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Ilustração mostra mulher avaliando se deve comprar uma TV para aproveitar a oferta, pois ela já tem uma

Educação financeira ajuda jovens a praticar consumo consciente

Escola pode orientar estudantes sobre hábitos para evitar o consumismo, que traz más consequências financeiras e para o planeta   As compras desnecessárias, por impulso, pelo “gosto” de consumir, são uma prática comum. Mas esse costume, chamado de consumismo, traz consequências danosas para o planeta. Além disso, o consumismo pode levar as pessoas a gastar mais do que têm.  Do outro lado, o consumo consciente é uma prática que leva em conta as necessidades da pessoa, suas finanças e o impacto no meio ambiente.   Mas afinal, quais as consequências do consumismo para a Terra? E como ensinar crianças e jovens a evitar um comportamento consumista?    A educação financeira é uma das chaves para evitar o consumismo e promover o consumo consciente. Explicamos mais a seguir.  Qual a diferença entre consumo e consumismo?   Consumo é o ato de adquirir produtos. E é uma ação necessária para a sobrevivência. Afinal, temos necessidade de comida, bebida, remédios, entre outros itens.   Mas o consumismo vai além disso. De acordo com a definição adotada em um dos volumes da coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, “consumismo é o ato de adquirir produtos em excesso e sem necessidade”.   E é na necessidade ou não da compra que reside a principal diferença entre os dois. Se se trata de uma necessidade, sua compra é um consumo. Se compramos um item que queremos, mas de que não necessariamente precisamos e, além disso, o item representa um excesso, a aquisição sai da esfera do consumo simples.    Publicidade incentiva consumismo   Em fevereiro de 2023, o Mapa da Inadimplência elaborado pela Serasa indicava que 70,5 milhões estavam com contas em atraso no país.   Mesmo diante deste cenário em que milhares de famílias precisam quitar compromissos já vencidos, o consumismo é incentivado em diversos espaços. Isso acontece inclusive no ambiente virtual. Uma pesquisa realizada em 2022, que investigou que tipo de conteúdo mais influi sobre compras feitas pela internet, revelou que, das 1.024 pessoas entrevistadas, 60% se declararam influenciadas por publicidade paga de empresas e produtos.    Leia também: O poder dos juros: o que são e como usá-los a seu favor   Consequências do consumismo   Consumir sem necessidade e em excesso traz diversas consequências. Talvez a mais fácil de constatar seja a financeira.    Uma compra sem necessidade tira recursos que poderiam ser usados para produtos ou serviços mais importantes. Além disso, esse comportamento pode levar o consumidor a gastar mais do que pode, contraindo dívidas. E, se for repetido várias vezes, pode desestabilizar as finanças pessoais.   Outra consequência do consumismo é para o planeta. Recursos naturais cada vez mais escassos são consumidos para a produção dos itens comprados. Dessa forma, ao adquirir produtos que não são essencialmente necessários, sobrecarregamos ainda mais a Terra.   A lição sobre consumismo da coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, traz uma figura que resume esse ciclo. Confira:   Educação financeira e consumo consciente  A educação financeira é uma das ferramentas-chave para a prática do consumo consciente entre adolescentes. A escola tem um papel fundamental nesta instrução. “É preciso tornar o consumo consciente um hábito”, afirma Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação. “Aí está a importância de construirmos essa consciência ao longo da vida escolar do estudante”, diz a especialista.   Da Educação Infantil ao Ensino Médio, orientações sobre hábitos de consumo consciente precisam estar no radar dos educadores. Isso se torna ainda mais importante diante das consequências que um consumo desenfreado tem sobre o meio ambiente.    “É preciso conscientizar as crianças e os jovens dos novos hábitos de consumo, como a economia circular, capaz de orientar sobre o não descarte de produtos em boas condições”, explica Hack. “Os estudantes precisam aprender desde cedo que, quanto mais consumimos, mais lixo produzimos e mais danos ao meio ambiente geramos”, afirma a gerente da BEĨ Educação.    Como aplicar educação financeira em diferentes idades   Na Educação Infantil, as crianças ainda não têm conhecimento das operações matemáticas. Por isso, Hack sugere que esse tema seja trabalhado por meio de dinâmicas de trocas de objetos ou conversas que façam os alunos refletirem sobre como a compra de brinquedos novos pode ser desnecessária.    Já no Ensino Fundamental, é possível inserir discussões sobre juros, parcelamento e pesquisa de preço. “Nessa fase, alguns alunos começam a ganhar mesada e a calcular seus próprios gastos, então é o momento de a escola trazer essas questões mais técnicas, sempre junto à conscientização”, explica Hack.    No final do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, a discussão pode ser aprofundada, vinculando a questão da economia circular à sustentabilidade. “Para alunos dessa faixa etária, é possível proporcionar um nível de profundidade muito maior sobre como o consumismo é prejudicial”, afirma Hack.    “É uma ótima oportunidade para trabalhar nos estudantes um olhar sistêmico que relacione a crise climática e a poluição à necessidade de mudar nossos hábitos de consumo”, acrescenta.   Débora Hack reforça a importância de que temas como consumismo e direitos do consumidor sejam trabalhados de forma transversal. “Esse assunto precisa estar presente em diversos componentes curriculares, como nas aulas de Matemática, quando se trata de cálculo de juros no momento de uma compra”, sugere.    “Também pode ser trabalhado em interpretação textual, quando se fala sobre o entendimento do texto de documentos como o Código de Defesa do Consumidor”, explica Hack.     Outra forma de apresentar o tema é por meio de projetos, a partir dos quais o estudante poderá fazer pesquisas mais aprofundadas sobre seus direitos enquanto consumidor.     Para saber mais, confira neste texto por que promover consciência e educação financeira é importante para evitar inadimplência.

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Imagem de fundo azul mostra cinco blocos de madeira com ícones associados a educação e reciclagem

Novo Ensino Médio: como professores podem se manter atualizados?

Confira neste texto dicas de capacitação para aliviar os impactos sobre os educadores   O Novo Ensino Médio traz mudanças tanto para estudantes quanto para educadores. Embora esteja em discussão, é certo que ele vai alterar essa etapa da educação básica. E como os professores podem se preparar para o Novo Ensino Médio?   Entre os pilares fundamentais da nova resolução, podemos destacar dois. O primeiro é a preparação para o tempo integral. O segundo é a definição de uma nova organização disciplinar, mais flexível.    No modelo novo, os docentes são motivados a exercer suas práticas educacionais conforme todas as propostas exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pelos itinerários formativos. Para isso, eles precisarão replanejar as aulas. Isso será necessário para atender o novo currículo integrado e as alterações que incluem as diferentes áreas do conhecimento.   Entenda mais sobre o novo modelo e como os educadores podem se preparar para ele.   Leia também: Novo Ensino Médio: os 5 principais desafios para a implementação em 2023   O que é o Novo Ensino Médio    É o novo modelo que deve vigorar para essa etapa da Educação Básica. Ele está previsto pela lei nº 13.415/2017. De acordo  com o Ministério da Educação, “essa mudança tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros”. Atualmente, o modelo passa por discussão em todo o país.   O MEC diz ainda que essa nova estrutura deve “aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade”.    Leia também: O que é Projeto Político Pedagógico da escola, o PPP? Entenda   Como professores podem se preparar para o Novo Ensino Médio   Para estarem prontos para o Novo Ensino Médio, os educadores precisarão mudar sua visão do ensino. Essa é a avaliação de Natália Alonso, gestora de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação.   “Os professores devem buscar uma visão ampla e disruptiva do ensino, mirando um trabalho integrado entre os componentes curriculares”, diz. Além disso, ela afirma que será necessário aproximar os projetos cada vez mais da realidade do estudante. Para Natália, essa atitude fará com que o ensino “se torne mais real, significativo e, acima de tudo, aplicável no dia a dia do estudante”.    Desta forma, avalia a gestora, “as competências de cada um passarão a ser desenvolvidas para além dos muros da escola”.   Para essa mudança, será necessário que as escolas providenciem formação e capacitação dos materiais e itinerários aplicados aos educadores.   Por sua vez, Natália levanta cinco dicas de capacitação para os educadores se alinharem às mudanças do Novo Ensino Médio. Confira a seguir!   Maior autonomia aos estudantes   O educador deixou de ser o detentor único do saber e passou a ser o mediador de sua turma. Com os itinerários e projetos, o estudante solidifica seu papel de protagonista. Por isso, o educador precisará trabalhar essa competência – o protagonismo – constantemente com seus alunos . Ela, inclusive, faz parte das competências gerais da BNCC, com equilíbrio e entendendo que autonomia envolve também maior responsabilidade. O professor deverá, portanto, introduzir esta prática mais independente de maneira gradativa, de forma a exercitar sua escuta ativa e respeitar a diversidade.   Colocar o conhecimento em prática   A atualização do educador não deve ser apenas teórica: os conceitos devem ser postos em prática. Nesse sentido, metodologias ativas podem e devem ser cada vez mais utilizadas. Elas proporcionam protagonismo, integração entre áreas de conhecimento e maneiras diversas de aprender.   Leitura constante   A leitura de autores consagrados e de novos autores são fatores essenciais para as novas práticas. Temas importantes a serem buscados nas obras são pilares de inovação, introdução do ensino híbrido e trabalho por projetos. É imprescindível que os educadores se atualizem sem deixar para trás o que já foi aprendido. Afinal, é frutífero alinhar diversas ferramentas para desenvolver o trabalho em sala de aula.   Trocas e mais trocas   As formações de educadores realizadas de maneira síncrona são muito importantes para trocas, insights e discussões. E elas podem acontecer tanto on-line quanto presencialmente. Quando colocam a “mão na massa” e exercitam os conceitos já aprendidos, eles podem vivenciar práticas para serem aplicadas também com os estudantes. E isso dá maior sentido à imersão.      Inovação digital   O uso de tecnologias, as chamadas TDICs (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação), é um grande diferencial nesse processo. Isso deve ser feito na medida do possível, considerando também os recursos disponíveis na escola. As TDICs integram diversas esferas da realidade dos estudantes. Além disso, enriquecerem conteúdos e componentes, permitindo projetos que consolidem diversos conhecimentos.    Nesse sentido, as TDICs podem funcionar como formas diferentes de introduzir um mesmo conteúdo, abarcando as diferentes formas de aprender e proporcionando um aprendizado personalizado.   Para se aprofundar ainda mais, entenda, neste texto, o que é o ensino personalizado e quais são seus benefícios.

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Ilustração mostra mulher de vestido rosa sendo puxada do lado esquerdo por um cifrão azul com auréola e do lado esquerdo por um cifrão laranja

O poder dos juros: o que são e como usá-los a seu favor

Entender o que são juros e como eles afetam o dia a dia do consumidor é uma importante lição de educação financeira O que são os juros? Por que eles existem? Existe alguma forma de o consumidor usar as taxas de juros a favor de suas finanças?   Entender o que são as taxas de juros faz parte da educação financeira. Um consumidor com esse conhecimento saberá como avaliar as taxas tanto em empréstimos e crédito quanto em aplicações. E, assim, conseguirá obter benefícios com o “poder” dos juros.   O que são juros    Podemos dizer que os juros são o preço do aluguel do dinheiro. Sim, o dinheiro tem um preço. Quando você empresta dinheiro a alguém, espera receber o valor e mais um acréscimo de volta. Isso porque você deixou de poder usar o dinheiro que tinha agora. E, por isso, deve receber uma remuneração em troca. De uma certa forma, “alugou” seu dinheiro para quem o tomou emprestado.   Da mesma forma, quem pediu esse recurso emprestado precisa pagar o preço por essa operação. E esse preço é expresso pela taxa de juros.   Mas por que taxa de juros? O que são taxas?   Na coleção Aprendendo a Lidar com Dinheiro, da BEĨ Educação, encontramos a seguinte definição: taxa é uma porcentagem que é adicionada ou subtraída de um número. Quando a taxa é adicionada, pensamos nela como um acréscimo. Por outro lado, quando ela é subtraída, pensamos nela como um desconto.   Em geral, as taxas de juros são expressas em função de um tempo. Por exemplo: 10% ao ano, 1% ao mês etc.   Leia também: Educação financeira ajuda estudantes a planejar gastos e fazer escolhas conscientes Juros simples e juros compostos   Voltando aos juros, é importante conhecer a diferença entre juros simples e juros compostos. No site Por Quê – Economês em Bom Português, encontramos as definições e explicações.   Os  juros compostos são assim chamados quando os juros cobrados – ou pagos – incidem sobre o valor principal e sobre os juros de cada período. O mercado financeiro está organizado em torno dos juros compostos. Investimentos pagam juros sobre juros; em dívidas, juros também incidem sobre juros. Isso significa que um investimento cresce de maneira exponencial: quanto mais tempo você deixa o dinheiro lá, mais juros são gerados, e mais juros incidem sobre juros.  No caso dos  juros simples, os juros incidem apenas sobre o valor inicial, de maneira fixa. Os juros de cada período não entram no cálculo do próximo.   Essa é a grande  diferença entre juros simples e juros compostos:   nos juros simples, os juros são cobrados – ou pagos – apenas sobre o valor inicial;   nos juros compostos, os juros são cobrados – ou pagos – sobre o valor inicial e sobre os juros do período anterior.   Com um exemplo, fica mais fácil de entender.   Suponha que você tenha R$ 500 para investir e pode manter esse dinheiro aplicado por dois anos. E que você escolha um investimento que lhe promete uma taxa de juros de 10% ao ano.   Em um sistema de juros simples, a taxa incide apenas sobre o valor investido. Então, tanto no primeiro como no segundo anos, você receberá R$ 50 a título de juros. No período inteiro, você terá ganhado R$ 100 de juros.   Já no sistema de juros compostos, juros incidem não apenas sobre o principal, mas também sobre os juros ganhos no primeiro ano.   No caso, você receberá os R$ 100, que são os juros sobre o principal, mais um adicional sobre R$ 50 × 10% = R$ 5, que são os juros sobre os juros ganhos no primeiro ano. Então, no fim de dois anos, os juros totais ganhos são iguais R$ 105.   Um exemplo numérico mais longo   Em dois anos e nesse exemplo, a diferença parece pouca. Mas o poder dos juros compostos cresce com o tempo. Os economistas do Por Quê? elaboraram um gráfico que mostra como ela é grande.    Partindo dos mesmos R$ 500 do exemplo acima, foram consideradas duas taxas de juros ao ano: 10% e 12%. Elas parecem muito próximas, certo? Mas vejamos o que acontece ao longo do tempo. Depois de 10 anos, o valor do investimento com a taxa mais alta será cerca de 20% maior que o outro; depois de 20 anos, a diferença chega a 43%.     Fatores que influenciam os juros pagos   Em entrevista ao blog da BEĨ Educação, o consultor financeiro Manoel Garcia Canabal explica os três fatores que influem nessa dinâmica dos juros compostos. O primeiro é a metodologia de cálculo, ou seja, o fato de os juros de cada período também virarem uma nova base de cálculo.    O segundo fator, segundo ele, é a taxa contratada. “Antes de fechar uma negociação, é muito importante verificar as oportunidades de empréstimos que oferecem taxas mais vantajosas”, recomenda ele.    O terceiro fator é o prazo do empréstimo. O consultor explica que os prazos longos com parcelas pequenas absorvem maior montante de juros. Por isso, ele recomenda que, sempre que houver condições, deve-se optar por um prazo menor com parcelas de maior valor.    Dívida é sempre ruim?   Em geral, quando ouvimos a palavra “dívida”, costumamos associá-la a algo prejudicial, negativo. Mas será que dívida é sempre ruim?   Na visão do consultor financeiro, a resposta é não: a dívida não é sempre ruim. No entanto, ele observa a necessidade de ter clareza sobre o objetivo a ser alcançado com o valor obtido. “Se os recursos não forem utilizados, gerarão uma perda de patrimônio pelos juros cobrados, por menores que sejam”, afirma. Manoel Canabal lembra que o endividamento pode ser usado para dois fins principais. O primeiro é a cobertura de contas a pagar para as quais não temos recursos suficientes. Nesse caso, em geral se usam empréstimos.    Usar esses valores para quitar contas de maneira mais imediata serve a vários propósitos positivos. Um deles é não ficar sem o fornecimento de água, luz e telefone, quando forem contas de consumo. Outro é não ficar sujeito a processos judiciais nos casos em

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Foto mostra livros didáticos abertos em cima de uma mesa com uma lousa verde ao fundo

A importância do livro didático na era digital

Brasil tem o maior programa de distribuição de livros didáticos do mundo, o que contribui para a democratização do ensino    O livro didático é uma das principais, senão a principal, ferramentas pedagógicas usadas nas escolas de todo o país. Mas qual a importância do livro didático? Ele segue com a mesma relevância no mundo digital?   A resposta é sim, pelo menos no Brasil. Aqui, muitas vezes ele é o único instrumento pedagógico disponível. O país tem o maior programa público de aquisição e distribuição de didáticos. E dedicamos o dia 27 de fevereiro para celebrá-lo.      A história do livro didático no Brasil   No século XIX, boa parte dos livros escolares usados no Brasil era traduzida do francês. Havia poucas obras escritas por autores brasileiros, geralmente professores do Imperial Colégio de Pedro II, no Rio de Janeiro.   De acordo com a linha do tempo elaborada pela Abelivros, em 1938 um decreto-lei estabeleceu a criação da Comissão Nacional do Livro Didático. O objetivo era fiscalizar todas as obras a serem usadas nas escolas brasileiras.    Dez anos depois, foi lançado o livro escolar mais famoso do país: a cartilha “Caminho suave”, de Branca Alves de Lima. A obra foi muito popular até os anos 1980 e, em 2011, chegou à sua 131ª edição.   A partir da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961, houve uma expansão significativa da rede pública de ensino. Esse movimento foi acompanhado de investimentos do Ministério da Educação para aquisição e distribuição de obras escolares. No entanto, os recursos eram inconstantes e nem sempre atendiam os estudantes a tempo.   Foi em 1985 que o decreto 91.542 instituiu o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O programa passou a ser uma política de Estado, atendendo a milhões de estudantes.   Nos anos 1990, foi elaborado o Guia de Livros Didáticos, contendo critérios para avaliação e elaboração das obras.   Leia também: Entenda a importância do livro didático para um ensino democratizado     O Programa Nacional do Livro Didático   O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) compreende um conjunto de ações voltadas para a distribuição de obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinadas aos alunos e professores das escolas públicas de educação básica do país.   A compra das obras e a gestão do programa são centralizadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A escolha dos títulos, por outro lado, é descentralizada. Dentro de um “cardápio” disponibilizado a cada ano, diretores e educadores podem escolher os livros que fazem mais sentido para sua realidade escolar.   Assim, o programa confere autonomia a cada gestor escolar para estabelecer os livros que serão adotados. Além disso, ao centralizar as compras, pode-se obter maior eficiência de gastos.   Frequentemente, o programa brasileiro é apontado como o maior do gênero no mundo. E, de fato, os números são grandiosos.   O anuário da Abelivros (Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais) aponta que, em 2021, foram adquiridos um total de 136,8 milhões de livros por meio do programa. Esse volume beneficiou 28,8 milhões de estudantes de todo o país.   O programa foi recentemente ampliado para outros tipos de obras literárias. E, em 2023, a previsão é que ele se estenda para livros digitais também.   Leia também: Como fazer bom uso dos recursos digitais para aumentar o engajamento dos jovens?    A importância do livro didático    Mas, num mundo digital, o livro didático continua tendo importância?  Em entrevista à Nova Escola, Circe Bittencourt, que pesquisa o assunto há mais de 20 anos, diz que sim. Segundo ela, muitas vezes o livro é o próprio currículo escolar.    Além disso, Circe destaca que muitos educadores se baseiam nele para preparar suas aulas. “Ao mesmo tempo, o livro didático tem a função de formar os professores”, afirma.   Na entrevista, a especialista diz que sites e programas de TV podem ser usados como materiais didáticos. No entanto, é o livro que guarda a função de sistematizar o conhecimento escolar.   Circe, que é docente da Faculdade de Educação da USP, enumera o que os educadores precisam levar em conta para escolher uma obra a ser usada em classe. “O educador precisa conhecer bem para quem vai lecionar”, afirma. “Com base nisso, pode ser que o docente julgue necessário que a obra tenha uma linguagem mais simples ou muitas atividades, por exemplo”, disse ela na entrevista.   Já Winder Almeida, presidente do SinepeMG, falou ao blog da BEĨ Educação   sobre as características que as escolas devem observar na hora de escolher os materiais didáticos.   Ele afirmou que a escolha do material didático de cada instituição de ensino vai depender “da proposta pedagógica que ela quer oferecer aos seus alunos e do investimento que tanto a escola quanto as famílias estão dispostas a oferecer”.   Para Almeida, “a instituição deve priorizar algumas habilidades, que despertem nos alunos criatividade, praticidade na hora da execução, colaboração e empatia com a comunidade escolar em um todo”.   O presidente do SinepeMG elencou mais alguns pontos a serem observados. O material, em sua visão, deve ajudar a desenvolver o “pensamento crítico do estudante na hora em que lhe aparecerem situações e pautas que envolvem a sociedade”.   E finaliza destacando que, desta forma, o material vai colaborar com “o desenvolvimento desse jovem como um adulto responsável e com atitudes conscientes”.   Os meios digitais são muito importantes e fazem cada vez mais parte de nossas vidas. Mas ainda há obstáculos para sua adoção em salas de aula. Confira neste texto a pesquisa que mostra quais as dificuldades para adotar tecnologias digitais nas escolas brasileiras.  

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Cinco estudantes do Ensino Médio de costas caminham para a porta da escola. Dois estão abraçados e dois estão batendo as mãos no alto

Novo Ensino Médio: os 5 principais desafios para a implementação em 2023

Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação, avalia quais serão as maiores dificuldades a superar     A partir de 2023, todas as instituições públicas e privadas do país devem entrar em conformidade com as regras do Novo Ensino Médio. As normas e a estrutura do modelo constam da lei 13.415/2017. Isso traz para as escolas alguns desafios para implementarem o Novo Ensino Médio.   A proposta visa propiciar uma série de inovações para todos os envolvidos na gestão escolar. Isso inclui desde estudantes a docentes e gestores.  Neste texto, vamos explicar as principais características do modelo. Além disso, abordaremos os  cinco principais desafios para sua implementação.   Leia também: Saiba o que muda no papel dos educadores com o novo Ensino Médio  O que é o Novo Ensino Médio  É o novo modelo que deve vigorar para essa etapa da Educação Básica. Ele está previsto na lei nº 13.415/2017. De acordo com o Ministério da Educação, “essa mudança tem como objetivo garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros”. O MEC diz ainda que essa nova estrutura deve “aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade”.   Há dois pilares fundamentais para a implementação deste modelo. O primeiro é a preparação para o ensino em tempo integral. O segundo é a definição de uma nova organização curricular, mais flexível. Os estudantes estarão em contato com componentes curriculares típicos, que já conhecem. Mas, junto deles, deverão escolher áreas de aprofundamento: os itinerários formativos.   Segundo Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação, “os itinerários formativos são uma maneira de os jovens escolherem o que gostariam de estudar, com base no que os instiga”. A especialista explica essa novidade. “São percursos propícios a desenvolver as expectativas de aprendizagem de cada área do conhecimento e, dentro desse recorte, aptos a colocar em prática tudo o que foi ensinado.”  Complementação do processo Para complementar esse processo, há a adoção do trabalho por projetos. Ele busca fazer com que os estudantes entendam suas próprias atuações em um cenário real. Os alunos passam pelas etapas de pesquisa, compreensão de contexto e criação de protótipos. Assim, o ensino tradicional, mais comum no modelo anterior, vai dando espaço à interação com o conhecimento de maior profundidade.  Abre-se, assim, a possibilidade de trabalhar com o Projeto de Vida dos estudantes, por exemplo. Ele propõe um processo de autoconhecimento, em que os alunos aprendem a fazer suas próprias escolhas e planejar seus objetivos pessoais.  Leia também: Construir um projeto de vida auxilia o jovem a gerir sua própria trajetória  Cinco desafios para a implementação do Novo Ensino Médio   Sabendo da importância da elaboração de currículos estudantis de referência, Hack levanta cinco desafios para a implementação do Novo Ensino Médio que as escolas virão a enfrentar. Confira abaixo quais são eles.  1)      Aumento da carga horária  O Ensino Médio deixará de ter 2.400 horas de carga horária mínimas. Elas serão substituídas por 1.800 de formação geral básica e 1.200 de itinerários formativos, totalizando 3.000. As escolas já deveriam ter começado a implantar esta grade visando as mudanças para o ENEM de 2024.   Contemplar este número sem aumentar as mensalidades ou a carga horária dos educadores, deixando possíveis lacunas no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, tende a ser um grande quebra-cabeça.  2)      Trabalho por áreas de conhecimento  Antes, os conteúdos eram trabalhados de forma isolada, cada um em seu próprio componente curricular. A partir do Novo Ensino Médio, a ideia é que os estudos sejam direcionados por áreas de conhecimento. São elas:   Matemática e suas Tecnologias   Linguagens e suas Tecnologias   Ciências da Natureza e suas Tecnologias   Ciências Humanas e Sociais Aplicadas   O desafio é sincronizar essas esferas junto aos educadores.  Alguns exames já começaram a colocar essa proposta em prática, como a primeira fase da Fuvest 2023.    3)      Foco em metodologias ativas    Aula invertida, autonomia de estudos, trabalho por projetos… Essas são algumas das estratégias que devem passar a ser utilizadas nas salas de aula. Elas colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem.   Para isso, as escolas precisam criar novos processos formativos, libertando os professores das “amarras conteudistas”. Interação e diálogo com o conhecimento são o grande foco.    4)      Operacionalização do novo modelo  Como operacionalizar a instituição de ensino dentro dessas novas exigências? O colégio, antes de executar, terá de pensar e planejar, compreendendo que as áreas precisam se conectar e, ao mesmo tempo, atribuir maior autonomia aos estudantes.   Esse processo é lento; logo, criar uma organização efetiva será uma estruturação a longo prazo. Além da hora-aula obrigatória, incorporar os itinerários à grade também será necessário.    5)      Escolha dos próprios itinerários  As escolas devem oferecer, pelo menos, um itinerário formativo de cada uma das quatro áreas de conhecimento. Essa medida torna o estudante protagonista do processo escolar. Anteriormente, todos os componentes curriculares eram padronizados e levados ao aluno, sem o apoio necessário para que ele fizesse as melhores escolhas para sua trajetória.   Essa é a ideia por trás do Projeto de Vida, por exemplo, por meio do qual os educadores investem na potencialidade dos jovens. O educando, assim, passa a ter mais voz.    Essa nova estrutura pode trazer dúvidas aos estudantes quanto a como escolher os itinerários formativos que vão cursar. Neste texto, damos algumas dicas. 

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Dia da Internet Segura: entenda essa mobilização mundial

Em 2024, data será celebrada em 6 de fevereiro em mais de 180 países sempre sob o tema Unidos para uma internet mais positiva Todos os anos, mais de 180 países se reúnem em uma mobilização global por uma internet segura. O movimento acontece em fevereiro e é marcado pelo Dia da Internet Segura.    No Brasil, as ações são coordenadas pela SaferNet Brasil, uma organização de atuação nacional sem fins lucrativos.  Em 2024, a data será celebrada em 6 de fevereiro, sendo o 16º ano em que a mobilização é realizada no país. O tema é sempre buscar estar “unidos para uma internet mais positiva”.      Mas o que é uma internet segura? E qual a importância da educação midiática para alcançá-la? São algumas das questões que discutiremos neste texto.   O que é internet segura   Quando falamos em internet segura, logo vêm à mente senhas de contas bancárias e de perfis pessoais, como e-mail e redes sociais. Também lembramos de notícias de golpes virtuais. E esse é um ponto importante de fato.   Mas uma internet segura vai além desses aspectos. Ela inclui promover uma rede sem crimes virtuais, como promoção de discursos de ódio e intolerância – incluindo xenofobia, racismo e outras formas de discriminação – e crimes sexuais. Há ainda os casos de perfis falsos para aliciamento de jovens em redes sociais e ambientes de jogos interativos. E não podemos deixar de falar das famosas “fake news”, que também podem configurar crimes.   Além disso, a internet segura é uma rede em que se possa navegar de maneira positiva do ponto de vista emocional. Aqui podemos citar como contraexemplo os casos de cyberbullying, além dos recentes “cancelamentos” nas redes.   O Dia da Internet Segura   O Dia da Internet Segura começou como uma iniciativa do projeto EU SafeBorders, da União Europeia, em 2004. O  objetivo da data é promover a utilização segura da internet por todas as pessoas. Há um foco especial em crianças e adolescentes, por estarem especialmente expostos a riscos na rede.   Em 2005, a rede conjunta Insafe-INHOPE, que congrega as organizações que desenvolvem o uso consciente da internet na União Europeia, retomou a ação. Desde então, esse dia, conhecido Safer Internet Day  (SID), passou a ser celebrado anualmente em fevereiro. Com o passar do tempo, ele se expandiu para fora da Europa. Atualmente, mais de 200 países incluem ações sobre internet segura nesta época dentro da iniciativa mundial.    O site mundial do evento explica seus objetivos. “Do cyberbullying às redes sociais e à identidade digital, todos os anos o Dia da Internet Segura visa aumentar a conscientização sobre questões on-line emergentes e preocupações atuais”, informa a página.   Qual a programação do Dia da Internet Segura no Brasil em 2024   Em 2024, será celebrada a 16ª edição do Dia da Internet Segura no Brasil. Como todos os anos, o tema das ações gira em torno de “Unidos para uma internet mais positiva”. No Brasil, as ações são coordenadas pela Safernet Brasil, que se define como a “primeira ONG no Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os direitos humanos no ambiente digital”.   O site do evento informa que haverá um evento presencial em São Paulo, em 6 e 7 de fevereiro, com vagas limitadas. Ele terá transmissão on-line. Os painéis e palestras terão os seguintes temas:   A proteção à Infância nos tempos da IA Generativa Cidadania Digital nos currículos da Educação Básica O papel do setor privado no fortalecimento do ecossistema de segurança digital no Brasil Algoritmos de recomendação e o público infantil Integridade da informação na agenda digital do G20 Juventudes e os desafios da era digital na agenda do G20 Uso excessivo de Telas por crianças e adolescentes no Brasil: o que fazer?  Especialmente no segundo tema, nota-se que construir uma internet segura pode – e deve – passar pela escola. Mas como fazer isso?   Leia também: Estimular o pensamento crítico ajuda a inovar, buscar soluções e exercer a cidadania   A importância da educação midiática para a internet segura   A alfabetização midiática é definida da seguinte forma pela Unesco:   “Um conjunto inter-relacionado de competências que ajudam as pessoas a maximizar as vantagens e minimizar os danos nos novos cenários de informação, comunicação e digital.”    A entidade elenca cinco elementos que, em sua visão, classificam essa competência.   Compreensão do papel e das funções das mídias em sociedades democráticas.  Compreensão das condições sob as quais as mídias podem cumprir suas funções.   Avaliação crítica do conteúdo midiático à luz das funções da mídia.   Compromisso junto às mídias para a autoexpressão e a participação democrática.   Revisão das habilidades necessárias para a produção de conteúdos pelos usuários.   Essas definições mostram a importância da educação midiática para lidar com a desinformação que perpassa a rede. Dessa forma, uma alfabetização midiática contribui para a construção de uma internet segura.    Aqui, cabe lembrar o conceito de cidadania digital. Para o educador Mike Ribble, ela é “o desenvolvimento contínuo de normas de uso apropriado, responsável e capacitado da tecnologia”. Ribble é autor do livro Digital Citizenship in Schools (Cidadania digital nas escolas, em português).   Cidadania digital e BNCC   Das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), três fazem referência ao tema da cidadania digital. São elas:    Competência 1: Conhecimento. Ela aborda os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade.    Competência 2: Pensamento científico, crítico e criativo. Na BNCC, essa competência aparece com o objetivo de criar soluções, inclusive tecnológicas, para a resolução de problemas.    Competência 5: Cultura digital. Essa competência destaca a necessidade de “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos […] e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”    Como trabalhar a educação midiática nas aulas   A educação midiática não é um componente curricular. Ela é um tema transversal, que pode ser abordado de forma interdisciplinar.   Um exemplo é nas aulas da área

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Nuvem de palavras relacionadas a ética

A importância da ética na vida em sociedade

Ao longo dos tempos e em diferentes culturas, o conceito de atitudes e comportamentos éticos varia     Ética é um conceito de que todo mundo fala, mas que suscita estudos sobre seu sentido e definição até hoje entre filósofos. Definir o que é ser ético, que atitude é ética, pode variar de acordo com a cultura, os costumes, a época.   Neste texto, vamos mostrar um pouco dessas discussões e a importância da ética para a vida em sociedade.    O que é ética   A palavra ética deriva do termo ethos, do grego antigo. Por sua vez, esse vocábulo tem duas variantes: êthos (caráter) e éthos (costume). Se muitas vezes ética e moral se confundem e se aproximam, não é à toa. A palavra moral deriva de moris, a tradução latina para ethos.   Uma possível definição para ética é dizer que ela é o conjunto de princípios que norteiam a conduta das pessoas na vida em sociedade.   Em um artigo, o professor Mario Alencastro elaborou a seguinte definição: “a ética seria uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral”.   Levando para o campo da ciência, a ética é uma área da filosofia que estuda a conduta humana. Nesses estudos, são investigados os princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano.   No livro “O que é ética”, Álvaro Valls começa o texto já mostrando a dificuldade de definir o conceito. “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar quando alguém pergunta”, escreve o autor.   O que é um comportamento ético   Muito do que se fala sobre ser ético está relacionado ao conceito de comportamento considerado certo ou errado. Daí, dá para ver que é difícil ter uma definição universal e única, que perpasse o tempo.   Os costumes mudam. E são diferentes em cada cultura, influenciados por diversos fatores. Algo que no século XIX era considerado errado hoje pode ser encarado como normal e vice-versa. Um comportamento avaliado como errado em uma cultura pode ser correto em outra.   Então, o que é um comportamento ético? Em seu livro, Valls traz a seguinte definição. “Um comportamento adequado aos costumes vigentes, e enquanto vigentes, isto é, enquanto esses costumes tivessem força para coagir moralmente ou socialmente.”   Há situações em que essa definição é menos vaga e mais assertiva. É o caso dos códigos de ética, adotados por muitas instituições, empresas, órgãos de governo e entidades representativas de profissões. Esses textos em geral trazem princípios que regem os comportamentos aceitos enquanto a pessoa está no exercício de atividades ligadas àquela empresa, instituição ou profissão. Alguns dos exemplos mais famosos nesse último caso são os códigos de ética médica e de advogados.   Leia também: Por que é importante falar sobre diversidade nas escolas?    Qual a importância da ética para a vida em sociedade   No artigo que já citamos, Alencastro afirma que “a ética está relacionada ao desejo de realizar a vida mantendo com os outros relações justas e aceitáveis”.   Essa reflexão traz uma direção sobre a importância da ética para a vida em sociedade. Algumas atitudes que podem ser consideradas nessa perspectiva seriam:   ações e comportamentos que prezam pelo bem-estar em sociedade;   respeito aos outros;   respeito a regras, leis e normas sociais.   Como exemplo de comportamento ético na cidade, podemos citar: respeitar pedestres, não jogar lixo nas ruas ou fora de recipientes adequados, limpar dejetos de cães ao levá-los para passear ou respeitar regras de silêncio para não incomodar a vizinhança.   Tais atitudes estão em linha com, como definiu Alencastro, ideias de bem e virtude, “enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz”.   Neste texto, entenda como uma educação humanizada forma o estudante mais consciente de seu papel na sociedade. 

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PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

O que é Projeto Político Pedagógico da escola, o PPP? Entenda

Documento é obrigatório e deve apontar os caminhos que a instituição quer percorrer e seus objetivos    Para onde vai a escola? Quais são seus objetivos e que sonhos ela almeja realizar? Como ela vai viabilizar a realização desses objetivos? As respostas a essas perguntas são diferentes em cada instituição, mas devem constar em um documento. Ele é o Projeto Político Pedagógico, ou PPP, da escola.    Instituído pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), ele é obrigatório e deve ser entregue às secretarias de educação. Mas sua importância é muito maior do que um simples “cumprimento de regra”.   Muitos especialistas apontam o Projeto Político Pedagógico como a identidade ou até a alma da escola. Isso porque ele deve apontar os rumos que a instituição deve tomar e os meios para alcançar seus objetivos.    O que é o Projeto Político Pedagógico   O Projeto Político Pedagógico traz o rumo, a direção, o objetivo da escola como instituição de ensino. Além disso, ele retrata quais as estratégias que ela vai usar para conseguir cumprir esses objetivos.   Em um artigo, Geraldo Antonio Betini, doutor na área de Ensino, Avaliação e Formação de Professores, escreveu que o PPP “mostra a visão macro do que a escola pretende ou idealiza fazer, seus objetivos, metas e estratégias permanentes”. E isso, na visão do especialista, se refere tanto às atividades pedagógicas como às funções administrativas da instituição.   Para sermos mais diretos, podemos dizer que as palavras que compõem o nome do documento traduzem o que ele significa para as instituições.   Projeto: o PPP deve reunir as propostas de ação que serão executadas em determinado período.    Político: o fato de esse termo estar presente, segundo Betini, “reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em que vive”.    Pedagógico: o PPP deve mostrar quais os projetos educativos necessários para que o processo de aprendizagem aconteça de maneira efetiva.   O Projeto Político Pedagógico é obrigatório?   A Lei de Diretrizes e Bases da Educação prevê que todas as escolas elaborem seu próprio Projeto Político Pedagógico.   O artigo 12 dessa legislação diz que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”.    O documento, desta forma, é obrigatório e deve ser apresentado às secretarias de educação. E isso vale tanto para escolas públicas quanto para escolas privadas.   Leia também: Como projetos interdisciplinares podem impactar positivamente a aprendizagem?   O que um Projeto Político Pedagógico deve conter   Para elaborar um PPP para uma escola, é necessário primeiramente entender a instituição. Fazer um diagnóstico, uma espécie de raio-X, para saber de que ponto a escola parte e então entender para onde ela pode ir e como vai chegar.    Para começar, é necessário colocar a identificação legal da escola: nome, endereço, CNPJ, responsável etc. Os recursos de que ela dispõe também devem constar do plano, até para traçar planos de ação. Dentre eles, a estrutura do prédio – salas de aula, laboratórios, pátios, espaços de convivência etc. –, quem compõe a equipe pedagógica e administrativa e seu perfil, equipamentos, entre outros.   Informações sobre a aprendizagem proporcionada pela escola às turmas que nela estudaram são importantes. Elas podem ser identificadas pelas taxas de aprovação da instituição. Para melhorar o diagnóstico, se possível incluir taxas de escolas da mesma cidade, estado ou região, para poder comparar os trabalhos.   Um dado importante a incluir são os socioeconômicos, tanto da comunidade em que a escola está inserida quanto das famílias dos estudantes. No primeiro caso, ele pode ser obtido em órgãos públicos. Já sobre as famílias, as informações das fichas de matrícula podem ajudar nessa identificação.    Ao traçar o retrato atual da escola, a definição de metas e objetivos e dos planos de ação para alcançá-los fica mais real, particular e efetiva. Os projetos são elaborados tendo em vista as possibilidades da escola e seus recursos disponíveis. Além disso, é possível identificar eventuais carências, de recursos humanos, físicos ou financeiros, e planejar como supri-los.   Os passos depois do diagnóstico No contexto do termo “político”, o PPP deve conter a identidade cultural da escola, sua missão, princípios e valores. Essa identidade vai nortear as ações e planejamentos da instituição.   Por fim, no aspecto pedagógico, o projeto vai delinear quais as abordagens e metodologias a serem usadas para que os estudantes alcancem uma aprendizagem efetiva.   Dessa forma, podemos resumir com os seguintes tópicos o que o PPP precisa contemplar:   Missão;   Usuários;   Dados sobre a aprendizagem;   Relação com as famílias;   Recursos;   Diretrizes pedagógicas;   Plano de ação.    Uma reportagem da revista Nova Escola definiu que o PPP deve ser:   – completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre a rota que a escola deve seguir;   – flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos.    A atualização do PPP é necessária?    A escola, assim como a sociedade, não é estática. Há mudanças que acontecem ao longo de sua existência. Além disso, novos estudos podem trazer inovações em métodos pedagógicos. Desta forma, o Projeto Político Pedagógico também não deve ser estanque. Ele pode e deve ser atualizado ou até refeito, se for o caso.   Foi o que aconteceu no Colégio Opção, de Uberaba, em Minas Gerais. Ele foi aberto nos anos iniciais da década de 1990, tendo 30 anos de existência.    Seu diretor, Junior Afonso, conta que, em 2016, houve a recriação do Projeto Político Pedagógico da escola. Ele partiu, segundo o diretor, da “concepção de um estudante complexo que vai além do intelecto e um trabalho capaz de auxiliar cada indivíduo na construção de sua própria identidade, no desenvolvimento de sua autonomia e competência”.   Ao explicar a base do novo PPP da escola, o diretor cita o livro \”A árvore do conhecimento\”, de Humberto Maturana e Francisco Varela. Nessa obra, os autores trazem o conceito de autopoiese.   “A autopoiese é a capacidade que a vida tem de se cocriar, de se autocriar”, explica o diretor. “A principal concepção epistemiológica que transita

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Promover consciência e educação financeira é importante para evitar inadimplência

Brasil tinha mais de 68 milhões de pessoas com contas em atraso em setembro de 2022 e educação financeira pode evitar esse tipo de situação  O Mapa da Inadimplência da Serasa de setembro de 2022 aponta que 68,4 milhões de brasileiros estão com contas atrasadas. Essa situação, chamada de inadimplência, alcançou níveis recordes no Brasil neste ano. E alerta para a importância de promover consciência e educação financeira para a população.  No entanto, o brasileiro médio tem certa resistência em falar de dinheiro. “O diálogo sobre dinheiro ainda encontra obstáculos, seja em casa ou dentro das escolas”, afirma Débora Hack, gerente de projetos e produtos educacionais da BEĨ Educação.  Com isso, muitas gerações não aprenderam a gerir seu orçamento, gastar, poupar e investir. Saber usar bem o dinheiro prepara o cidadão para situações como a perda de renda ou despesas imprevistas.  Leia também: Autoconhecimento é fundamental para gerenciar bem as finanças  Aprendizado financeiro na juventude  Na avaliação de Débora Hack, da BEĨ Educação, o aprendizado financeiro deve ser adquirido ainda na juventude. Desta forma, segundo a profissional, esse aprendizado “alcança seu potencial, com o desenvolvimento da ideia de segurança financeira”.   Para essa busca, Débora afirma que “a literatura específica, direcionada à saúde financeira, pode e deve ser uma fiel aliada”. Isso porque, em sua visão, ela incentiva a pessoa a “pensar em seu futuro financeiro”. “Ao abordar temas como orçamento e planejamento de gastos, obras específicas conseguem auxiliar no comprometimento do jovem com um comportamento financeiro saudável”, diz a especialista.   No entanto, Débora destaca que não adianta “somente ter uma base teórica sem partir para o mundo prático”. Por isso, ela considera importante “consultar colegas e amigos mais experientes, assistir a vídeos, ler tutoriais e, dentro das possibilidades, ter apoio profissional de um conselheiro ou consultor”.  Imediatismo da juventude X poupança  Especialista em educação, Débora analisa que o imediatismo, característico da juventude atual, está relacionado à contração de dívidas na vida adulta. “Poupar é uma necessidade, mas o público jovem, em geral, não quer esperar para colher os frutos de seus investimentos, sempre buscando ser recompensado imediatamente”, afirma. Desta forma, ela avalia que uma possível chave para a estabilidade financeira “é aprender a planejar datas para essas recompensas, com o estabelecimento de metas e de um caminho para alcançá-las”.  Débora lembra que guardar dinheiro não significa deixar de gastar com itens não essenciais. Além disso, ela pondera: “Não há problema algum em se dar um mimo de vez em quando”. O cerne da questão, em sua visão, é a importância de gerir bem o dinheiro. “Poupar é investir ou adquirir com consciência e de maneira a não prejudicar os objetivos estabelecidos e, obviamente, a segurança financeira.”   É por esse caminho de educação e consciência financeira que Débora acredita que os números de inadimplência do país poderão ser revertidos. “É preciso entender que poupar traz benefícios a longo prazo. Não gastar agora para, no futuro, alcançar algo que tem em seu plano de vida é estimulante”, afirmou.    Leia também: Educação financeira é importante ferramenta para escolhas responsáveis e o consumo consciente  Educação financeira e a BNCC  Para ajudar a lidar com isso, a educação financeira passou a ser obrigatória na Educação Básica no final de 2019. Ela está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).   O texto faz menção explícita ao tema ao abordar o componente curricular da matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. “O estudo de conceitos básicos de economia e finanças” é importante tendo em vista a educação financeira dos estudantes, diz. “Podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos.”  A BNCC ainda salienta que essa unidade temática “favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”. E dá um exemplo de como trabalhar o assunto de forma interdisciplinar. Diz o texto: “Desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing”.   Dentro desse tema, entenda por que a aprendizagem significativa da Matemática contribui para a formação de cidadãos mais conscientes financeiramente. 

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Conheça o Plano Nacional de Educação (PNE)

Planos decenais para estabelecer diretrizes, metas e estratégias da educação no país estão previstos na Constituição   A Constituição Federal de 1988 estabeleceu, em seu artigo 214, a criação de um Plano Nacional de Educação (PNE). O texto desse artigo, modificado em 2009, prevê que sejam estabelecidos planos decenais – ou seja, com duração de dez anos.    De acordo com o texto constitucional, esses planos têm “o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades”.   O PNE em vigor atualmente foi sancionado em junho de 2014. Neste texto, descrevemos o que ele prevê, suas metas e como acompanhá-las.  O que é o Plano Nacional de Educação   O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional. O atual está vigente para o período de 2014 a 2024.   Ele foi instituído pela lei 13.005/14. A partir desse documento, os estados e municípios devem estabelecer seus próprios planos subnacionais a fim de definir as estratégias locais para alcançar as metas nacionais.    Quais as diretrizes do PNE     A lei que instituiu o plano estabelece dez diretrizes. São elas:   1)  erradicação do analfabetismo;   2) universalização do atendimento escolar;   3)  superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;   4) melhoria da qualidade da educação;   5) formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;   6) promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;   7) promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;   8) estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;   9) valorização dos(as) profissionais da educação;   10)  promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.   Leia também: Como enfrentar os desafios da educação básica no Brasil e replicar boas práticas?   Quais as metas do Plano Nacional de Educação?   O atual PNE tem 20 metas, distribuídas entre Educação Básica – em seus três níveis -, alfabetização – com meta específica para alfabetismo funcional de jovens e adultos –, educação inclusiva, educação integral, profissional e superior, pós-graduação, docentes, entre outras.   Veja abaixo detalhadamente quais são cada uma dessas 20 metas.   1. Educação Infantil   Ela estabeleceu que a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade fosse universalizada até 2016 e, como segundo ponto, prevê ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência do plano, em 2024.   2. Ensino Fundamental   Para essa etapa, a meta é universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada. O prazo é 2024.   3. Ensino Médio   O texto estabeleceu que o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos fosse universalizado até 2016. Além disso, ainda prevê elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.   4. Educação especial/inclusiva   “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados’, determina o texto do PNE.    5. Alfabetização infantil   Aqui, a meta é que todas as crianças sejam alfabetizadas, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental.   6. Educação integral   O PNE prevê oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da educação básica.   7. Qualidade da Educação Básica   “Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do Ensino Fundamental; 5,5 nos anos finais do Ensino Fundamental; 5,2 no Ensino Médio”, diz o Plano.    8. Elevação da escolaridade média   Nesta meta, o PNE prevê “elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados ao IBGE”.  9. Alfabetismo funcional de jovens e adultos   Essa meta tem duas partes. A primeira era elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015. A segunda, com prazo até o final da vigência deste PNE, é erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.    10. EJA integrada à educação profissional   “Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à educação profissional.” (Do texto do PNE.)   11. Educação Profissional   “Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.” (Do texto do PNE.) 12. Educação Superior   Essa meta prevê “elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público”. O prazo para alcançar esses percentuais é 2024.     13. Titulação de professores da Educação Superior   “Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do

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