ano em que a mobilização é realizada no país. O tema é sempre buscar estar “unidos para uma internet mais positiva”.      Mas o que é uma internet segura? E qual a importância da educação midiática para alcançá-la? São algumas das questões que discutiremos neste texto.   O que é internet segura   Quando falamos em internet segura, logo vêm à mente senhas de contas bancárias e de perfis pessoais, como e-mail e redes sociais. Também lembramos de notícias de golpes virtuais. E esse é um ponto importante de fato.   Mas uma internet segura vai além desses aspectos. Ela inclui promover uma rede sem crimes virtuais, como promoção de discursos de ódio e intolerância – incluindo xenofobia, racismo e outras formas de discriminação – e crimes sexuais. Há ainda os casos de perfis falsos para aliciamento de jovens em redes sociais e ambientes de jogos interativos. E não podemos deixar de falar das famosas “fake news”, que também podem configurar crimes.   Além disso, a internet segura é uma rede em que se possa navegar de maneira positiva do ponto de vista emocional. Aqui podemos citar como contraexemplo os casos de cyberbullying, além dos recentes “cancelamentos” nas redes.   O Dia da Internet Segura   O Dia da Internet Segura começou como uma iniciativa do projeto EU SafeBorders, da União Europeia, em 2004. O  objetivo da data é promover a utilização segura da internet por todas as pessoas. Há um foco especial em crianças e adolescentes, por estarem especialmente expostos a riscos na rede.   Em 2005, a rede conjunta Insafe-INHOPE, que congrega as organizações que desenvolvem o uso consciente da internet na União Europeia, retomou a ação. Desde então, esse dia, conhecido Safer Internet Day  (SID), passou a ser celebrado anualmente em fevereiro. Com o passar do tempo, ele se expandiu para fora da Europa. Atualmente, mais de 200 países incluem ações sobre internet segura nesta época dentro da iniciativa mundial.    O site mundial do evento explica seus objetivos. “Do cyberbullying às redes sociais e à identidade digital, todos os anos o Dia da Internet Segura visa aumentar a conscientização sobre questões on-line emergentes e preocupações atuais”, informa a página.   Qual a programação do Dia da Internet Segura no Brasil em 2024   Em 2024, será celebrada a 16ª edição do Dia da Internet Segura no Brasil. Como todos os anos, o tema das ações gira em torno de “Unidos para uma internet mais positiva”. No Brasil, as ações são coordenadas pela Safernet Brasil, que se define como a “primeira ONG no Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os direitos humanos no ambiente digital”.   O site do evento informa que haverá um evento presencial em São Paulo, em 6 e 7 de fevereiro, com vagas limitadas. Ele terá transmissão on-line. Os painéis e palestras terão os seguintes temas:   A proteção à Infância nos tempos da IA Generativa Cidadania Digital nos currículos da Educação Básica O papel do setor privado no fortalecimento do ecossistema de segurança digital no Brasil Algoritmos de recomendação e o público infantil Integridade da informação na agenda digital do G20 Juventudes e os desafios da era digital na agenda do G20 Uso excessivo de Telas por crianças e adolescentes no Brasil: o que fazer?  Especialmente no segundo tema, nota-se que construir uma internet segura pode – e deve – passar pela escola. Mas como fazer isso?   Leia também: Estimular o pensamento crítico ajuda a inovar, buscar soluções e exercer a cidadania   A importância da educação midiática para a internet segura   A alfabetização midiática é definida da seguinte forma pela Unesco:   “Um conjunto inter-relacionado de competências que ajudam as pessoas a maximizar as vantagens e minimizar os danos nos novos cenários de informação, comunicação e digital.”    A entidade elenca cinco elementos que, em sua visão, classificam essa competência.   Compreensão do papel e das funções das mídias em sociedades democráticas.  Compreensão das condições sob as quais as mídias podem cumprir suas funções.   Avaliação crítica do conteúdo midiático à luz das funções da mídia.   Compromisso junto às mídias para a autoexpressão e a participação democrática.   Revisão das habilidades necessárias para a produção de conteúdos pelos usuários.   Essas definições mostram a importância da educação midiática para lidar com a desinformação que perpassa a rede. Dessa forma, uma alfabetização midiática contribui para a construção de uma internet segura.    Aqui, cabe lembrar o conceito de cidadania digital. Para o educador Mike Ribble, ela é “o desenvolvimento contínuo de normas de uso apropriado, responsável e capacitado da tecnologia”. Ribble é autor do livro Digital Citizenship in Schools (Cidadania digital nas escolas, em português).   Cidadania digital e BNCC   Das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), três fazem referência ao tema da cidadania digital. São elas:    Competência 1: Conhecimento. Ela aborda os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade.    Competência 2: Pensamento científico, crítico e criativo. Na BNCC, essa competência aparece com o objetivo de criar soluções, inclusive tecnológicas, para a resolução de problemas.    Competência 5: Cultura digital. Essa competência destaca a necessidade de “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos […] e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”    Como trabalhar a educação midiática nas aulas   A educação midiática não é um componente curricular. Ela é um tema transversal, que pode ser abordado de forma interdisciplinar.   Um exemplo é nas aulas da área

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Nuvem de palavras relacionadas a ética

A importância da ética na vida em sociedade

Ao longo dos tempos e em diferentes culturas, o conceito de atitudes e comportamentos éticos varia     Ética é um conceito de que todo mundo fala, mas que suscita estudos sobre seu sentido e definição até hoje entre filósofos. Definir o que é ser ético, que atitude é ética, pode variar de acordo com a cultura, os costumes, a época.   Neste texto, vamos mostrar um pouco dessas discussões e a importância da ética para a vida em sociedade.    O que é ética   A palavra ética deriva do termo ethos, do grego antigo. Por sua vez, esse vocábulo tem duas variantes: êthos (caráter) e éthos (costume). Se muitas vezes ética e moral se confundem e se aproximam, não é à toa. A palavra moral deriva de moris, a tradução latina para ethos.   Uma possível definição para ética é dizer que ela é o conjunto de princípios que norteiam a conduta das pessoas na vida em sociedade.   Em um artigo, o professor Mario Alencastro elaborou a seguinte definição: “a ética seria uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral”.   Levando para o campo da ciência, a ética é uma área da filosofia que estuda a conduta humana. Nesses estudos, são investigados os princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano.   No livro “O que é ética”, Álvaro Valls começa o texto já mostrando a dificuldade de definir o conceito. “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar quando alguém pergunta”, escreve o autor.   O que é um comportamento ético   Muito do que se fala sobre ser ético está relacionado ao conceito de comportamento considerado certo ou errado. Daí, dá para ver que é difícil ter uma definição universal e única, que perpasse o tempo.   Os costumes mudam. E são diferentes em cada cultura, influenciados por diversos fatores. Algo que no século XIX era considerado errado hoje pode ser encarado como normal e vice-versa. Um comportamento avaliado como errado em uma cultura pode ser correto em outra.   Então, o que é um comportamento ético? Em seu livro, Valls traz a seguinte definição. “Um comportamento adequado aos costumes vigentes, e enquanto vigentes, isto é, enquanto esses costumes tivessem força para coagir moralmente ou socialmente.”   Há situações em que essa definição é menos vaga e mais assertiva. É o caso dos códigos de ética, adotados por muitas instituições, empresas, órgãos de governo e entidades representativas de profissões. Esses textos em geral trazem princípios que regem os comportamentos aceitos enquanto a pessoa está no exercício de atividades ligadas àquela empresa, instituição ou profissão. Alguns dos exemplos mais famosos nesse último caso são os códigos de ética médica e de advogados.   Leia também: Por que é importante falar sobre diversidade nas escolas?    Qual a importância da ética para a vida em sociedade   No artigo que já citamos, Alencastro afirma que “a ética está relacionada ao desejo de realizar a vida mantendo com os outros relações justas e aceitáveis”.   Essa reflexão traz uma direção sobre a importância da ética para a vida em sociedade. Algumas atitudes que podem ser consideradas nessa perspectiva seriam:   ações e comportamentos que prezam pelo bem-estar em sociedade;   respeito aos outros;   respeito a regras, leis e normas sociais.   Como exemplo de comportamento ético na cidade, podemos citar: respeitar pedestres, não jogar lixo nas ruas ou fora de recipientes adequados, limpar dejetos de cães ao levá-los para passear ou respeitar regras de silêncio para não incomodar a vizinhança.   Tais atitudes estão em linha com, como definiu Alencastro, ideias de bem e virtude, “enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz”.   Neste texto, entenda como uma educação humanizada forma o estudante mais consciente de seu papel na sociedade. 

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PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

O que é Projeto Político Pedagógico da escola, o PPP? Entenda

Documento é obrigatório e deve apontar os caminhos que a instituição quer percorrer e seus objetivos    Para onde vai a escola? Quais são seus objetivos e que sonhos ela almeja realizar? Como ela vai viabilizar a realização desses objetivos? As respostas a essas perguntas são diferentes em cada instituição, mas devem constar em um documento. Ele é o Projeto Político Pedagógico, ou PPP, da escola.    Instituído pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), ele é obrigatório e deve ser entregue às secretarias de educação. Mas sua importância é muito maior do que um simples “cumprimento de regra”.   Muitos especialistas apontam o Projeto Político Pedagógico como a identidade ou até a alma da escola. Isso porque ele deve apontar os rumos que a instituição deve tomar e os meios para alcançar seus objetivos.    O que é o Projeto Político Pedagógico   O Projeto Político Pedagógico traz o rumo, a direção, o objetivo da escola como instituição de ensino. Além disso, ele retrata quais as estratégias que ela vai usar para conseguir cumprir esses objetivos.   Em um artigo, Geraldo Antonio Betini, doutor na área de Ensino, Avaliação e Formação de Professores, escreveu que o PPP “mostra a visão macro do que a escola pretende ou idealiza fazer, seus objetivos, metas e estratégias permanentes”. E isso, na visão do especialista, se refere tanto às atividades pedagógicas como às funções administrativas da instituição.   Para sermos mais diretos, podemos dizer que as palavras que compõem o nome do documento traduzem o que ele significa para as instituições.   Projeto: o PPP deve reunir as propostas de ação que serão executadas em determinado período.    Político: o fato de esse termo estar presente, segundo Betini, “reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em que vive”.    Pedagógico: o PPP deve mostrar quais os projetos educativos necessários para que o processo de aprendizagem aconteça de maneira efetiva.   O Projeto Político Pedagógico é obrigatório?   A Lei de Diretrizes e Bases da Educação prevê que todas as escolas elaborem seu próprio Projeto Político Pedagógico.   O artigo 12 dessa legislação diz que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”.    O documento, desta forma, é obrigatório e deve ser apresentado às secretarias de educação. E isso vale tanto para escolas públicas quanto para escolas privadas.   Leia também: Como projetos interdisciplinares podem impactar positivamente a aprendizagem?   O que um Projeto Político Pedagógico deve conter   Para elaborar um PPP para uma escola, é necessário primeiramente entender a instituição. Fazer um diagnóstico, uma espécie de raio-X, para saber de que ponto a escola parte e então entender para onde ela pode ir e como vai chegar.    Para começar, é necessário colocar a identificação legal da escola: nome, endereço, CNPJ, responsável etc. Os recursos de que ela dispõe também devem constar do plano, até para traçar planos de ação. Dentre eles, a estrutura do prédio – salas de aula, laboratórios, pátios, espaços de convivência etc. –, quem compõe a equipe pedagógica e administrativa e seu perfil, equipamentos, entre outros.   Informações sobre a aprendizagem proporcionada pela escola às turmas que nela estudaram são importantes. Elas podem ser identificadas pelas taxas de aprovação da instituição. Para melhorar o diagnóstico, se possível incluir taxas de escolas da mesma cidade, estado ou região, para poder comparar os trabalhos.   Um dado importante a incluir são os socioeconômicos, tanto da comunidade em que a escola está inserida quanto das famílias dos estudantes. No primeiro caso, ele pode ser obtido em órgãos públicos. Já sobre as famílias, as informações das fichas de matrícula podem ajudar nessa identificação.    Ao traçar o retrato atual da escola, a definição de metas e objetivos e dos planos de ação para alcançá-los fica mais real, particular e efetiva. Os projetos são elaborados tendo em vista as possibilidades da escola e seus recursos disponíveis. Além disso, é possível identificar eventuais carências, de recursos humanos, físicos ou financeiros, e planejar como supri-los.   Os passos depois do diagnóstico No contexto do termo “político”, o PPP deve conter a identidade cultural da escola, sua missão, princípios e valores. Essa identidade vai nortear as ações e planejamentos da instituição.   Por fim, no aspecto pedagógico, o projeto vai delinear quais as abordagens e metodologias a serem usadas para que os estudantes alcancem uma aprendizagem efetiva.   Dessa forma, podemos resumir com os seguintes tópicos o que o PPP precisa contemplar:   Missão;   Usuários;   Dados sobre a aprendizagem;   Relação com as famílias;   Recursos;   Diretrizes pedagógicas;   Plano de ação.    Uma reportagem da revista Nova Escola definiu que o PPP deve ser:   – completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre a rota que a escola deve seguir;   – flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos.    A atualização do PPP é necessária?    A escola, assim como a sociedade, não é estática. Há mudanças que acontecem ao longo de sua existência. Além disso, novos estudos podem trazer inovações em métodos pedagógicos. Desta forma, o Projeto Político Pedagógico também não deve ser estanque. Ele pode e deve ser atualizado ou até refeito, se for o caso.   Foi o que aconteceu no Colégio Opção, de Uberaba, em Minas Gerais. Ele foi aberto nos anos iniciais da década de 1990, tendo 30 anos de existência.    Seu diretor, Junior Afonso, conta que, em 2016, houve a recriação do Projeto Político Pedagógico da escola. Ele partiu, segundo o diretor, da “concepção de um estudante complexo que vai além do intelecto e um trabalho capaz de auxiliar cada indivíduo na construção de sua própria identidade, no desenvolvimento de sua autonomia e competência”.   Ao explicar a base do novo PPP da escola, o diretor cita o livro \”A árvore do conhecimento\”, de Humberto Maturana e Francisco Varela. Nessa obra, os autores trazem o conceito de autopoiese.   “A autopoiese é a capacidade que a vida tem de se cocriar, de se autocriar”, explica o diretor. “A principal concepção epistemiológica que transita

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Promover consciência e educação financeira é importante para evitar inadimplência

Brasil tinha mais de 68 milhões de pessoas com contas em atraso em setembro de 2022 e educação financeira pode evitar esse tipo de situação  O Mapa da Inadimplência da Serasa de setembro de 2022 aponta que 68,4 milhões de brasileiros estão com contas atrasadas. Essa situação, chamada de inadimplência, alcançou níveis recordes no Brasil neste ano. E alerta para a importância de promover consciência e educação financeira para a população.  No entanto, o brasileiro médio tem certa resistência em falar de dinheiro. “O diálogo sobre dinheiro ainda encontra obstáculos, seja em casa ou dentro das escolas”, afirma Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação.  Com isso, muitas gerações não aprenderam a gerir seu orçamento, gastar, poupar e investir. Saber usar bem o dinheiro prepara o cidadão para situações como a perda de renda ou despesas imprevistas.  Leia também: Autoconhecimento é fundamental para gerenciar bem as finanças  Aprendizado financeiro na juventude  Na avaliação de Débora Hack, da BEĨ Educação, o aprendizado financeiro deve ser adquirido ainda na juventude. Desta forma, segundo a profissional, esse aprendizado “alcança seu potencial, com o desenvolvimento da ideia de segurança financeira”.   Para essa busca, Débora afirma que “a literatura específica, direcionada à saúde financeira, pode e deve ser uma fiel aliada”. Isso porque, em sua visão, ela incentiva a pessoa a “pensar em seu futuro financeiro”. “Ao abordar temas como orçamento e planejamento de gastos, obras específicas conseguem auxiliar no comprometimento do jovem com um comportamento financeiro saudável”, diz a especialista.   No entanto, Débora destaca que não adianta “somente ter uma base teórica sem partir para o mundo prático”. Por isso, ela considera importante “consultar colegas e amigos mais experientes, assistir a vídeos, ler tutoriais e, dentro das possibilidades, ter apoio profissional de um conselheiro ou consultor”.  Imediatismo da juventude X poupança  Especialista em educação, Débora analisa que o imediatismo, característico da juventude atual, está relacionado à contração de dívidas na vida adulta. “Poupar é uma necessidade, mas o público jovem, em geral, não quer esperar para colher os frutos de seus investimentos, sempre buscando ser recompensado imediatamente”, afirma. Desta forma, ela avalia que uma possível chave para a estabilidade financeira “é aprender a planejar datas para essas recompensas, com o estabelecimento de metas e de um caminho para alcançá-las”.  Débora lembra que guardar dinheiro não significa deixar de gastar com itens não essenciais. Além disso, ela pondera: “Não há problema algum em se dar um mimo de vez em quando”. O cerne da questão, em sua visão, é a importância de gerir bem o dinheiro. “Poupar é investir ou adquirir com consciência e de maneira a não prejudicar os objetivos estabelecidos e, obviamente, a segurança financeira.”   É por esse caminho de educação e consciência financeira que Débora acredita que os números de inadimplência do país poderão ser revertidos. “É preciso entender que poupar traz benefícios a longo prazo. Não gastar agora para, no futuro, alcançar algo que tem em seu plano de vida é estimulante”, afirmou.    Leia também: Educação financeira é importante ferramenta para escolhas responsáveis e o consumo consciente  Educação financeira e a BNCC  Para ajudar a lidar com isso, a educação financeira passou a ser obrigatória na Educação Básica no final de 2019. Ela está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).   O texto faz menção explícita ao tema ao abordar o componente curricular da matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. “O estudo de conceitos básicos de economia e finanças” é importante tendo em vista a educação financeira dos estudantes, diz. “Podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos.”  A BNCC ainda salienta que essa unidade temática “favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”. E dá um exemplo de como trabalhar o assunto de forma interdisciplinar. Diz o texto: “Desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing”.   Dentro desse tema, entenda por que a aprendizagem significativa da Matemática contribui para a formação de cidadãos mais conscientes financeiramente. 

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Conheça o Plano Nacional de Educação (PNE)

Planos decenais para estabelecer diretrizes, metas e estratégias da educação no país estão previstos na Constituição   A Constituição Federal de 1988 estabeleceu, em seu artigo 214, a criação de um Plano Nacional de Educação (PNE). O texto desse artigo, modificado em 2009, prevê que sejam estabelecidos planos decenais – ou seja, com duração de dez anos.    De acordo com o texto constitucional, esses planos têm “o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades”.   O PNE em vigor atualmente foi sancionado em junho de 2014. Neste texto, descrevemos o que ele prevê, suas metas e como acompanhá-las.  O que é o Plano Nacional de Educação   O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional. O atual está vigente para o período de 2014 a 2024.   Ele foi instituído pela lei 13.005/14. A partir desse documento, os estados e municípios devem estabelecer seus próprios planos subnacionais a fim de definir as estratégias locais para alcançar as metas nacionais.    Quais as diretrizes do PNE     A lei que instituiu o plano estabelece dez diretrizes. São elas:   1)  erradicação do analfabetismo;   2) universalização do atendimento escolar;   3)  superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;   4) melhoria da qualidade da educação;   5) formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;   6) promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;   7) promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;   8) estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;   9) valorização dos(as) profissionais da educação;   10)  promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.   Leia também: Como enfrentar os desafios da educação básica no Brasil e replicar boas práticas?   Quais as metas do Plano Nacional de Educação?   O atual PNE tem 20 metas, distribuídas entre Educação Básica – em seus três níveis -, alfabetização – com meta específica para alfabetismo funcional de jovens e adultos –, educação inclusiva, educação integral, profissional e superior, pós-graduação, docentes, entre outras.   Veja abaixo detalhadamente quais são cada uma dessas 20 metas.   1. Educação Infantil   Ela estabeleceu que a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade fosse universalizada até 2016 e, como segundo ponto, prevê ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência do plano, em 2024.   2. Ensino Fundamental   Para essa etapa, a meta é universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada. O prazo é 2024.   3. Ensino Médio   O texto estabeleceu que o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos fosse universalizado até 2016. Além disso, ainda prevê elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.   4. Educação especial/inclusiva   “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados’, determina o texto do PNE.    5. Alfabetização infantil   Aqui, a meta é que todas as crianças sejam alfabetizadas, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental.   6. Educação integral   O PNE prevê oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da educação básica.   7. Qualidade da Educação Básica   “Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do Ensino Fundamental; 5,5 nos anos finais do Ensino Fundamental; 5,2 no Ensino Médio”, diz o Plano.    8. Elevação da escolaridade média   Nesta meta, o PNE prevê “elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados ao IBGE”.  9. Alfabetismo funcional de jovens e adultos   Essa meta tem duas partes. A primeira era elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015. A segunda, com prazo até o final da vigência deste PNE, é erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.    10. EJA integrada à educação profissional   “Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à educação profissional.” (Do texto do PNE.)   11. Educação Profissional   “Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.” (Do texto do PNE.) 12. Educação Superior   Essa meta prevê “elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público”. O prazo para alcançar esses percentuais é 2024.     13. Titulação de professores da Educação Superior   “Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do

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CidadesEduacadoras

Entenda o que é uma Cidade Educadora

Conceito está presente na Carta das Cidades Educadoras e prevê que elas desenvolvam essa função de modo paralelo às que já executam O conceito de cidade educadora nasceu em 1990, no I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, em Barcelona. Ele está inscrito na Carta das Cidades Educadoras, documento elaborado nesse evento. Segundo a Carta, “a educação transcende as paredes da escola para impregnar toda a cidade”. Em 1994, foi realizado o III Congresso, em Bolonha, na Itália. Nesse mesmo ano, foi fundada a Associação Internacional das Cidades Educadoras. A Carta foi sendo revista e atualizada em encontros desse tipo até 2004. Em 2016 o comitê-executivo da associação estabeleceu a data de 30 de novembro como Dia Internacional das Cidades Educadoras. Mas você sabe o que significa esse conceito?  O que é uma cidade educadora Segundo a Associação Internacional de Cidades Educadoras (AICE),  toda cidade é educativa por si só; ela se torna educadora quando assume essa “intenção na forma como se apresenta a seus cidadãos, consciente de que suas propostas têm consequências em atitudes e convivências e geram novos valores, conhecimentos e habilidades”.[LA1]  O MEC define que a cidade educadora deve fazer “a integração da oferta de atividades sociais e culturais para potencializar sua capacidade educativa formal e informalmente”. Por sua vez, o Centro de Referências em Educação Integral explica que “a concepção de cidade educadora remete ao entendimento da cidade como território educativo”. A entidade prossegue, dizendo: “Nele, seus diferentes espaços, tempos e atores são compreendidos como agentes pedagógicos, que podem, ao assumirem uma intencionalidade educativa, garantir a perenidade do processo de formação dos indivíduos para além da escola, em diálogo com as diversas oportunidades de ensinar e aprender que a comunidade oferece”. Dessas definições, próximas e complementares, depreendemos que a cidade é um espaço em que a aprendizagem está presente naturalmente. No entanto, para que ela seja considerada educadora, é necessário um passo além: que ela conecte e integre as possibilidades educativas de seu território, de maneira planejada e intencional. Na Carta da AICE, a entidade pondera que a cidade deve exercer e desenvolver sua função educadora de maneira paralela às suas atribuições tradicionais. São elas: funções econômica, social e de política de prestação de serviços. Isso deve ser feito, prossegue a associação, “tendo em vista a formação, promoção e o desenvolvimento de todos os seus habitantes”. Para a AICE, a prioridade deve ser dada a crianças e jovens. Mas “com a vontade decidida de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida”. Cidades educadoras no Brasil No Brasil, há 25 cidades afiliadas à Associação Internacional de Cidades Educadoras. São as listadas abaixo. Araraquara (SP); Camargo (RS); Carazinho (RS); Curitiba (PR); Gramado (RS); Guaporé (RS); Guarulhos (SP); Horizonte (CE); Marau (RS); Mauá (SP); Monte Horebe (PB); Nova Petrópolis (RS); Passo Fundo (RS); Porto Alegre RS); Raul Soares (MG); Santiago (RS); Santo André (SP); Santos (SP); São Bernardo do Campo (SP); São Carlos (SP); São Gabriel (RS); São Paulo (SP); Sarandi (RS); Soledade (RS); Vitória de Santo Antão (PE).  Leia também: Como projetos interdisciplinares podem impactar positivamente a aprendizagem? Experiências das cidades educadoras A rede de cidades educadoras compartilha experiências que são implementadas nos municípios associados. São projetos de saúde, educação, ambiente, mobilidade e cultura, entre outros, que em geral interligam várias dessas áreas e diferentes setores sociais. De Fundão, em Portugal, vem um desses projetos. No “Casas e lugares de sentir”, diversos atores – governo municipal, comunidades rurais, agentes sociais e comunidade educativa – se uniram para recuperar os saberes e as tradições locais. A partir disso, casas e outros locais atuam como museus comunitários, que configuram uma rota turística e educativa para que diferentes públicos possam aprender tais conhecimentos  de maneira vivencial e criativa.  Além disso, o projeto fomenta o acesso equitativo a bens culturais. Outra iniciativa destacada no site da AICE é de Santo André, na Grande São Paulo. Num espaço que antes era inseguro, associado com consumo de drogas, vandalismo e abandono de animais, em 2016 foi implementada a Escola Municipal de Educação Ambiental Parque Tangará (EMEA). Com 50 mil m2 de área com vegetação de mata atlântica, o parque-escola tem o objetivo de que as pessoas aprendam formas de viver na cidade de forma sustentável e integrada com o meio ambiente. O local oferece cursos e oficinas que despertam e incentivam a participação social. Seus temas são planejados, revisados e constantemente revisitados. Eles visam cumprir objetivos ligados a educação ambiental, sustentabilidade, conscientização e ação social. O papel da cidade no processo de aprendizagem escolar A cidade pode ser considerada uma escola. Uma escola de convivência e trocas simbólicas, o locus fundamental de aprendizagem da experiência pública, lugar formador do sentimento da urbanidade.  É preciso ter em mente [LA2] os sentidos primários da cidade como lugar de passagem e ocupação, como território e espaço, introduzindo a hipótese da cidade como lugar de aprendizado e intervenção transformativa. A educação, neste caso, não é prerrogativa da escola, nem de seus educadores ou planejadores. A cidade aparece subtematizada em alguns processos de aprendizagem escolar. Mas é possível pensar em fazer das escolas um lugar potencial a partir do qual a transformação urbana pode ganhar impulso. Para isso, as escolas precisariam sair de seus muros rumo ao aumento de sua potência comunitária. No programa “Aprendendo a Viver na Cidade”, da BEĨ Educação, os estudantes são estimulados a conhecer melhor a história, a geografia, as potencialidades e problemas do meio urbano. E não só de forma teórica. Nos locais onde o programa foi aplicado, várias turmas foram visitar câmaras de vereadores, prefeituras, prédios e monumentos históricos. Além disso, os estudantes devem fazer um projeto de aplicação prático dos conhecimentos. Aqui, cabe lembrar as palavras do economista Edward Glaeser. Segundo ele, a cidade é “a maior invenção da humanidade”. Afinal, ela permite o florescimento da cultura, o debate de ideias, o exercício pleno da política e da cidadania. Se tudo isso é possível, é porque ela representa a realização material de bem comum e, portanto, a

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Ilustração mostra menina lendo livro com engrenagens atrása e uma mulher subindo escada com lâmpada na mão

Educação integral: o que é e qual sua importância

A BNCC traz um compromisso com a educação integral em seu texto. Entenda o que ela significa   O conceito de educação integral está cada vez mais presente nas discussões sobre  aprendizagem.   A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que regulamenta as aprendizagens essenciais que todos os estudantes do país devem desenvolver na Educação Básica, diz em seu texto que ela traz um compromisso com a educação integral.  Mas o que significa esse termo? E por que ele tem ganhado mais importância? Vamos responder a essas questões.  O que é educação integral  Na visão do Centro de Referências em Educação Integral, a educação integral “busca garantir o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões: intelectual, física, afetiva, social e cultural”. Para que isso seja viabilizado, prossegue a instituição, ela pressupõe “a construção permanente de um projeto educativo compartilhado por gestores, professores, estudantes, famílias e comunidades locais”.  O termo já existia no início do século XX. A história educacional brasileira registra as primeiras referências a ele na década de 1930. As ideias foram inclusive incorporadas ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932. Na visão do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), naquele momento, educação integral era um termo usado numa perspectiva humanizadora, um caminho para a emancipação dos indivíduos.  Mas o conceito foi trazido aos tempos atuais. Ele começou a ser consolidado pouco a pouco, especialmente a partir da década de 1990.  Com isso, chegou-se à explicação do Centro de Referências em Educação Integral. Para a instituição, a “educação integral é uma proposta contemporânea porque, alinhada às demandas do século XXI, tem como foco a formação de sujeitos críticos, autônomos e responsáveis consigo mesmos e com o mundo”.  E, como formação integral, sua proposta pedagógica tem de superar uma ideia, que por muito tempo foi adotada, de fragmentar o conhecimento, dividindo-o em áreas que parecem não se conectar. O conhecimento precisa ser adquirido de forma integrada, possibilitando um desenvolvimento pleno dos indivíduos aprendentes. E, para isso, é necessário observar suas diferentes dimensões. Não só a cognitiva e intelectual, como também a física, a afetiva e a ética.   Por que a educação integral é importante  Em 2019, o IBGE apontava que a taxa de escolarização na faixa dos 6 aos 14 anos alcançava 99,7%, considerado um percentual próximo à universalização. Mas esse acesso à escola não se traduziu em qualidade.   Isso é demonstrado pelo desempenho dos estudantes brasileiros em avaliações internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês). A edição de 2018 apontou baixa proficiência no Brasil em Leitura, Matemática e Ciências, na comparação com outros 78 países que participaram da avaliação. Segundo o MEC, 68,1% dos estudantes brasileiros, com 15 anos de idade, não possuem nível básico de Matemática, 55% em Ciências e 50% em Leitura.  Na busca por melhoria na qualidade, o MEC começou a implementar em 2007 o programa Mais Educação. Ele previa a ampliação da jornada escolar nas escolas públicas para no mínimo 7 horas diárias. Esse aumento na carga horária se daria por atividades eletivas, nas seguintes áreas: acompanhamento pedagógico; educação ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica.   A educação integral aparece nesse contexto de melhoria da qualidade como proposta de chegar a uma formação multidisciplinar e mais completa. “A definição de um paradigma contemporâneo de educação integral entende que o território da educação escolar pode expandir-se para além dos muros da escola, alcançando seu entorno e a cidade em suas múltiplas possibilidades educativas”, diz o site do programa.   Leia também: Lugar do encontro, espaço público é importante no exercício da cidadania Como a educação integral aparece na BNCC  A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) revela em sua introdução que faz um compromisso, “de maneira explícita”, com a educação integral. Dessa forma, o texto afirma que “a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global”. Para isso, prossegue, é necessário compreender “a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva”.  Mas o que a BNCC chama de “educação integral”? O texto traz o conceito com o qual está comprometida. Ele se refere “à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea”.  A Base traz em seu texto 10 competências gerais que devem ser desenvolvidas pelos estudantes ao longo da Educação Básica. E, ao comentá-las, Débora Hack, gerente da BEĨ Educação afirma: “a partir da definição das 10 competências gerais da BNCC, a educação no Brasil passa a ter a concepção de educação integral”.   De acordo com a especialista, o conceito abordado é o de uma educação que contempla as diversas dimensões do desenvolvimento humano. Ela as enumera: “cognitivo, social, afetivo, psicomotor e cultural”.  Educação integral e educação em tempo integral são a mesma coisa?  Embora não sejam sinônimos, a educação integral precisa de uma expansão da carga horária, que é a educação em tempo integral.  Em entrevista ao canal Futura, Patrícia Guedes, da Fundação Itaú Social, disse que estudos e experiências dentro e fora do Brasil mostram que a educação integral, para apresentar resultados, se apoia no seguinte tripé:   ampliação de tempo na escola – tanto na rede pública quanto na particular; ampliação de tipos de aprendizagem, com a diversificação de currículo; ampliação dos espaços de aprendizagem, que não fiquem só limitados à escola – e aqui a especialista exemplifica com equipamentos públicos da cidade e atividades oferecidas por organizações sociais. Para alcançar uma aprendizagem mais efetiva, visando a educação integral como foi descrita neste texto, as metodologias ativas de ensino são uma importante ferramenta. Saiba mais sobre elas nesse texto. 

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Lugar do encontro, espaço público é importante no exercício da democracia

Em época de eleições, é crucial lembrar a importância do meio urbano e nosso contato com ele Washington Fajardo, ex-secretário de planejamento urbano do Rio de Janeiro e colaborador da BEĨ Educação, comenta sobre a relação entre “ocupar a cidade” e a cidadania Segundo o material didático “Aprendendo a Viver na Cidade”, da BEĨ Educação, “o espaço público é o lugar do encontro, da convivência e da vida coletiva, podendo ser considerado a ‘alma da cidade’. Afinal, se uma das principais características da cidade é agregar, promover o encontro, é no espaço público que isso acontece”. Em período de eleições, esse espaço e a sua ocupação pelos cidadãos são essenciais para a convivência e a cidadania plena.  Washington Fajardo, arquiteto, ex-secretário de planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro e colaborador da Arq. Futuro, parceira da BEĨ Educação, defende que a cidade tem papel fundamental na democracia.  “Do latim, o radical que dá origem à palavra ‘cidadão’ (civis) é a mesmo de ‘cidade’ (civitas), sendo que a democracia surgiu de uma necessidade da convivência num território comum. Logo, o espaço público deve servir de plataforma para o diálogo, a tolerância e o respeito entre diferentes”, afirma.   Fajardo chama esse aspecto social de “urbanidade”, um termo cunhado por arquitetos e urbanistas para se referir à relação entre as pessoas, baseada na boa convivência no ambiente urbano.  Nas cidades brasileiras, no entanto, essa experiência é muito segmentada devido a renda, classe e etnia da população, fazendo com que, de acordo com ele, a ideia brasileira de convivência também seja muito fragmentada.   Leia também: Mais do que ensinar conteúdos, escola deve visar à formação cidadã  Espaços públicos para diferentes demandas   Nesse contexto, o ex-secretário analisa a juventude urbana e sua forma de aprender sobre e tomar o espaço público, como uma área de troca e expressão culturalmente diversa. Bailes funk, batalhas de slam, os chamados “paredões”: são todos exemplos de ocupações da rua “num improviso de local de encontro”. Logo, há uma necessidade por espaços públicos que possam lidar com diferentes demandas de adolescentes e jovens.  Além disso, ele destaca a importância política dessa faixa etária, que “está em um momento de transição para a vida cidadã, tornando-se uma pessoa política”. Em 2022, o país ganhou 2.042.817 novos eleitores entre 16 e 18 anos, um aumento de 47% em relação a 2018.  Para Washington Fajardo, a juventude “é o motor de grandes revoluções”, dando como exemplo os atos de 2013, em que os jovens se reuniram nas ruas para questionar a qualidade da vida coletiva, em sua mobilidade – com o movimento Passe Livre – e seus serviços públicos.   Assim, com as eleições se aproximando, devemos lembrar do quão imprescindível é a cidade como espaço de atuação política, expressão e reivindicação, como o material da BEĨ Educação defende num de seus capítulos: “o urbanismo tático são intervenções urbanas realizadas pela sociedade em ruas, praças, parques, escolas e até edifícios, ações que têm função essencial na construção e no desenvolvimento da cidade”.  Ainda dentro dessa temática, veja como os espaços urbanos podem favorecer a aprendizagem e a formação de cidadãos atuantes.

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Entenda o que é a aprendizagem baseada em projetos

Confira ainda dicas de como aplicar essa metodologia ativa de ensino nas escolas   Como engajar os estudantes e tornar sua aprendizagem mais significativa e conectada com seu dia a dia? Esse desafio tem movido educadores a buscarem novas metodologias de ensino. Uma delas é a aprendizagem baseada em projetos. Essa metodologia ativa envolve pesquisa, trabalho em grupo e atividades práticas, que trazem significado real para os conteúdos ensinados.  Descubra neste texto de forma mais detalhada o que é a aprendizagem baseada em projetos, qual sua importância e conheça estratégias para implantá-la.   O que é aprendizagem baseada em projetos  “A aprendizagem baseada em projetos é um modelo de ensino que consiste em permitir que os estudantes confrontem as questões e os problemas da vida real que consideram significativos, determinando como abordá-los e, então, agindo de forma cooperativa em busca de soluções.”   Essa definição é dada pelo educador norte-americano William Bender no livro “Aprendizagem baseada em projetos: Educação diferenciada para o século XXI”. Para ele, essa metodologia “é uma das mais eficazes formas disponíveis de envolver os alunos com o conteúdo de aprendizagem”.  No modelo tradicional de ensino, o estudante é um espectador. Ele apenas recebe os conhecimentos passados pelo educador.   Já nas metodologias ativas, o estudante passa a ser protagonista na construção de seu conhecimento. O educador tem o papel de mediador do processo, e não de transmissor de informações.  E esse protagonismo é uma das características da aprendizagem baseada em projetos. Por meio dessa metodologia, os estudantes se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com sua vida fora da sala de aula.  Para isso, eles lidam com questões interdisciplinares, agem sozinhos e em equipe. Com os projetos, são trabalhadas também as habilidades de pensamento crítico e criativo.  Em seu livro, Bender explica que a aprendizagem baseada em projetos não é nova. Ela surgiu nas primeiras décadas do século XX. No entanto, foi aplicada então apenas no ensino de medicina. O autor defende que, hoje em dia, a metodologia é “um caminho para o ensino diferenciado, altamente recomendável para as salas de aula do século XXI”.   Leia também: Por que é importante promover a aprendizagem significativa  Como a aprendizagem baseada em projetos contribui com o desenvolvimento do estudante   Na avaliação de Áquila Nogueira, gerente pedagógico e de produtos da BEĨ Educação, a aprendizagem baseada em projetos apresenta uma série de benefícios para o desenvolvimento do estudante.  Entre elas, ele destaca: a autonomia, o trabalho em grupo, a pesquisa e várias habilidades socioemocionais.  “Mas eu creio que o ponto central dessa contribuição seja justamente que o estudante assume o protagonismo do processo”, afirma o gerente. “Ele escolhe tema. Ele pesquisa. Ele define critérios de avaliação e avalia a qualidade do que produz.”  Para Nogueira, “quando o estudante deixa de ser um receptor passivo de informações e assume as rédeas de sua aprendizagem, entra num caminho que será central para seu desenvolvimento ao longo de toda sua vida”.   O especialista da BEĨ Educação afirma que essa contribuição se dará em todos os aspectos, começando pela vida profissional, “que é sempre muito valorizada”. Mas ele cita outros pontos que podem ser favorecidos com a experiência: “Escolhas sociais, políticas, familiares, enfim todo o caminho que essa pessoa irá trilhar ao longo da vida”.  Como aplicar a aprendizagem baseada em projetos  Em seu livro, o educador William Bender traz orientações sobre como aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em projetos. Uma das ferramentas indicadas pelo autor é a aprendizagem cooperativa.   Como ela tem sido utilizada em salas de aula nas últimas décadas, Bender avalia que os educadores devam estar mais familiarizados com essa ferramenta do que “com muitas alternativas tecnológicas mais novas”.  Outras estratégias mencionadas pelo educador são: brainstorming, agrupar os alunos para o ensino, táticas de investigação dirigidas pelos estudantes e táticas de ensino dirigidas pelos educadores.  A BEĨ Educação adota metodologias ativas de ensino em seus materiais. A aprendizagem baseada em projetos é uma delas. Os educadores das escolas que usam as coleções da empresa recebem orientação sobre como empregar a metodologia.  Áquila Nogueira destaca que toda a bagagem e história de vida dos educadores é levada em conta nessa formação. “Nossa ideia não é, de maneira nenhuma, ensiná-los a dar aulas, até porque isso já faz parte de sua rotina”, ressalta.  Por outro lado, o gerente explica que, no geral, esses educadores têm menos intimidade com a aprendizagem baseada em projetos. “Além disso, mesmo quando já trabalharam projetos com os estudantes, em geral não tinham uma estrutura organizada previamente que pudesse guiá-los”, diz.  Assim, Nogueira afirma que a formação é centrada no Ciclo de Projetos. “Ele é uma forma prática de organizar o desenvolvimento dos projetos, com etapas específicas para os educadores e para os estudantes.”    De acordo com o executivo da BEĨ Educação, essa dinâmica costuma tranquilizar os educadores, ao mesmo tempo em que os motiva.   “Além disso, como nossa formação é continuada, acompanhamos o processo, escutando os educadores e tendo acesso a seus registros, podendo apoiá-los ao longo do desenvolvimento das ações, e isso torna o processo muito mais próximo e personalizado”, diz.   As etapas para elaboração do projeto coletivo   O Projeto Coletivo adotado pela BEĨ Educação passa por seis etapas. São elas:  1 – Definição  O educador define os conteúdos que quer desenvolver e os estudantes definem o tema do projeto que vão construir.  2 – Diagnóstico   O educador conhece o perfil da turma e seus conhecimentos prévios e os estudantes conhecem mais de perto a situação em que querem intervir com seu projeto.  3 – Elaboração da proposta  O educador define seu Planejamento Didático Ativo, organizando as aulas, objetivos de aprendizagem e avaliação, enquanto os estudantes criam seu Plano de Ação para estruturar as ações do Projeto.  4 – Implementação   Tanto o educador quanto os estudantes colocam seus planos em ação, sendo essa a etapa que dura mais tempo, em geral.  5 – Avaliação de resultado   O educador propõe avaliações para a turma, priorizando autoavaliação, rubricas e outras ferramentas

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O Novo Enem: exame deve mudar em 2024

O Exame Nacional do Ensino Médio deve ter duas fases, sendo uma de testes e outra com questões dissertativas. Confira o que já se sabe sobre as alterações     Você sabia que o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, vai mudar? O Novo Enem deve ser implementado a partir de 2024, depois de completado o calendário de implantação do novo Ensino Médio.  Muitas das novas regras já foram definidas por um grupo de trabalho, que anunciou o novo formato do exame.   Leia aqui o que já foi divulgado sobre essa nova configuração e acompanhe os próximos passos.  Leia também: Transformação digital: qual a importância de as escolas acompanharem essa tendência?   Por que um Novo Enem?   Em 2022, começou a ser implementado no Brasil o Novo Ensino Médio. Com objetivo de aproximar a escola da realidade do estudante, ele se divide em dois blocos:    Formação Geral Básica: engloba as habilidades e competências específicas previstas na BNCC de cada área do conhecimento. Deve ter, no máximo, uma carga horária de 1.800 horas ao longo das séries do Ensino Médio.   Itinerários Formativos: trilhas para aprofundar os conhecimentos que os estudantes vão percorrer de acordo com seus interesses, com carga horária de no mínimo 1.200 horas.    Desde que esse modelo foi definido, a reformulação do Enem já era esperada. A elaboração de um novo modelo consta inclusive da Resolução nº 3 de 2018, que atualizou as Diretrizes Curriculares Nacionais.   Por isso, foi formado um grupo de trabalho encarregado de elaborar uma proposta para uma forma de avaliação que refletisse esse novo modelo de ensino.   O Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, responsável pela aplicação do Enem, integra esse grupo. Ele conta ainda com representantes de secretarias de estado de educação, MEC, CNE (Conselho Nacional de Educação) e escolas privadas.   Vale lembrar que o Enem é atualmente o principal mecanismo de acesso à educação superior do país. O exame foi instituído em 1998 para avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Em 2009, segundo o Inep, ele teve sua metodologia aperfeiçoada para ser usado como prova para ingresso em cursos de nível superior.   Suas notas podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas são aceitas ainda em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas.   Além disso, participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).   Em março de 2022, uma prévia de o que será o Novo Enem foi apresentada publicamente.   O que já se sabe sobre o Novo Enem   O Novo Enem deverá ser aplicado em duas fases, com formatos, abordagens e conteúdos diferentes.   A primeira, de acordo com documento do MEC, terá como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com os conteúdos da formação geral básica. Nesta fase, as questões devem ser interdisciplinares. Isso significa que elas abordarão mais de uma área de conhecimento. O foco principal será português e matemática. A prova de inglês também será integrada às demais áreas.    Já a segunda etapa será mais específica e deverá avaliar os conhecimentos mobilizados nos Itinerários Formativos cursados pelos estudantes. Os itinerários são divididos em quatro áreas do conhecimento:   Linguagens e suas Tecnologias;   Matemática e suas Tecnologias;   Ciências da Natureza e suas Tecnologias;   Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.   Pelo que já foi divulgado, no momento da inscrição para o Novo Enem, o estudante deverá indicar a qual dessas áreas está vinculado o curso superior que deseja fazer. Assim, de acordo com o MEC, as provas do exame dessa segunda fase estarão ligadas à área de conhecimento vinculada ao curso superior que o candidato pretende cursar.   Questões discursivas ou dissertativas   Outra novidade do Novo Enem é a possibilidade da implantação de questões discursivas ou dissertativas. Atualmente, o exame é composto por questões de múltipla escolha, que avaliam o conhecimento básico, e uma redação.   De acordo com o que foi divulgado em março de 2022 e reportado pela Agência Brasil, as provas passarão a contar com questões abertas ou discursivas. Esse modelo será adotado especialmente na segunda fase, voltada para áreas específicas.   Avaliação da formação técnica   Além das quatro áreas de conhecimento mencionadas, os itinerários formativos podem também ser voltados para a Formação Técnica e Profissional. Como há 215 cursos técnicos em 13 eixos tecnológicos, não seria possível fazer provas específicas para cada um deles.   Por isso, segundo o MEC informou à Agência Brasil, os estudantes que cursarem itinerários com essa finalidade poderão receber bonificações ao concorrer a vagas no ensino superior pelo Enem.   Eles não ficarão dispensados da prova caso queiram ingressar em um curso superior e deverão realizar as duas fases previstas. No entanto, ao final poderão receber um bônus em suas notas.   A tabela com a sugestão de pontos adicionais ainda está em elaboração pelo MEC.   Quando o Novo Enem deve ser implementado?   O Novo Enem deve ser implementado a partir de 2024. É quando o Novo Ensino Médio deverá estar totalmente em vigor para todas as séries dessa etapa da Educação Básica.   Até lá, o Enem deve continuar sendo aplicado nos mesmos moldes em que é feito atualmente.   Resumo das mudanças   Para ficar mais fácil, resumimos na tabela abaixo as principais diferenças entre o Enem atualmente e como ele deve ficar.  Leia também: Estabelecer metas ajuda o jovem a se preparar para o futuro profissional   O que ainda está em estudo   Além dos pontos já elencados, há outros itens em estudo para o Novo Enem.   Um deles é a aplicação da prova três vezes por ano.  Essa proposta, feita pelo CNE, tem ao menos dois objetivos principais:   reduzir o número de candidatos a cada edição   possibilitar mais chances para os estudantes ingressarem na faculdade com a nota do exame.   Outro ponto que está sendo avaliado é implantar a correção por inteligência artificial. Um dos motivos seria reduzir os custos do processo. Outro é diminuir o tempo para divulgar os resultados. Tudo isso tendo em vista a inclusão de questões

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