Os caminhos passam por uma gestão atenta e eficiente, que saiba identificar essas ações e compartilhá-las; também importam a continuidade de políticas públicas e o foco na melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos
No quinto webinário, realizado em 30/9, de uma série de encontros que a BEI Educação vem promovendo em parceria com o Itaú BBA, o tema foi “Como escalar inovações e transformar sistemas educacionais inteiros”.
Haroldo Corrêa Rocha, secretário executivo de educação do estado de São Paulo e ex-secretário de educação do Espírito Santo, conversou com Rafael Parente, CEO da BEI Educação, sobre sua experiência nas duas pastas e os desafios de criar um ambiente de troca entre as escolas e replicar boas práticas e estratégias em toda a rede ou num grande número de instituições. Segundo ele, os caminhos passam, necessariamente, por boa gestão, continuidade nas políticas públicas, garantia que o foco dos gestores esteja na melhoria da aprendizagem dos estudantes e que a educação de qualidade seja prioridade para todos. Confira mais detalhes sobre essas propostas.
Compartilhar práticas e conhecimentos
Inovações, soluções e boas práticas devem ser compartilhadas e chegar a outras escolas de uma rede ou grupo por meio de uma gestão eficiente e atenta, que seja capaz de observar e identificar essas ações, acolhê-las, transformá-las em conhecimento e compartilhá-las. É importante observar as experiências que acontecem mundo afora, mas também olhar para os bons exemplos de estados brasileiros, como Espírito Santo, São Paulo, Ceará, Pernambuco e Goiás.
Focar a gestão na melhoria da aprendizagem
Para que a gestão seja eficaz, é preciso preparar e escolher bem os gestores, não haver interferência política para cargos de direção e liderança e dar continuidade a políticas públicas, independentemente da troca e sucessão de governos. Garantir que os gestores se centrem nas questões que mais importam para a escola — aspectos pedagógicos, a melhoria da aprendizagem, a garantia da permanência do estudante na escola e a relação com os alunos, professores e famílias — é outra medida importante.
Ter metas e objetivos claros
Uma boa gestão também precisa reconhecer os seus desafios e problemas e ter objetivos claros, metas e planos de ação alinhados à sua realidade para ser capaz de solucioná-los e conduzir a escola num programa continuado de melhoria da aprendizagem. Para isso, sistemas de avaliação e indicadores são fundamentais. Igualmente importante é monitorar as ações, acompanhar os resultados e fazer as mudanças e os ajustes necessários. Esse processo requer, ainda, um trabalho de cooperação que envolve toda a comunidade escolar.
Considerar os novos desafios
A gestão tem, ainda, que trabalhar essas questões no contexto de, pelo menos, um grande desafio: ter a Base Nacional Comum Curricular de fato implementada na prática, o que requer mudanças na rotina pedagógica, na organização da escola, no preparo dos professores, no material didático, no uso da tecnologia e no modo de avaliar. “O grande desafio do Brasil está na educação básica, em ter uma escola pública que consiga fazer com que todos aprendam e desenvolvam as competências necessárias para o século XXI. A educação tem esse papel de ser o grande fomentador do crescimento pessoal e também do desenvolvimento econômico e social do país”, finalizou Rocha.