Pesquisa aponta os efeitos da pandemia nos jovens brasileiros
Promovido pelo Conselho Nacional da Juventude, levantamento mostrou que 30% dos entrevistados consideraram abandonar a escola e 49% pensaram em desistir do Enem Durante a crise provocada pela Covid-19, cerca de 30% dos jovens brasileiros pensaram em deixar a escola e, entre os que planejavam fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 49% consideraram desistir. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, promovida pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Porvir e Unesco, entre outras instituições. Realizada entre 15 e 31 de maio de 2020, com 33.688 jovens de 15 a 29 anos de todas as regiões do Brasil, a pesquisa teve como um de seus objetivos dimensionar os impactos da pandemia sobre essa população, em relação à educação, condições de vida, hábitos de saúde e perspectivas para o futuro. Os entrevistados responderam 48 perguntas, por meio de um questionário eletrônico. No que diz respeito à educação e aprendizagem, os principais desafios para os jovens se referem ao equilíbrio emocional, à dificuldade de organização para o estudo remoto e à falta de um ambiente tranquilo em casa. Para 49% deles, o medo, a ansiedade e o estresse têm atrapalhado a rotina de estudos. Para ajudar nessa organização, 6 a cada 10 respondentes consideram que escolas e faculdades devem priorizar atividades socioemocionais, e 5 a cada 10 jovens declararam que gostariam de desenvolver estratégias para a gestão do tempo e planejamento. Em relação a emprego e renda, 6 entre 10 jovens tiveram alteração em sua carga de trabalho desde o início da pandemia, seja por aumento, redução ou parada temporária das atividades ou, ainda, por demissão e fechamento do local de trabalho. Do total dos entrevistados, 27% pararam de trabalhar. Com isso, a situação financeira também foi afetada — 49% relatam diminuição da renda familiar. De modo geral, os jovens também perceberam que a saúde física e mental foi prejudicada desde o início da quarentena — 70% deles afirmam que seu estado emocional piorou. A ansiedade, o tédio e a impaciência foram apontados como os sentimentos mais presentes durante o isolamento social. A pesquisa também destacou, em relação às expectativas, que as ações nas áreas de ciência e saúde, como a descoberta de vacina para o coronavírus e o acesso a testes, são as que deixariam os jovens mais otimistas em relação ao futuro do país. O retorno à escola ou à faculdade e o reencontro com amigos e familiares também foram considerados relevantes para 9 entre 10 entrevistados.
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