Aprendizagem baseada em projetos: o que é e como aplicar
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Entenda o que é a aprendizagem baseada em projetos

PUBLICADO EM October 18, 2022

ATUALIZADO EM March 11, 2024

Last updated on March 11th, 2024 at 07:29 pm

Confira ainda dicas de como aplicar essa metodologia ativa de ensino nas escolas  

Como engajar os estudantes e tornar sua aprendizagem mais significativa e conectada com seu dia a dia? Esse desafio tem movido educadores a buscarem novas metodologias de ensino. Uma delas é a aprendizagem baseada em projetos.

Essa metodologia ativa envolve pesquisa, trabalho em grupo e atividades práticas, que trazem significado real para os conteúdos ensinados. 

Descubra neste texto de forma mais detalhada o que é a aprendizagem baseada em projetos, qual sua importância e conheça estratégias para implantá-la.  

O que é aprendizagem baseada em projetos 

“A aprendizagem baseada em projetos é um modelo de ensino que consiste em permitir que os estudantes confrontem as questões e os problemas da vida real que consideram significativos, determinando como abordá-los e, então, agindo de forma cooperativa em busca de soluções.”  

Essa definição é dada pelo educador norte-americano William Bender no livro “Aprendizagem baseada em projetos: Educação diferenciada para o século XXI”. Para ele, essa metodologia “é uma das mais eficazes formas disponíveis de envolver os alunos com o conteúdo de aprendizagem”. 

No modelo tradicional de ensino, o estudante é um espectador. Ele apenas recebe os conhecimentos passados pelo educador.  

Já nas metodologias ativas, o estudante passa a ser protagonista na construção de seu conhecimento. O educador tem o papel de mediador do processo, e não de transmissor de informações. 

E esse protagonismo é uma das características da aprendizagem baseada em projetos. Por meio dessa metodologia, os estudantes se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com sua vida fora da sala de aula. 

Para isso, eles lidam com questões interdisciplinares, agem sozinhos e em equipe. Com os projetos, são trabalhadas também as habilidades de pensamento crítico e criativo. 

Em seu livro, Bender explica que a aprendizagem baseada em projetos não é nova. Ela surgiu nas primeiras décadas do século XX. No entanto, foi aplicada então apenas no ensino de medicina. O autor defende que, hoje em dia, a metodologia é “um caminho para o ensino diferenciado, altamente recomendável para as salas de aula do século XXI”.  

Como a aprendizagem baseada em projetos contribui com o desenvolvimento do estudante  

Na avaliação de Áquila Nogueira, gerente pedagógico e de produtos da BEĨ Educação, a aprendizagem baseada em projetos apresenta uma série de benefícios para o desenvolvimento do estudante.  Entre elas, ele destaca: a autonomia, o trabalho em grupo, a pesquisa e várias habilidades socioemocionais. 

“Mas eu creio que o ponto central dessa contribuição seja justamente que o estudante assume o protagonismo do processo”, afirma o gerente. “Ele escolhe tema. Ele pesquisa. Ele define critérios de avaliação e avalia a qualidade do que produz.” 

Para Nogueira, “quando o estudante deixa de ser um receptor passivo de informações e assume as rédeas de sua aprendizagem, entra num caminho que será central para seu desenvolvimento ao longo de toda sua vida”.  

O especialista da BEĨ Educação afirma que essa contribuição se dará em todos os aspectos, começando pela vida profissional, “que é sempre muito valorizada”. Mas ele cita outros pontos que podem ser favorecidos com a experiência: “Escolhas sociais, políticas, familiares, enfim todo o caminho que essa pessoa irá trilhar ao longo da vida”. 

Como aplicar a aprendizagem baseada em projetos 

Em seu livro, o educador William Bender traz orientações sobre como aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em projetos. Uma das ferramentas indicadas pelo autor é a aprendizagem cooperativa.  

Como ela tem sido utilizada em salas de aula nas últimas décadas, Bender avalia que os educadores devam estar mais familiarizados com essa ferramenta do que “com muitas alternativas tecnológicas mais novas”. 

Outras estratégias mencionadas pelo educador são: brainstorming, agrupar os alunos para o ensino, táticas de investigação dirigidas pelos estudantes e táticas de ensino dirigidas pelos educadores. 

A BEĨ Educação adota metodologias ativas de ensino em seus materiais. A aprendizagem baseada em projetos é uma delas. Os educadores das escolas que usam as coleções da empresa recebem orientação sobre como empregar a metodologia. 

Áquila Nogueira destaca que toda a bagagem e história de vida dos educadores é levada em conta nessa formação. “Nossa ideia não é, de maneira nenhuma, ensiná-los a dar aulas, até porque isso já faz parte de sua rotina”, ressalta. 

Por outro lado, o gerente explica que, no geral, esses educadores têm menos intimidade com a aprendizagem baseada em projetos. “Além disso, mesmo quando já trabalharam projetos com os estudantes, em geral não tinham uma estrutura organizada previamente que pudesse guiá-los”, diz. 

Assim, Nogueira afirma que a formação é centrada no Ciclo de Projetos. “Ele é uma forma prática de organizar o desenvolvimento dos projetos, com etapas específicas para os educadores e para os estudantes.”   

De acordo com o executivo da BEĨ Educação, essa dinâmica costuma tranquilizar os educadores, ao mesmo tempo em que os motiva.  

“Além disso, como nossa formação é continuada, acompanhamos o processo, escutando os educadores e tendo acesso a seus registros, podendo apoiá-los ao longo do desenvolvimento das ações, e isso torna o processo muito mais próximo e personalizado”, diz.  

As etapas para elaboração do projeto coletivo  

O Projeto Coletivo adotado pela BEĨ Educação passa por seis etapas. São elas: 

1 – Definição 

O educador define os conteúdos que quer desenvolver e os estudantes definem o tema do projeto que vão construir. 

2 – Diagnóstico  

O educador conhece o perfil da turma e seus conhecimentos prévios e os estudantes conhecem mais de perto a situação em que querem intervir com seu projeto. 

3 – Elaboração da proposta 

O educador define seu Planejamento Didático Ativo, organizando as aulas, objetivos de aprendizagem e avaliação, enquanto os estudantes criam seu Plano de Ação para estruturar as ações do Projeto. 

4 – Implementação  

Tanto o educador quanto os estudantes colocam seus planos em ação, sendo essa a etapa que dura mais tempo, em geral. 

5 – Avaliação de resultado  

O educador propõe avaliações para a turma, priorizando autoavaliação, rubricas e outras ferramentas que ajudem os estudantes a perceberem o quanto aprenderam ao longo do desenvolvimento do Projeto, enquanto os estudantes avaliam os resultados e percebem o que conseguiram e o que não conseguiram atingir de seu plano, bem como mudanças de rota que eventualmente tenham acontecido. 

6 – Divulgação  

Momento em que a turma organiza uma culminância para apresentar o que desenvolveu e aprendeu ao longo do Projeto, em geral envolvendo um evento específico.   

Segundo Nogueira. ao longo de todo o projeto existe um movimento de monitoramento das atividades, com registros que ajudam a perceber o andamento do projeto e que depois servirão de insumo nas etapas de Avaliação e Divulgação. 

Quais conteúdos curriculares podem ser abordados pela metodologia? 

Uma dúvida comum entre escolas e educadores não familiarizados com a aprendizagem baseada em projetos é se ela pode ser aplicada em todas as áreas do conhecimento e conteúdos curriculares. E a resposta é sim. 

“O Projeto Coletivo envolve identificar um problema ou oportunidade, pesquisar e imaginar uma intervenção possível”, explica Áquila Nogueira. Desta forma, ele pode conversar com qualquer área do conhecimento e/ou componente curricular. “Inclusive estimulando bastante conexões entre diversas áreas de conhecimento”, afirma o especialista.  

Nogueira dá um exemplo prático: um grupo que estuda matemática por meio da educação financeira decide criar uma horta comunitária como o projeto. 

Esse grupo poderá precisar de apoio de educadores de outras áreas para apoiarem no projeto, como: 

– ciências da natureza para lidar com a horta 

– língua portuguesa e/ou de artes, se quiserem divulgar essa horta para a comunidade. 

“As possibilidades são variadas, e os estudantes sempre podem trazer novas ideias”, diz o gestor de Projetos Educacionais. “Cabe aos educadores apoiarem e estimularem”, finaliza.

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