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Para responder aos desafios do século XXI, professores precisam de atualização constante e novas competências

Educadores devem buscar novos métodos e práticas pedagógicas que estimulem o protagonismo dos alunos e recursos tecnológicos que favoreçam a aprendizagem A escola é um dos principais espaços onde ocorre a formação dos futuros cidadãos, e a figura do professor é central nesse processo. Mas os conhecimentos dos docentes, as relações estabelecidas com os alunos e a própria dinâmica de ensino e aprendizagem precisam estar alinhadas não só à realidade de hoje, mas também às demandas do futuro. Em um mundo que se transforma rapidamente e onde as informações encontram-se disponíveis e de fácil acesso, o professor deixa de ser apenas um transmissor de conteúdos para ser um mediador da aprendizagem. E, assim como os estudantes, precisa desenvolver a capacidade de adaptação e de aprender ao longo da vida. Entre as competências exigidas do docente no cenário educacional atual e dos próximos anos estão saber usar os recursos tecnológicos a favor da aprendizagem dos alunos e buscar atualização constantemente, em relação a conteúdos, métodos e práticas pedagógicas. Nesse campo, tem destaque o uso das metodologias ativas — como a sala de aula invertida e a aprendizagem baseada em projetos — que dão voz aos estudantes e favorecem a postura investigativa, a participação e o protagonismo dos alunos. Outro aspecto importante é o professor levar os alunos a relacionarem os conhecimentos com os desafios do mundo atual, de modo que desenvolvam um olhar crítico para a sociedade e possam usar seus saberes na solução de problemas reais. Ao propor projetos em parceria com outros estudantes e de forma colaborativa, os docentes também favorecem o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos alunos, como a empatia, a resiliência e a capacidade de comunicação. Quanto ao domínio de ferramentas tecnológicas, essa competência ganha ainda mais destaque no contexto da revolução digital, que já está acontecendo em todas as áreas e setores e foi impulsionada pela pandemia. As plataformas e os recursos digitais, desde que integrados ao projeto educacional do colégio e utilizados com objetivos bem definidos, podem ampliar as possibilidades pedagógicas, aproximar a escola dos alunos e proporcionar vivências mais significativas, permitindo avanços na educação.

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Educação inclusiva traz ganhos na aprendizagem e na socialização de todos os estudantes

A convivência em um mesmo ambiente permite a valorização da diversidade e das singularidades de cada um; escola deve ter projeto e práticas que possibilitem a integração dos alunos e as adaptações curriculares necessárias A educação inclusiva diz respeito a uma concepção de ensino que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação, independentemente de diferenças étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero. Baseada na ideia de igualdade de oportunidades e valorização da diversidade humana, defende que todos os estudantes devem conviver em um mesmo ambiente, interagindo e aprendendo juntos, sem nenhum tipo de discriminação. No caso dos alunos com deficiência, para que isso aconteça, as escolas regulares precisam ter um projeto pedagógico e práticas que permitam o acesso às aulas, a adaptação de conteúdos, o desenvolvimento global desses estudantes e a integração com os demais colegas. Para serem mais efetivas, essas ações devem envolver não apenas os professores e a coordenação, mas uma rede de apoio que compreende os gestores, as famílias, a comunidade escolar e parcerias interdisciplinares, com profissionais como psicopedagogos, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Mas, por estarem a maior parte do tempo com os alunos, serem pessoas de referência para a classe e terem papel central nas relações de ensino e aprendizagem, os professores são figuras fundamentais no planejamento, na elaboração e na condução das estratégias de inclusão. Nesse contexto, devem encontrar suporte da direção e ter interlocutores diversos para a discussão de casos e a formulação das ações. Um tempo maior para conhecer os alunos e interagir com eles também é necessário. Igualmente importante são as formações e os cursos de capacitação na área. Na sala de aula inclusiva, o processo de ensino e aprendizagem deve privilegiar a construção coletiva e o trabalho colaborativo, com a ajuda mútua entre os alunos, respeitando os diferentes ritmos e necessidades, bem como as singularidades e contribuições de cada um. A avaliação da aprendizagem, por sua vez, necessita ser compatível com os conteúdos e com as atividades realizadas e com as metas estabelecidas. Os benefícios desse tipo de educação não se limitam apenas aos alunos que têm deficiência, mas se estendem a todos os estudantes. Além de proporcionar ganhos na socialização e no desenvolvimento emocional de todos, estudantes sem deficiência que têm essa experiência costumam valorizar mais a diversidade e ter mais empatia e tolerância.

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Estimular o pensamento crítico ajuda a inovar, buscar soluções e exercer a cidadania

A construção dessa competência no ambiente escolar possibilita a autonomia intelectual e a capacidade de questionar, de refletir e de propor ideias e ações à sociedade Um dos temas mais discutidos na educação é a necessidade de os estudantes desenvolverem um pensamento crítico para atuarem plenamente como cidadãos, com autonomia intelectual, capacidade de questionamento e potencial para transformar a realidade. O pensamento crítico pode ser definido como a capacidade de se posicionar de forma racional e analítica frente a uma informação ou situação, considerando sua origem, lógica, coerência e objetivo.  A construção desse saber crítico no ambiente escolar, no entanto, não se faz de modo automático. É necessário que os educadores tenham consciência da importância dessa habilidade, estejam engajados para o seu fomento e adotem estratégias para estimular essa visão crítica. Uma delas é o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, como a aprendizagem baseada em projetos, o design thinking e a sala de aula invertida. Elas colocam o aluno como protagonista da construção do seu conhecimento, propiciando o desenvolvimento do pensamento independente, da criatividade e da capacidade de formular perguntas e buscar soluções de forma colaborativa. Para auxiliar o aluno nesse processo, a bagagem de informações e de leitura e a participação em rodas de conversa e debates são fundamentais, pois proporcionam o conhecimento de diferentes pontos de vista, a conexão entre os saberes e a capacidade de escuta, de questionamento, de reflexão, de argumentação e de expressão. Possibilitar o contato com outros contextos de vida, por meio de projetos de intervenção ou voluntariado, também ajuda os estudantes a conhecerem e dialogarem com outras realidades, se sensibilizarem com a situação da parcela da população que é mais carente e com as desigualdades e propor ideias e ações à sociedade. Além de contribuir para a atuação cidadã, o pensamento crítico é a base para criar e inovar, habilidades valorizadas no mercado de trabalho, ainda mais em uma sociedade cada vez mais digital e automatizada. E, em um momento em que as fontes de informação e as fake news se multiplicam, o olhar crítico se torna necessário também para se ter uma opinião independente e bem embasada.

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Ensino híbrido pode favorecer a aprendizagem e o protagonismo dos estudantes

A combinação entre o que é visto em sala de aula presencial e as atividades produzidas no modo virtual permite maior personalização e engajamento dos alunos A adoção do ensino remoto por conta da pandemia da Covid-19 trouxe muitos desafios para a educação, mas também propiciou grandes reflexões e aprendizados. Um dos legados que deve permanecer é a adoção do ensino híbrido ou blended learning, que combina diferentes práticas pedagógicas, como atividades presenciais e a distância. Em geral, nesse modelo de ensino, a interação física entre alunos e professores acontece na sala de aula. São valorizadas as relações interpessoais, com todos compartilhando o mesmo espaço escolar, em projetos que envolvem a turma inteira ou a divisão dos estudantes em grupos. Em outros momentos, cada aluno estuda sozinho, em casa ou em outro ambiente, a partir da orientação dos professores e por meio de equipamentos como celulares, tablets, notebooks e computadores. Além de aulas síncronas (ao vivo) e assíncronas (gravadas), os estudantes podem realizar outras atividades, como pesquisas em sites específicos, leitura de textos, exercícios e acompanhamento de podcasts. O processo de ensino e aprendizagem realizado com o auxílio de recursos tecnológicos pode propiciar um maior engajamento dos nativos digitais. Ele também estimula o uso de metodologias ativas, como a sala de aula invertida, em que os alunos vão para a aula já com os conceitos estudados, sobrando mais tempo para discussões e atividades interativas. Favorece, ainda, o protagonismo dos alunos, que têm controle sobre onde, como e o quê vão estudar, e a personalização da aprendizagem, que pode ocorrer segundo as características, preferências e ritmo de cada estudante. Mas para que tudo isso aconteça de forma efetiva é necessário capacitar os professores para que tenham domínio das ferramentas digitais, conheçam seus recursos e possam usá-las da melhor forma de acordo com seus objetivos pedagógicos. Aos professores também cabe integrar essas possibilidades ao seu planejamento e definir as atividades que serão feitas nos meios presencial e virtual, de forma a potencializar as vantagens de cada formato. Além da mediação da aprendizagem, os docentes também devem agir como mentores e orientar os estudantes em relação a determinados aspectos, como critérios éticos na utilização de conteúdos da internet e o cuidado com as fake news na realização de pesquisas. Outro ponto importante, principalmente no contexto das escolas públicas, é saber de antemão se os alunos dispõem de equipamentos e acesso adequado à internet, de modo a garantir a equidade. Combinar diferentes modos e plataformas de ensino representa uma mudança de paradigma que, se bem trabalhada, pode ajudar na aprendizagem dos estudantes, tornando-a mais instigante, criativa e significativa.

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Autoconhecimento é fundamental para gerenciar bem as finanças

Ao reconhecer e identificar características pessoais, interesses e valores, é possível realizar um planejamento mais compatível com o estilo e plano de vida O planejamento financeiro é essencial para as pessoas conseguirem ter uma vida mais tranquila e um futuro com mais estabilidade, mas nem sempre é fácil ter controle sobre as finanças. Um fator que pode ajudar nesse processo é o autoconhecimento — a capacidade de conhecer o seu próprio perfil ao lidar com o dinheiro, saber seus pontos fortes e fracos e o que lhe impulsiona a gastar, por exemplo. Assim, é possível fazer escolhas financeiras mais conscientes e inteligentes e não agir sob emoção. A economia comportamental — área que reúne conhecimentos da neurociência, psicologia e das ciências sociais relativos a consumo, poupança e negócios — sugere que influências psicológicas, sociais e emocionais, conscientes e inconscientes, influenciam as pessoas em suas escolhas relativas ao uso do dinheiro. Com isso, elas agem nesse campo sem muita racionalidade, consideram prioritariamente os benefícios imediatos sem levar em conta as consequências e são muito suscetíveis à opinião dos outros. Uma situação comum é o ato de comprar por impulso. Muitas vezes, essa ação ocorre mais em função de aliviar uma frustração ou estresse do que pela real necessidade daquele produto ou serviço. Se a pessoa se conhece bem, ela consegue identificar melhor suas motivações e os gatilhos que a fazem gastar mais. Essa consciência contribui para que ela tenha maior autocontrole e cuidado na gestão do seu orçamento. O autoconhecimento é importante não apenas para conter os gastos, mas também para ser capaz de poupar — por exemplo, para realizar um projeto a longo prazo. Ao ter claro quais são suas prioridades e metas pessoais, tomar decisões responsáveis, como guardar uma quantia mensalmente para alcançar determinado objetivo, tornam-se tarefas mais factíveis e significativas, pois estão atreladas a esse propósito maior. Seja para ter um controle mais efetivo das despesas, seja para começar a fazer uma reserva financeira, o autoconhecimento é um componente relevante para lidar de uma maneira mais racional com o dinheiro.

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Arte contribuiu para a educação e a formação integral dos estudantes

Como prática ou como conhecimento, as manifestações artísticas estimulam diferentes competências, desde capacidade de expressão e criatividade até a descoberta de diferentes culturas e o respeito à diversidade O trabalho com as artes visuais, o teatro, a dança e a música na escola favorece não apenas o desenvolvimento emocional e a percepção estética das crianças e adolescentes, mas também o avanço da aprendizagem nas outras disciplinas. Essas aulas estimulam o raciocínio, a inteligência e o senso crítico, potencializando a ampliação dos conteúdos e o aprendizado em todas as outras áreas do conhecimento. Como forma de expressão, as artes possibilitam o autoconhecimento e a descoberta da identidade, além de comunicar singularidades, anseios, pensamentos e emoções por meio de produções concretas e representações simbólicas. As competências envolvidas nesse processo, como concentração, criatividade e sensibilidade, são essenciais para um melhor aproveitamento dos conteúdos escolares de modo geral e para a formação integral dos alunos. Mas, além da produção artística em suas diferentes linguagens, o conhecimento de obras da literatura, do cinema e das demais artes permite aos alunos entrarem em contato com diferentes culturas, explorar e respeitar a diversidade, dialogar com outros modos de vida e de expressão e ter mais empatia, ampliando os horizontes e o conhecimento do mundo. O acesso a uma educação que prioriza as artes também traz mais recursos e referências ao estudante, o que ajuda na capacidade de interpretação e de leitura não apenas de textos, mas também da realidade. Outro aspecto importante é o caráter interdisciplinar das artes, que mistura senso estético, cultura, ciência, processos históricos, hábitos e conhecimentos, traduzindo a riqueza do legado da humanidade em cada época. Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as artes visuais, a dança, a música e o teatro constituem unidades temáticas que se articulam a seis dimensões do conhecimento: criação (o fazer artístico), crítica (impressões e opiniões), estesia (experiência sensível em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais), expressão (possibilidade de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos), fruição (sensibilização durante a participação em práticas artísticas e culturais) e reflexão (análise e interpretação das manifestações artísticas e culturais criador ou leitor). Como expressão artística ou como conhecimento, a arte contribui para o aprofundamento da aprendizagem nas diferentes linguagens e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento.

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Educação financeira é importante ferramenta para escolhas responsáveis e o consumo consciente

Ter consciência sobre o que se compra inclui o entendimento do ciclo de produção de um produto ou serviço e os impactos gerados ao meio ambiente, à economia e à sociedade A educação financeira, como tema transversal, deve fazer parte do conteúdo programático de todas as escolas de educação básica do Brasil, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além de auxiliar o estudante a planejar os seus gastos e o de sua família, é uma importante ferramenta para analisar de forma crítica os produtos que adquirimos e refletir sobre o consumismo nos dias de hoje. Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que todas as pessoas desfrutem de paz e de prosperidade — diz respeito à produção e ao consumo sustentáveis, o que envolve mudança de hábitos para evitar o desperdício e adquirir produtos e serviços que não prejudiquem a sociedade e o planeta. Entre outras medidas, o ODS 12 prevê, até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da redução do consumo, reciclagem e reuso; e garantir que as pessoas tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza Consumir de maneira consciente significa fazê-lo sem excessos e ter o entendimento de que o ciclo de produção de um produto ou serviço traz impactos ao meio ambiente, à economia e à sociedade. Quanto mais as pessoas compram e mostram interesse em adquirir novos produtos, mais recursos naturais precisam ser explorados para dar conta dessa demanda. O aumento da produção industrial e o sistema de transporte para a distribuição desses produtos provocam a emissão de gases poluentes e outras formas de degradação ambiental. Um exemplo clássico é a produção de uma calça jeans, que gasta cerca de 10 mil litros de água para ser confeccionada, de acordo com Wagner Cunha Carvalho, diretor-executivo da W-Energy e membro do Ivepesp (Instituto para a Valorização da Educação e da Pesquisa no Estado de São Paulo). Além dos recursos gastos na produção de um produto, outro aspecto que o consumidor consciente deve considerar é como ele deve ser corretamente usado e, posteriormente, descartado. Também vale atentar a quem o produz, no sentido de a empresa ter práticas sustentáveis e responsabilidade socioambiental. Ser um consumidor consciente inclui, ainda, saber questionar a real necessidade em adquirir um produto ou serviço. Isso porque, muitas vezes, a compra é motivada por fatores externos, impulsionados pelas próprias empresas, por meio de recursos da propaganda e do marketing, e pela influência da mídia. Com as redes sociais, esses apelos ganharam ainda mais força e alcance, atingindo um novo patamar. De acordo com dados da ONG internacional Global Footprint Network (GFN), a humanidade já está consumindo mais recursos do que o planeta é capaz de gerar. Reverter essa situação exige mudança de atitudes e o compromisso com a ideia de sustentabilidade, que é garantir que as demandas do presente não comprometam a capacidade das gerações futuras de responder às suas necessidades.

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5 filmes que trazem lições sobre educação financeira

Obras ajudam a entender conceitos importantes da economia e retratam, com um olhar crítico, temas como consumismo, especulação, investimento e riqueza Saber planejar o orçamento e cuidar do dinheiro com responsabilidade são as bases da educação financeira, imprescindível para se ter uma vida mais tranquila, empreender e alcançar objetivos. A educação financeira também inclui entender alguns conceitos de economia e sua relação com temas como consumismo, investimentos, riscos e oportunidades. Para aprender mais sobre esses assuntos de uma forma leve e atraente, confira uma seleção de cinco filmes sobre essa temática. Os delírios de consumo de Becky Bloom (2009) A comédia romântica dirigida por P. J. Hogan cria um ambiente descontraído para ilustrar um problema típico da sociedade de consumo contemporânea. A personagem que dá nome ao filme, Rebecca (Becky) Bloomwood (Bloom), é uma jovem jornalista de 25 anos que, como todos que cresceram na sociedade de consumo, foi exposta desde a infância à publicidade e à propaganda que vende sonhos para crianças e adultos, sem mencionar as consequências. Enxergando as crianças dos comerciais como “fadas” com seus “cartões mágicos”, a personagem cresce mergulhada no consumo inconsequente e vai se endividando até perder o emprego e não ver mais saída. Posteriormente, consegue um novo trabalho em uma revista para — ironia máxima — aconselhar os leitores a controlar seus gastos. Embora se apresente de forma leve, a comédia ressalta o drama do consumismo, vendido como solução diante de uma existência medíocre, em uma sociedade em que ter é mais valorizado do que ser e as pessoas são classificadas a partir dos seus bens. Trabalho Interno (2010) O premiado documentário de Charles Ferguson é uma atraente aula sobre os fatores que levaram o mundo à crise especulativa de 2008, a maior desde a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. De forma minuciosa, o diretor explica como as ações de desregulamentação das atividades financeiras geraram o caos na economia planetária, garantindo lucros exorbitantes aos banqueiros e levando desemprego e miséria a milhões de pessoas pelo mundo. O documentário salienta ainda que as grandes potências mundiais pouco fizeram para punir os responsáveis pelos danos e para voltar a regulamentar as atividades dos bancos, o que mantém as populações reféns de possíveis novas crises. O Capital (2012) O experiente diretor grego naturalizado francês, Constantin Costa-Gavras, que já brindou o público com diversos filmes de temática política, dirigiu uma instigante obra que aborda os meandros do capitalismo financeiro e as normas de funcionamento do sistema. O filme ajuda o espectador a sair do plano dos julgamentos pessoais e moralistas a respeito dos indivíduos que atuam no comando das instituições financeiras e mostra como cada agente é uma peça dentro de um sistema criado para alimentar fortunas a partir da pobreza de milhões mundo afora. A narrativa ainda aponta para a questão de como a economia se globalizou fazendo o capital internacional se impor acima dos estados e das decisões tomadas internamente. O Lobo de Wall Street (2013) O filme, dirigido por Martin Scorsese, é baseado nas memórias de Jordan Belfort, ex-corretor da bolsa de valores dos Estados Unidos que, entre a década de 1980 e 1990, aplicou golpes no mercado de ações e foi condenado por fraude e lavagem de dinheiro. A história destaca o glamour e as relações insidiosas que o dinheiro fácil da especulação financeira gera para os que se aproveitam das brechas existentes em um mercado com baixa regulação e fiscalização do Estado. Após a glória ilusória da riqueza imediata, o personagem principal — vivida pelo ator Leonardo DiCaprio — enfrenta as agruras do envolvimento com drogas, problemas amorosos e tentativas criminosas de aumentar a fortuna e tem um final decadente. A obra também ilustra como é fácil manipular os desejos de riqueza dos pequenos investidores que, iludidos pelo sonho da fortuna rápida, alimentam os ganhos dos grandes investidores. A Grande Aposta (2015) Dirigido por Adam McKay, que também assina com Charles Randolph o roteiro adaptado do livro de mesmo nome de Michael Lewis, a obra é mais uma das que abordam a crise de 2008, iniciada nos Estados Unidos. Mas obtém destaque ao utilizar técnicas como a quebra da quarta parede, em que os atores explicam de forma didática temas mais espinhosos da economia, como a crise imobiliária ou as hipotecas subprime. O enredo mostra como especuladores criaram produtos financeiros, que atraíam investidores que não se importavam com os riscos elevados, desde que pudessem obter lucros altos. Essa engenharia, que contou com a leniência do Estado, foi a responsável pela crise e todas as suas consequências.

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Férias escolares são necessárias para descansar, se divertir e aprender mais

Período é importante para o estudante relaxar, desligar-se da rotina de tarefas e tensões do dia a dia e recarregar as energias, o que tem impacto na qualidade de vida e nos estudos Depois de um ano de estudo, em que as dificuldades foram ainda potencializadas pela pandemia, é hora de as crianças e os adolescentes aproveitarem as férias escolares. Essa pausa é importante para garantir a saúde física e mental, aliviar o estresse, desconectar-se do cotidiano da escola e recarregar as energias para o novo período letivo que vai se iniciar posteriormente. Em relação à saúde física, desacelerar e desfrutar de momentos de relaxamento reduzem os hormônios que causam estresse e ansiedade e contribuem para regular a pressão arterial e melhorar a imunidade e a qualidade do sono, entre outros benefícios. Como resultado, aumentam o bem-estar, o bom humor e a motivação — inclusive, para aprender mais. Vivenciar um período de tranquilidade — e sair do estado de alerta e tensão do dia a dia escolar — favorece a criatividade, a concentração, a memória e a assimilação de novos conteúdos pelos estudantes. Ter disposição para aprender, ter boas ideias e pensar em soluções inovadoras é mais fácil quando se está descansado. Muitos estudantes relacionam os benefícios das férias somente a situações de viagens. No entanto, o aproveitamento desse período de descanso está mais ligado a conseguir sair um pouco da rotina e do ritmo do dia a dia, o que pode ser mais fácil quando se está em outro ambiente, mas também é possível em casa, com uma dinâmica diferente. Ela pode incluir momentos de lazer, entretenimento, autocuidado e abertura para novas experiências — como a dedicação a um hobby prazeroso, como música, gastronomia ou um esporte. Outra sugestão é tentar reduzir um pouco o uso de dispositivos digitais, como celulares e tablets, para que esse tempo possa ser dedicado a outras atividades mais relaxantes, de preferência ao ar livre ou que envolvam movimento, e à convivência com a família e amigos. Após esses dias de folga, os estudantes voltarão mais descansados, motivados e abertos para novas aprendizagens.

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Arquitetura e acessibilidade devem estar associadas para garantir cidades mais inclusivas

Assegurar que todos possam transitar por espaços públicos ou privados, frequentar diferentes locais e participar da vida social fortalece a cidadania e enriquece a experiência de viver em áreas urbanas As cidades estruturam a vida social e formam o cenário onde vivemos, moramos, estudamos, trabalhamos e nos relacionamos com as pessoas. Quanto mais acessível e inclusiva for o seu projeto arquitetônico, mais condições ela terá de propiciar o exercício da cidadania de forma plena a todos os seus habitantes. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,2% da população, possuem algum tipo de deficiência, incluindo dificuldades motoras e sensoriais (auditivas ou visuais). Ainda que a Lei de Acessibilidade (Lei 10.098/2000) tenha estabelecido regras e critérios para garantir os direitos de locomoção e participação dessas pessoas no contexto social, muitas ainda encontram grandes dificuldades. Esses entraves dizem respeito, sobretudo, à locomoção tanto no espaço urbano, em relação ao uso de vias públicas e transportes coletivos, quanto no ambiente interno de construções e edifícios. A acessibilidade arquitetônica está relacionada à existência de uma série de recursos que propiciam a circulação e a permanência de todos os cidadãos com autonomia e segurança em diferentes espaços, públicos e privados. Ela deve ser considerada desde o momento em que um espaço é projetado até o seu acabamento, no que se refere a sinalizações e revestimentos de objeto e equipamentos urbanos. No caso de pessoas que têm mobilidade comprometida ou reduzida, elevadores e rampas de acesso, bem como a largura adequada de portas e corredores para permitir a passagem de cadeiras de rodas, são alguns desses elementos. Em relação a pessoas com dificuldades sensoriais, audioguias para deficientes auditivos e linguagem braile e pisos táteis para cegos constituem exemplos. Uma cidade acessível e inclusiva é aquela que assegura a toda e qualquer pessoa transitar por espaços públicos ou privados sem que haja barreiras arquitetônicas que impossibilitem o convívio em áreas de acesso, circulação ou permanência. Os projetos arquitetônicos devem atuar no sentido de promover o convívio com a diversidade e oferecer igualdade de oportunidades para que todos os cidadãos participem da vida social.

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